quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Código da Umbanda

          
             Pela rapidez com que se instalou em nossas vidas, pela simplicidade que lhe é própria, pelos ensinamentos que as entidades que se apresentam como trabalhadores de Umbanda trouxeram e trazem, não houve tempo ou talvez necessidade de uma codificação no plano físico. Seu mister é o trabalho e a caridade. As codificações, os credos, são fatos que se fazem às vezes desnecessários, às vezes necessários.


              Por tudo isto está longe de ter a pretensão de se tornar um “Código de Umbanda” ou qualquer coisa parecida, o objetivo é tão somente resgatar e transmitir os ensinamentos obtidos através anos de trabalho dentro da Seara Umbandista, onde as mais diversas influências nos levam as conclusões aqui discorridas.

            Portanto, mais importante do que estabelecer códigos é compreender a verdadeira Missão da Umbanda e como as forças da natureza interagem para que esta missão seja alcançada. O que cada trabalhador de Umbanda deve ter como bandeira? Que a Umbanda é uma religião voltada somente para o bem. Não se faz trabalhos para isto ou aquilo. Que o culto é grátis e não pode atender aos interesses particulares.
           
             Alguns trabalhadores menos esclarecidos deturpam completamente o sentido das bases do bem, saem fora da caridade e do trabalho produtivo gratificante, e continuam a chamar suas sessões de Umbanda. Isto é que é errado! É isto que nós umbandistas devemos combater e esclarecer. 

           A única verdade da Umbanda é a Caridade e o Amor, o resto são formas de culto que variarão de região para região, de terreiro para terreiro e devem ser respeitadas. Entretanto, charlatães, enganadores, espoliadores, falsos profetas, enfim, pessoas que usam o nome da Umbanda em benefício próprio tem que ser combatidos através do esclarecimento e divulgação da essência da Umbanda.
            
          Devido a pessoas sem escrúpulos, é comum chegarem consulentes aos Centros de Umbanda, e se pasmarem com o fato de que o trabalho da gira de Umbanda visar somente o bem. Esperamos sinceramente que este problema seja erradicado de nosso meio. E para isto contamos com a ajuda de todos os umbandistas na busca pela compreensão, divulgação e esclarecimento da verdadeira essência da Umbanda, pois os nossos piores detratores são os que se dizem umbandistas e se desviam do caminho do Bem.

O CÓDIGO DA UMBANDA


Art.1º - O presente código estabelece normas de condutas aos Umbandistas.
Art.2º - Umbandista é todo aquele que seja por que caminho for, ou tenha sido conduzido ao seio da Religião e lá permanece.
Parágrafo Único - Equipara-se à Umbanda, a coletividade de pessoas que de alguma maneira mantém vinculo com a Casa.
Art.3º - Tratar-se-ão como Irmãos todos os Umbandistas.
Art.4º - O primeiro Fundamento da Umbanda é a CARIDADE.


Caridade é um sentimento ou uma ação altruísta de ajudar o próximo sem buscar qualquer tipo de recompensa. Amor ao próximo; bondade; benevolência; compaixão. Caridade não tem custo.


Art.5º - O segundo Fundamento da Umbanda é o AMOR.

AMOR – Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação.
"É tão divino que o ser encarnado tem dificuldade até na compreensão deste sentimento, é o caminhar na vida levando compaixão, compreensão, perdão, tolerância, desapego, é não ficar preso a palavras, gestos, fatos, eventos, situações emocionais; é relevar com compaixão as mágoas, as injustiças, as decepções vividas no nosso cotidiano, é compreender que tudo isto é muito pequeno comparado com a grandeza do espírito, com a grandeza da vida."

"É caminharmos fazendo a nossa parte, amando ao próximo como a nós mesmos, entregando ao CRIADOR, à vida, todas as situações conflitantes, dolorosas, que momentaneamente possamos estar incapacitados para darmos a melhor solução, a resposta mais adequada. É a certeza de que tudo na Terra é ilusório, passageiro, transitório, é só uma pequena viagem."
 
Art.6º - O terceiro Fundamento da Umbanda é a TOLERÂNCIA.
Art.7º - O quarto Fundamento da Umbanda é a HUMILDADE.

"Humildade vem do Latim humus que significa "filhos da terra". Refere-se àqualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão. Diz-se que a humildade é uma virtude de quem é humilde, quem se vangloria da sua mostra simplesmente que lhe falta."


Art.8º - O quinto Fundamento da Umbanda é a HONESTIDADE.
Art.9º - O sexto Fundamento da Umbanda é a DISCIPLINA.
Art.10º - O sétimo Fundamento da Umbanda é a sua PLURALIDADE.
Art.11º - Na Umbanda só existe um CRIADOR. Porém, com diversos nomes, tipos, denominações; que deverão ser aceitos respeitando-se o sétimo Fundamento (Art. 10º).
Art.12º - Na Umbanda cultuaremos os Orixás. Porém com diversos nomes, tipos, denominações; que deverão ser aceitos respeitando-se o sétimo Fundamento (Art. 10º).
Art.13º - A Umbanda é plural e livre, humilde desde sua anunciação, assim devendo ser praticada.
Art.14º - Nenhuma corrente de pensamento será discriminada dentro da Umbanda, todas serão respeitadas e estudadas, cabendo aos Umbandistas escolherem qual o caminho que desejam seguir, sem que isso implique em discriminação, menosprezo, e muito menos ainda, seja motivo de discórdia,
perseguição e embates.
Parágrafo Único – Aqueles que desrespeitarem este Artigo serão julgados apenas e tão somente por suas consciências.
Art.15º - A nenhuma pessoa encarnada será dado o titulo de Mestre na Umbanda.
Art.16º - Todos os Umbandistas são iguais perante o CRIADOR, tendo, porém cargos dentro das Casas, onde serão respeitados pela sua experiência e conhecimentos.
Art.17º - Não haverá cobrança de nenhuma espécie pelos Trabalhos realizados.
Art.18º - Não haverá discriminação, intolerância, de nenhuma espécie em relação às pessoas que buscam auxílios, a demais irmãos de outras Religiões.
Art.19º - Não haverá discriminação em relação às Entidades que se apresentam para trabalhar.
Art.20º - É obrigação do Umbandista procurar aprender sempre as coisas da Religião, através dos ensinamentos das Entidades pela Casa que freqüenta e dos estudos direcionados por essas Entidades e ou pelos Dirigentes das referidas Casas.
Art.21º - A nenhum Umbandista é dado o direito de julgar as outras Casas ou Religiões.
Art.22º - Ao Dirigente de cada Casa é dada a responsabilidade sobre o desenvolvimento, preparação e ensinamentos aos novos Umbandistas, que passam a ser seus Filhos e Filhas, assim como também é de sua responsabilidade as conseqüências deste desenvolvimento, preparação e ensinamentos.
Parágrafo Único – A consciência é o guia e o juiz do Umbandista, devendo ser sempre utilizada.
Art.23º - Este Código entra em vigor na data de sua aceitação.
Art.24º - Além de não revogar as disposições em contrário, obriga-se o uso do LIVRE ARBÍTRIO.

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