quarta-feira, 31 de julho de 2013

Entendendo: O Congá, o Fumo, as Bebidas, e outros elementos em um Terreiro de Umbanda.

         
 Sempre que chegarmos em um Terreiro de Umbanda o que mais nos chama atenção é o Congá. Ele não é um simples altar montado para enfeitar o terreiro. É o altar da Umbanda. A maioria dos congás possuem imagens de santos católicos, imagens de caboclos, pedras, copos com água, flores, entre outros elementos variando de acordo com as ordenanças do chefe do terreiro. Essa mistura de elementos tem toda uma base mágica que muitos não conseguem enxergar.
          
 Nas imagens encontramos símbolos de respeito e pontos de fixação e concentração, para onde o olhar, o pensamento se dirige e o médium consegue assim obter concentração para os seus Orixás e se entrega assim ao Deus criador, Zambi maior. O congá também representa um pedacinho da natureza divinizado, nele as forças da natureza estão presentes gerando energia para as sessões. E estão presentes os quatro elementos básicos da natureza: água, terra, ar e fogo. Terra, nas pedras, que possuem as vibrações dos locais da natureza de onde foram retiradas e são consagradas a determinados Orixás, condensando, “assentando” assim um pouquinho da energia daquela divindade no altar, trazendo força, destruindo negatividades, trazendo equilíbrio. 
        
  A água está presente nos copos, nos vasos de flores, nas quartinhas e é o princípio básico da vida. Sem água nenhum tipo de ser vivo conseguiria viver. Foi na água que a vida surgiu. E este elemento é purificador, purificando o ambiente e “lavando”, dispersando energias nocivas, refletindo intenções. O fogo, elemento transmutador, transformador, que modifica os estágios, está presente nas velas, nos incensos, destrói miasmas negativos, representa luz, afastando espíritos negativos, acende a fé e as almas dos irmãos presentes, encarnados e desencarnados. O ar, está presente em toda atmosfera do gongá e também é representado na fumaça dos incensos, na queima da parafina das velas, eleva nossos pensamentos, gera liberdade, leveza, encaminha intenções. Enfim, todo o congá é um campo vibratório mágico, é um pedacinho da Aruanda no terreiro de umbanda.
           
Pois bem, o congá é um deste núcleos de força, em atividade constante, agindo como centro atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos e níveis de energia e magnetismo.E Atrator porque atrai para si todas as variedades de pensamentos que pairam sobre o terreiro, numa contínua atividade magneto-atratora de recepção de ondas ou feixes mentais, quer positivos ou negativos. É Condensador, na medida em que tais ondas ou feixes mentais vão se aglutinando ao seu redor, num complexo influxo de cargas positivas e negativas, produto da psicoesfera dos presentes. É escoador, na proporção em que, funcionando como verdadeiro fio-terra (pára-raio), comprime miasmas e cargas magneto-negativas e as descarrega para a Mãe-Terra, num potente efluxo eletromagnético. É expansor, pois que, condensando as ondas ou feixes de pensamentos positivos emanados pelo corpo mediúnico e assistência, os potencializa e devolve para os presentes, num complexo e eficaz fluxo e refluxo de eletromagnetismo positivo. É transformador no sentido de que, em alguns casos e sob determinados limites, funciona como um reciclador de lixo astral, condensando-os, depurando-os e os vertendo, já reciclados, ao ambiente de caridade. É Alimentador, pelo fato de ser um dos pontos do terreiro a receberem continuamente uma variedade de fluidos astrais, que além de auxiliarem na sustentação da egrégora da Casa, serão o combustível principal para as atividades do congá (Núcleo de Força).

Não, irmãos umbandistas, o congá não é mero enfeite; tão pouco se constitui num aglomerado de símbolos afixados de forma aleatória, atendendo a vaidade de uns e o devaneio de outros. Dentro dos Templos Umbandistas sérios, tem fundamento, tem sua razão de ser, pois que pautado em bases e diretrizes sólidas, lógicas, racionais, magísticas, sob a supervisão dos mentores de Aruanda.

Nos terreiros de Umbanda, além do congá há outros núcleos de energia muito importantes, os quais devemos ter o máximo respeito ao passar e adentrar. A tronqueira é geralmente a casa do exu responsável por tomar conta da porta do terreiro, das energias que entram e saem da casa de umbanda. Muitas vezes a tronqueira está fundida á casa de exu, que é o espaço determinado a condensar as energias do povo de exu na casa. O cruzeiro das almas é lugar de prece, oração e trabalho das entidades, lá ocorrem trabalhos de doutrina, de encaminhamento de espíritos em busca de evolução e tanto exus, quanto pretos velhos trabalham nessa linha. A casa das almas condensa os elementos e as energias pertencentes aos nossos amados pretos velhos, é lugar de oração, de fé, de evolução, de doutrina e de respeito.

O fumo dentro da Umbanda também não é fruto do vício e da vaidade das entidades. A grande maioria delas nem conheceu o fumo em vida terrena. O fumo serve como defumadores individuais de cada entidade. Fumos utilizados pelas entidades e defumadores aplicados por nós, tem princípios parecidos. As ervas utilizadas, antes de serem colhidas, passam toda sua vida, absorvendo energia do sol, armazenando minerais, matérias orgânicas, energia lunar, óleos essenciais, entre outras substâncias. A queima dessas ervas, bem como do tabaco, utilizado nos fumos, liberam energia acumulada nessas ervas, energias estas que servem para dispersar maus fluidos e pensamentos, que espantam maus espíritos, que doutrinam espíritos perdidos, que atraem entidades para o trabalho, enfim, dependerá de que ervas estão sendo utilizadas no defumador e qual o tipo de fumo da entidade.

A energia condensada e mágica das ervas também são utilizadas para os mais diversos fins nos banhos de ervas. Há banhos para todos os fins na umbanda; limpeza, fixação, descarga, purificação, consagração, equilíbrio, paz, prosperidade, cura, entre tantos outros fins. Há banhos feitos macerados, outros cozidos, uns podem outros não, serem aplicados na cabeça. E toda essa magia está baseada nas propriedades de cada erva, tópico que entraremos em detalhe no estudo de maio. Por enquanto estamos apenas introduzindo elementos e ritos presentes na umbanda e explanando sobre o fundamento dos banhos de ervas. E toda magia do banho de ervas, assim como tudo na umbanda, só vai funcionar se os elementos fé e concentração estiverem presentes.

O álcool, tem emprego sério na Umbanda. Quando tomado aos goles, em pequenas quantidades, proporciona uma excitação cerebral ao médium, liberando-lhe grande quantidade de substâncias ativadoras cerebrais, acumulada como reserva nos plexos nervosos (entrelaçamento de muitas ramificações de nervos), a qual é aproveitada pelos guias, para poderem trabalhar no plano material.Deste modo, quando o médium ingere pequena quantidade da bebida, suas idéias e pensamentos, brotam com mais e maior intensidade. É também uma forma em que a entidade se aproveita este momento para ter maior “liberdade de ação”. Os exus são os que mais fazem uso da bebida. Isto se ao fato de, estas linhas utilizarem muito de energias etéricas, extraídas de matéria (alimentos, álcool, etc.), para manipulação de suas magias, para servirem como “combustível” ou “alimento”, encontrando então, uma grande fonte desta energia na bebida. Estas linhas estão mais próximas às vibrações da Terra (faixas vibratórias), onde ainda necessitam destas energias, retiradas da matéria, para poderem realizar seus trabalhos e magias! O marafo também é usado para limpar/descarregar pontos de pemba ou pólvora usados em descarregos. O álcool por sua volatilidade tem ligação com o ar e pode ser usado para retirar energias negativas do médium. Já o álcool consumido pelo médium também é dissipado no trabalho, ficando em quantidade reduzida no organismo. O perigo nestes casos é o animismo, ou seja, o Médium consumir a bebida em grandes quantidades por conta própria e não na quantidade que o Guia acha apropriada. Nestes casos, pode ser que o Guia vá embora e deixe o médium sob os efeitos da bebida que consumiu sem necessidade. Por tanto, orai e vigiai sempre. Que tomemos sempre cuidado para não ultrapassarmos os limites de nossas entidades.
  
Pequisa: IRM                                             

O Cruzeiro das Almas.

 

Um CRUZEIRO DAS ALMAS, representa uma passagem, ou ainda, a representação de um portal onde o espírito passa de um plano vibratório para outro e o Orixá que rege este campo de ação é Obaluayê, juntamente com Nanã e as entidades, pretos velhos e exus que trabalham nesta linha.Podemos interpretar "plano vibratório" como campo de energias, isso pode se aplicar a diversas situações que estejamos passando em nossas vidas como por exemplo: Uma doença física, emocional, uma obsessão complexa ou mesmo simples, mágoas, ódios, rancores e todo sentimento de ordem negativa e daí vem a necessidade da TRANSMUTAÇÃO que significa também a modificação de vibração que nos problemas citados acima seria o oposto ou seja o lado positivo.

Se nos referimos a "planos" podemos ainda simplificar por "passagens" para que de forma simples nos tornemos mais compreendidos e daí vem o título de Pai Obaluayê como também "SENHOR DAS PASSAGENS". Direcionamo-nos agora para uma casa, um centro, ou tenda de Umbanda onde encontramos nos terreiro sempre um "cantinho" das almas" ou o CRUZEIRO DAS ALMAS. Muitas vezes um determinado guia nos dá uma vela branca e nos pede para firmá-la no mesmo, logo interpretamos que estamos com eguns, quiumbas ou algum sofredor, mas nos esquecemos que tal qual no campo santo ou na calunga pequena (cemitério), ali também é um ponto natural e sagrado de Obaluayê e muitas vezes a 
não é para os outros, mas sim para nós mesmos, para podermos com a ajuda do Pai transmutarmos algo de ruim ainda que não estejamos conseguindo sozinhos resolver dentro de nós.

Lembramos ainda que o Cruzeiro de um centro tem a função de proteger também a casa de ataques de seres infelizes vampiros espirituais, etc... Como no campo santo é feito. É um campo energético onde espíritos mais evoluídos com funções específicas, trabalham doutrinando espíritos inferiores desencarnados. Através das preces que ocorrem neste lugar, muita energia é utilizada no encaminhamento e doutrina de almas.

Como podemos ver, nada tem a ver um cruzeiro das almas com azar ou chamamentos da morte, isso é fruto de crendices populares e de pessoas infelizmente ainda mal informada dentro e fora da Umbanda. Além de um campo de proteção para a casa, ali ficam direcionadas as forças do Orixá Obaluayê, para que de forma sagrada e ritualística elas possam ser evocadas.

As Saudações aos Orixás, Falanges, e seus significados.

 

OS ORIXÁS

           OXALÁ     
 Epa epa Babá! Epa epa  
(exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai)

IEMANJÁ
Odô-fe-iaba! ou ainda, Odô iá! Odô (rio); fe (amada); iyàagba (senhora)
Amada Senhora do Rio (das águas) !

OGUN
Patakori Ogun! ou ainda, Ogunhê! (brado que representa o força de Ogun
Pàtàki (principal); ori (cabeça) – Muita honra em ter o mais importante dignitário do Ser Supremo em minha cabeça! Ou ainda Salve Ogun, Cabeça Coroada.

OXOSSI
Okê arô!
O rei que fala mais alto, o Grande Caçador.

XANGÔ
Kawô Kabecile!
Ká (permita-nos); wô (olhar para); Ka biyê si (Sua Alteza Real); le (complemento de cumprimento a um chefe) – Permita-nos olhar para Vossa Alteza Real! Ou ainda,
Venham admirar o Rei.

IANSÃ
Eparrei Oyá!
Salve a mãe dos nove espaços de orum.

OXUM
Ora iê iê ô !
Salve a Senhora da bondade; ou ainda Salve mãezinha benevolente.

NANÃ
Saluba Nanã!
Nos refugiaremos da morte com Nanã.

OBALUAYE
Atoto Obaluayê!
Silêncio para o grande Rei da Terra.

IBEJI
Oni Ibeji
Ele é dois.

EXU
Laroyê Exu, Mojubá
Meus respeitos ao Mensageiro.

AS FALANGES

CABOCLOS
Okê Caboclo! Okê Cabocla! Okê Bamboclim!

BOIADEIROS
Xetro marrumbaxetro! Xetruá!

IBEIJADAS
Oni Ibejada!

PRETOS VELHOS
Adorei as Almas!
Cacurucaia!

CIGANOS
Arriba Ciganos!

EXUS
Laroyê Exu! Laroyê Pombagira! Mojubá!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Salve!




As Crianças, os Caboclos e os Pretos-Velhos na Umbanda

Estas, são as entidades básicas da Umbanda. Nota-se facilmente a relação que existe com a experiência humana: criança, adulto e velho. As chamadas crianças representam a inocência e a pureza e o umbandista deve saber e ter sempre em mente, que tais entidades não são realmente crianças que morreram e vem ao nosso mundo brincar novamente. Na realidade, são magos de luz e grande poder, que devido ao seu grau de humildade se submetem a certos tratamentos e atitudes, que lhes são dispensados quando se manifestam nos terreiros.

AS CRIANÇAS 

 A linha das crianças, cujos membros baixam nos centros de Umbanda, é de todas a mais misteriosa. Esses espíritos infantis nos surpre­en­dem pela ternura, inocência, argúcia, carinho e amor que vibram quando baixam em seus médiuns.O arquétipo não foi fornecido pelo lado material da vida, pois uma criança com seus 7, 8 ou 9 anos de idade, por mais inteligente que seja, não está apta intelectualmente a orientar adultos ator­mentados por profundos desequi­líbrios no espírito ou na vida material. Quem forneceu o arquétipo foram os seres que de­nominamos “encanta­dos da natureza”.
Não foi baseado em espíritos de crian­ças que desencarnaram que essa linha foi fundamentada, e sim nas cri­an­­ças encan­tadas da natureza, que os aco­lhem em seus vastos reinos na na­tureza em seu lado espiritual e os am­param até que cresçam e alcancem um novo estágio evo­lu­tivo, já como espí­ri­tos naturais. Os espíritos que se manifestam na li­nha das crianças atendem pessoas e auxiliam-nas com seus passes, seus ben­zi­mentos e suas magias elementais, tudo isso feito com alegria e simpli­cidade enquanto brincam com seus carrinhos, apitos, bonecas e outros brin­­quedos bem caracterizadores do seu arqué­tipo.  Ele é tão forte que adul­tos encar­na­dos sisudos se transfiguram e se tornam irreconhecíveis quando incor­poram sua criança.
A presença desses espíritos infantis é tão marcante que mudam o ambiente em pouco tempo, descontraindo todos os que estiverem à volta deles.Todo arquétipo só é verdadeiro se for fundamentado em algo pré-exis­tente. O arquétipo “Caboclo”,  funda­men­­tou-se no índio brasileiro e no sertanejo mestiço. e o arquétipo “Preto-Velho” no negro já an­cião, rezador, mandingueiro e curador.
O arquétipo “Criança” fundamen­tou-se na inocência, na franqueza e na ingenuidade dos seres encantados ainda na primeira idade: a infantil. E, caso não saibam, há dimensões inteiras habitadas só por espíritos nesse estagio evolutivo conhecido, no lado ocul­to da vida, como “estágio encan­tado”. Nessas dimensões da vida há eles e suas mães encantadas, todas elas devotadas à educação moral, cons­ciencial e emocional, contendo seus excessos e direcionando-os à senda evolucionista natu­ral, pois eles não serão en­viados à dimensão hu­mana para encar­na­rem.
A elas compe­te suprí-los com o indis­pensável para que não entrem em de­pressão e caiam no autismo ou regres­são emocional, muito comum nessas dimensões. Nelas há reinos encantados muito mais belos do que os “contos de fadas” do imaginário popular foi capaz de des­crever ou criar. Cada reino tem uma senhora, uma mãe encantada a regê-lo. E há toda uma hierarquia a auxiliá-la na manu­tenção do equilíbrio para que os milha­res de espíritos infantis sob suas guar­das não regridam, e sim, amadureçam lentamente até que possam ser condu­zidos aos estágio evolutivo posterior.
O arquétipo é forte e poderoso porque por trás dele estão as mães Orixás, sustentando-o, e também es­tão os pais Orixás, guardando-o e ze­lan­do pela integridade desses espíritos infantis. Mas que ninguém duvide da exis­tên­cia dele porque ele realmente existe e não seriam “crianças” humanas recém-desencarnadas e que nada sabiam da magia que iriam realizar os prodígios que os “Erês” realizam em benefício dos freqüentadores das suas sessões de trabalhos ou com forças da natureza quando oferendados em jardins, à beira-mar, nas cachoeiras ou em bosques frutíferos. Há algo muito forte por trás do arquétipo e esse algo são os Orixás encantados, os regentes da evolução dos espíritos ainda na “primeira idade”


OS CABOCLOS
 

Caboclos são todos os espíritos de uma certa hierarquia que vibram na mesma energia da lei de Umbanda. Para ser caboclo não é necessário que o espírito já tenha sido em alguma reencarnação um índio, é necessário sim que ele se identifique com as leis de Umbanda, que são Caridade, Simplicidade ou Humildade, Senso de dever, Lealdade, e Honra. Conforme dito a cima, nem todos os caboclos vem de origem indígena mas muitos que ainda militam na ceara umbandista já foram índios e necessitam trabalhar pelo seu progresso e pelo progresso de seu próximo e infelizmente são tidos como atrasados em algumas religiões, e em outras não encontram campo de ação, pois os cultos já estão muito distorcidos da prática do bem. E assim sendo só encontram na sagrada Umbanda uma porta aberta ao trabalho dentro das normas do Mestre Jesus. A influência indígena na Umbanda é clara o que não impede que espíritos outros nela trabalhem, e é o que tem acontecido ultimamente, muitos espíritos que ocuparam lugar de destaque na sociedade terrena, hoje encontram-se como caboclos ou preto-velhos na humildade e na força que a Umbanda exige de seus integrantes. Observa-se também que caboclo é uma nomenclatura usada para se referir a ligação com a natureza que são as forças mantedoras da vida, Ex: Caboclo Beira-Mar, que traz como força maior as águas ou Caboclo sete pedreiras que traz como força o mineral e assim por diante nos vários nomes que identificam seu campo de ação. Como sabemos, a Umbanda é a única religião genuinamente brasileira iniciada pelo caboclo das Sete Encruzilhadas, que ficou se sabendo através de um médium Kardecista que o mesmo havia sido um padre Jesuíta em sua encarnação anterior, e ao ser inquerido deu o seu nome, que era Padre Gabriel Malagrida e seus feitos como servo de Deus. Muitos espíritos que trabalham ainda hoje na Umbanda já foram índios e se orgulham de o terem sido, pois o índio representa a natureza, o modo simples de viver, também representa a força e a astúcia . Engana-se quem vê nos índios seres atrasados, pois a alguns séculos atrás haviam índios de uma grande inteligência, tais como os Maias, Incas e Astecas que em nada lembravam a ignorância e sim a inteligência.

Atrasados foram os homens brancos (europeus) que os dizimaram com o pretexto de que eram selvagens e sem alma, de olho nas suas riquezas e terras. Se a alguns séculos atrás estes espíritos que participavam da família indígena já eram adiantados, o que se dirá hoje depois de muitas reencarnações e trabalho em prol da Umbanda. Portanto engana-se quem acha que a Umbanda é feita por espíritos atrasados. Nas falanges de Umbanda militam variados graus de espíritos como na sociedade terrena; Espíritos que já foram diplomados na terra e também espíritos simples, o importante na Umbanda não são os títulos que ajam adquirido nas faculdades terrenas já que no plano espiritual também há faculdades, o importante é que esses espíritos tenham amor no coração e acima de tudo fé em Deus, disciplina e honra também são essenciais para pertencer as falanges de Umbanda, e é através destes quesitos que se pode praticar a fraternidade aos irmãos necessitados. Como pode alguém chamar estes espíritos de atrasados, espíritos que se dedicam a proteger e amparar os irmãos da Terra que em sua grande maioria provocam os seus próprios padecimentos, estes sim é que são atrasados que não reconhecem o amor, fé, disciplina e honra. Os Caboclo são os nossos “pais”, guias espirituais os nossos anjos da guarda, que nos assistem nos dando conselhos, nos fluidificando e nos amparando para que o mal não nos prejudique a jornada de aprendizado na terra, São os nossos professores e mestres na escola do Mundo. Emfim, são as mãos de Deus que amparam os filhos retardatários na jornada evolutiva.


OS PRETOS-VELHOS 

Esses são os Pretos Velhos da Umbanda, que em suas giras nos terreiros representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referencia para aqueles que os procuram, curando, ensinando e educando, aos encarnados e desencarnados necessitados de luz e de um caminho a trilhar. Um Preto-Velho representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado. Pretos-Velhos ajudam a todos, independente de cor, sexo ou religião.
Em sua totalidade, não se pode afirmar que as entidades que se apresentam nas giras são os mesmos Pretos-Velhos escravos. Muitos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas anteriores médicos ou filósofos, ricos ou pobres, e, para cumprir sua missão espiritual e ajudar aos necessitados, escolheram incorporar a forma de    Pretos- Velhos. Outros, nem negros foram, mas também escolheram essa forma de apresentação. Muitos podem estar perguntando: “Mas então os Pretos Velhos não são Pretos Velhos?”. A explicação é simples: todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura, a forma é apenas uma conseqüência da missão que vem cumprir na Terra. Podem também, em locais diferentes, se apresentarem como médicos, Caboclos ou até Exu, depende do trabalho a que vêm realizar. Em alguns casos, se tiverem autorização, eles mesmos nos dizem quem são.
  
A MENSAGEM DOS PRETOS-VELHOS
A principal característica de um Preto Velho é a de conselheiro; para alguns, são como psicólogos, amigos e confidentes, para outros, são os que lutam contra o mal com suas mirongas, banhos de ervas, pontos riscados, sempre protegidos pelos Exus de Lei. A figura de um Preto Velho representa a paciência e a calma que todos sempre devemos ter para evoluir espiritualmente, essa é a sua principal mensagem.
Certas pessoas costumam procurar um Preto Velho apenas para resolver problemas materiais, usando os trabalhos na Umbanda para beneficio próprio, esquecendo de ajudar ao próximo. Quanto a isso, esses maravilhosos Espíritos de Luz deixam sempre uma importante lição, a de que essas pessoas, preocupadas apenas consigo próprias, são escravas do próprio egoísmo, mas sempre procuram ajudá-las brincando de “pedir obrigações”. Mas em meio a essas pessoas, sempre haverá os que podem ser aproveitados, que em pouco tempo vestirão suas roupas brancas, descalçarão seus pés e farão parte dos trabalhos de caridade do terreiro. Essa é a sabedoria do Preto Velho, saber lapidar o que há de bom em cada um de nós.
Pretos Velhos levam a força de Zambi a todos que buscam aprender a encontrar sua fé, sem julgar ou colocar pecado em ninguém, mostrando que somente o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, poderá mudar sua vida e seu processo de ciclos reencarnatórios, aliviando os sofrimentos cármicos e elevando o espírito. Assim fortalecem a todos espiritualmente, aliviando o peso do fardo de cada um, e cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente, de acordo com a forma de encarar os acontecimentos de sua vida: “Cada um colhe o que plantou. Se plantares vento, colherás tempestade. Mas, se entender que lutando poderá transformar seu sofrimento em alegria, verá que deve tomar consciência de seu passado, aprendendo com os erros, galgando o crescimento e a felicidade futura. Nunca seja egoísta, sempre passe aos outros aquilo que aprende. Tudo que receber de graça, deverá dar também de graça. Só na fé, no amor e na caridade, poderá encontrar seu caminho interior, a luz e Deus” (Pai Cipriano)

"Deitada" ocorrida nos dias 26, 27 e 28/07/2013!

Nos dias 26, 27 e 28 deste mês, ocorreu a deitada (ritual em que o médium da casa é recolhido com oferendas para o seus Orixá e Exús assim como também, para fortalecer a sua mediunidade) com três membros de nossa Casa.  Ela teve a duração de 3 dias, e tudo transcorreu de forma satisfatória. Aos médiums que fizeram a Deitada, nossos parabéns, e que Oxalá os guie em sua nova jornada.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

CESJBIG Recebe Moção de Aplausos e Congratulações!


No dia 15/06/2013, no início das festividades em homenagem aos Malandros, o CESJBIG na pessoa de seu Diretor de Culto, Natalino Nunes Teixeira, recebeu das mãos do Excelentíssimo Vereador Dr. Alessandro Grimauth, a Moção de Aplausos e Congratulações, pelos serviços prestados á população iguabense no tocante a ajuda, aconselhamento e orientação espiritual ás pessoas de nossa comunidade, que lá comparecem. o Vereador Dr. Alessandro Grimauth destacou também, que o CESJBIG, encontra-se ativo desde 10/12/1980, sempre em Iguaba Grande, ajudando não só indiscriminatóriamente como também gratuítamente a todos que necessitem de auxílio.

O Vereador Dr. Alessandro Grimauth, com a entidade
Caboclo Cobra Coral, durante a solenidade.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Por que as entidades estalam os dedos, quando incorporadas?






 Por que estalar os dedos?
Esta é uma das coisas que vemos e geralmente não nos perguntamos, talvez por parecer algo de importância mínima.Nossa mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos, que se comunicam com cada um dos chacras de nosso corpo:



- Dedo Polegar Chacra Esplênico (região do baço)
- Indicador Cardíaco (coração)
- Anular Genésico ou básico (base da espinha)
- Médio Coronal (alto da cabeça)
- Mínimo Laringeo (garganta)
- Na região quase central da mão Chacra Solar (estômago)

      - Próximo ao monte de Vênus (região “gordinha” da mão) Chacra Frontal (testa)

Estas são algumas das terminações nas palmas das mãos, apenas para ilustrar a correspondência existente. O estalo dos dedos se dá sobre o Monte de Vênus e dentre as inúmeras funções conhecidas pelas entidades, está a retomada de rotação e freqüência do corpo astral, descarga de energias negativas, alem de certas condições psíquicas particulares, que ativam faculdades propiciatórias à magia e à mecânica de ordem astral.

Aos iniciantes na Umbanda...

Um médium iniciante foi falar com o Dirigente do terreiro, estava ansioso em saber algumas coisas:
- Pai preciso saber urgente quem são meus Orixás, e com quais entidades vou trabalhar!
-E por que esta pressa meu filho? – Respondeu o dirigente.
-É que tenho amigos em outro terreiro e quando souberam que eu estava freqüentando a Umbanda, me fizeram estas perguntas e eu não soube responder.
- Vou te ensinar a resposta. Quando te perguntarem novamente responda:
"Sou filho do Orixá Humildade e do Orixá Caridade, as entidades com as quais vou trabalhar são Fé, Amor, Paciência e Perseverança.”
O médium ficou olhando sem entender as palavras do dirigente, que continuou:
“Na Umbanda não temos de nos preocupar quem são nossos Orixás, temos o dever de cultuar a todos com a mesma fé e amor, de nossas entidades o que menos vai importar é seu nome, devemos sim nos preocupar em ajudá-las a transmitir àqueles que os procurarem as energias positivas e a paz que procuram.”

Os Guias e Protetores


Sendo os Orixás vibrações extremamente elevadas, acredita-se na Umbanda, que não é possível o contato direto com eles. Por isso cada linha de Orixá, envia para trabalhar na Terra os Falangeiros e Guias, que são entidades trabalhadoras, que vem de Aruanda ajudar seus filhos, nos livrando de demandas e transmitindo bons fluidos, formando, cada Orixá, uma falange de espíritos. A pureza, que nega o vício, o egoísmo e a ambição; A simplicidade, que é o oposto da vaidade, do luxo e da ostentação; A humildade, que encerra os Princípios do amor, do sacrifício, e da paciência, ou seja, a negação do poder temporal... A Tríade da Umbanda!!
As três formas que simbolizam estas virtudes são as de Crianças, Caboclos e Pretos Velhos, que ainda traduzem: o Princípio ou Nascer, o Meio ou a Plenitude da Força e a Velhice ou o Descanso, isto é a consciência em calma, o abandono das coisas materiais...o esquecimento do ilusório para o começo da realidade. Os ocupantes das formas que revelam um Karma limpo, uma iluminação interior, é que são chamados a cumprir missão na Lei de Umbanda, e por seus conhecimentos e afinidades, são ordenados em uma das Três Formas já citadas...velando assim suas próprias vestimentas karmânicas. Esta metamorfose é comum aos que tomam a função de Falangeiros de Orixás ou Guias que assim procedem, escolhendo por afinidade uma dessas formas em que muito sofreram e evoluíram numa encarnação passada. Para os que estão classificados como Protetores, em quase maioria, não se faz necessário essa transformação, porque conservam  uma das três formas em seus corpos astrais, quais sejam: CABOCLOS, CRIANÇAS e  ainda os PRETOS- VELHOS.
São eles os Guias e Protetores, nossos conhecidos Pretos Velhos, Caboclos, Crianças, Baianos, Marinheiros, Boiadeiros, Povo da Água, Povo do Oriente, etc. Cada entidade trabalha dentro de uma linha específica, por exemplo, O Caboclo Cobra Coral, trabalha na vibração de Oxossi, o Caboclo Pedra Preta na vibração de Xangô, as Crianças na vibração de Ibeji , e assim por diante. Cada entidade trabalha na linha que sua vibração mais se afiniza. Por isso é errado o termo "Linha dos Baianos", o correto é "Povo da Bahia". Os Pretos Velhos trabalham tanto na Linha de Xangô, como na Linha de Obaluaê, isso dependendo de sua vibração. Quanto ao Povo da Bahia, podem vibrar em qualquer linha, há registros dessas entidades trabalhando na Linha de Oxalá, por exemplo. Todos Eles são entidades de grande valor. Contamos ainda com a Linha do Oriente, que é formada pelo Povo do Oriente, que veio para a Umbanda por afinidade trabalhar principalmente com cura. Esses vem regidos pela Vibração de Oxalá, tendo Xangô como Patrono sendo sempre muito bem recebidos. De acordo com o pesquisador Camille Flammarion, cada falange é composta de cerca de 400.000 espíritos que se apresentam com o nome do chefe da falange. Assim, a falange do caboclo Pena Branca, por exemplo, é composta de 400.000 entidades que se apresentam nos terreiros com esse nome. Isso explica porque podemos encontrar entidades de mesmo nome atuando em locais diferentes à mesma hora, ou até mesmo no mesmo local. As entidades trabalham em multiplicidade, cada uma conservando o nome e as características do chefe da falange que compõem. Essa explicação também se aplica aos Pretos Velhos, Crianças, Exus e Pombagiras.
Salve as Falanges Trabalhadoras da Umbanda!
Deus Seja Louvado. Para Sempre Seja Louvado. Salve Umbanda!

Os Espíritos que nos cercam.


Os Espíritos não são iguais nem em poder, nem em conhecimento, nem em sabedoria. como não passam de almas humanas desembaraçadas de seu invólucro corporal, ainda apresentam uma variedade maior que a que encontramos entre os homens na Terra, por isso que vêm de todos os mundos, e porque entre os mundos a Terra nem é o mais atrasado, nem o mais adiantado. Há, pois, Espíritos muito superiores, como os há muito inferiores; muito bons e muito maus, muito sábios e muito ignorantes, há os levianos, malévolos, mentirosos, astutos, hipócritas, facetos, espirituosos, trocistas, etc.
 Estamos incessantemente cercados por uma nuvem de Espíritos que, nem por serem invisíveis aos nossos olhos materiais, deixam de estar no espaço, em redor de nós, ao nosso lado, espiando os nossos atos, lendo os nossos pensamentos, uns para nos fazer bem, outros para nos fazer mal, segundo os Espíritos bons ou maus. Pela inferioridade física e moral de nosso globo na hierarquia dos mundos, os Espíritos inferiores aqui são mais numerosos que os superiores.


Entre os Espíritos que nos cercam, há os que se ligam a nós, que agem mais particularmente sobre o nosso pensamento, aconselhando-nos, e cujo impulso seguimos sem nos apercebermos; felizes se escutarmos a voz dos bons. Liga-se os Espíritos inferiores àqueles que os ouvem, junto aos quais têm acesso e aos quais se agarram. Se conseguirem estabelecer domínio sobre alguém, identificam-se com o seu próprio Espírito, fascinam-no, obsediam-no, subjugam-no e o conduzem como se fosse uma criança. A obsessão jamais se dá senão por Espíritos inferiores. Os bons Espíritos não produzem nenhum constrangimento: aconselham, combatem a influência dos maus, afastam-se, desde que não sejam ouvidos. O grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz marcam a diferença entre a obsessão, a subjugação e a fascinação. A obsessão é a ação quase que permanente de um Espírito estranho, que leva a pessoa a ser solicitada por uma necessidade incessante de agir desta ou daquela maneira e de fazer isto ou aquilo. A subjugação é uma ligação moral que paralisa a vontade de quem a sofre, impelindo a pessoa às mais desarrazoadas ações e, por vezes, às mais contrárias ao seu próprio interesse.
 A fascinação é uma espécie de ilusão produzida, ora pela ação direta de um Espírito estranho, ora por seus raciocínios capciosos; e esta ilusão produz um logro sobre as coisas morais, falseia o julgamento e leva a tomar-se o mal pelo bem. Por sua vontade pode sempre o homem sacudir o jugo dos Espíritos imperfeitos, porque em virtude de seu livre-arbítrio, há escolha entre o bem e o mal. Se o constrangimento chegou a ponto de paralisar a vontade e se a fascinação é tão grande que oblitera a razão, então a vontade de uma terceira pessoa pode substituí-la. Antigamente dava-se o nome de possessão ao império exercido pelos maus Espíritos, quando sua influência ia até à aberração das faculdades. Mas a ignorância e os preconceitos, muitas vezes, tomaram como possessão aquilo que não passava de um estado patológico. Para nós, a possessão seria sinônimo de subjugação. Não adotamos este termo por dois motivos: primeiro porque implica a crença em seres criados para o mal e a ele votados, perpetuamente, quando apenas existem seres mais ou menos imperfeitos e todos podem melhorar; segundo, porque ele implica igualmente a idéia de tomada de posse do corpo pelo Espírito estranho, uma espécie de coabitação, ao passo que existe apenas uma ligação. O vocábulo subjugação dá uma idéia perfeita.
Assim, para nós, não há possessos, no sentido vulgar da palavra; há simplesmente obsedados, subjugados e fascinados. Por idêntico motivo não usamos o vocábulo demônio na acepção de Espírito imperfeito, de vez que freqüentemente esses Espíritos não valem mais que os chamados demônios: é apenas por causa da especialidade e da perpetuidade que estão ligadas a este vocábulo. Assim, quando dizemos que não há demônios, não queremos dizer que apenas existam bons Espíritos; longe disto: sabemos muito bem que os há maus e muito maus, que nos solicitam para o mal, armam-nos ciladas e isto nada tem de admirável, porque eles foram homens. Queremos dizer que não formam uma classe à parte na ordem da Criação, e que Deus deixa a todas as criaturas o poder de melhorar-se.


Allan Kardec - R. E. 1858.

Pretos-Velhos, Orai por nós...Amém!

Salve o Cruzeiro das Almas!

Salve o Cruzeiro das Almas!

Pense...

Como agradar um Orixá?

Orixás
Como Agra
Certa vez, um homem foi se consultar em um terreiro. Queria saber por que não dava nada certo em sua vida. Ao receber a mensagem, descobriu através de uma entidade então, qual era o problema:
         - Meu filho, sua vida não vai pra frente porque você não fez as oferendas que deveria. Surpreso o homem indagou:
- Fiz oferendas a todos os Orixás. Como posso não ter feito as oferendas que deveria?! Fui à cachoeira, agradei mamãe Oxum com Ipetê. Fui até o mar, a Yemanjá ofertei flores e perfumes. Nos campos, ofereci a Ogum um cará regado com muito dendê. A Yansã, arriei nos pés de um bambuzal nove acarajés. Em um lindo bosque, oferendei um sarapatel à Nanã e na Calunga deixei junto ao cruzeiro um alguidar com pipocas à Obaluayê. Xangô comeu um saboroso amalá que arriei na pedreira e a Oxossi, levei até as matas um banquete com abóbora, milho, côco e muito mais. E ao glorioso pai Oxalá, oferendei, em um lindo jardim, uma saborosa canjica coberta com muito mel. Agora pergunto: - Ainda faltou alguma coisa?!
- Faltou o principal, meu filho!
Quando você foi à cachoeira agradar a Oxum, pediu-lhe amor e lhe deu um Ipetê. Mas não ofertou o amor que ela esperava que tivesse pela sua religião, pelos seus antepassados e pelo seu semelhante. Nas águas de Yemanjá, você pediu que abençoasse sua família, mas não é só com flores e perfumes que se agrada a rainha do mar. É preciso que trate a todos os seus irmãos com respeito, pois somos todos uma só família. Nos campos de Ogum, não basta lhe dar um cará. Necessita-se ter a bravura de um guerreiro para suportar os desafios inerentes à vitória almejada. Os ventos de Yansã, que sacodem o bambuzal, trazem os ares da certeza que põem em ordem os corações duvidosos, levando os eguns desorientados, desde que os acarajés ali arriados sejam regados com o fogo da coragem e do entusiasmo. Nos bosques sagrados de Nanã, só se consegue adentrar com profundidade quem traz consigo não só o sarapatel, mas a sabedoria, pois sem ela não se pode se livrar do lamaçal da vida causado pela maledicência, geradora da falta de fé. Na casa do velho Obaluayê, o senhor das passagens, não adianta arriar o deburu (pipoca) se não vivenciar o que isto representa. É necessário mergulhar no fogo da intolerância, deixar a casca dura da vingança e saltar como uma linda flor. O amalá deixado na pedreira só agrada a Xangô se seu coração não estiver como uma pedra, pois assim não adianta pedir para ele aplicar a justiça sobre seus desafetos, porque você não evoluiu o suficiente para discernir justiça de vingança. Seria melhor ter pedido que o ensinasse a proceder com justiça para com o próximo. Para Oxossi, não era necessário um banquete. A fartura em sua vida virá quando você repartir com os menos favorecidos aquilo que você tem em abundância, pois quem reparte aquilo que tem, nuca lhe faltará. Quanto ao bondoso e cristalino pai Oxalá, requer-se muito mais que uma canjica para agradá-lo. Sua oferenda é o seu coração.
Não basta que a canjica esteja cândida; seu coração é que deve estar tomado da mais pura brancura. Você pediu paz, mas não agiu de forma pacífica durante toda a sua vida. E ainda disse que os trabalhos não deram certo.
Ora! Não foram os trabalhos, ebós, sacrifícios e oferendas que fracassaram. Avalie sua vida até os dias de hoje. Coloque um ponto final no modo egoísta de viver. Volte até o recanto dos Orixás e lhes peça todo o axé necessário para que suas mãos possam produzir neste mundo a paz, o amor, a fartura, a justiça, a coragem, a sabedoria e a força geradora das obras do bem. Somente após mudar sua própria maneira de agir, de modo a poder plantar e regar boas sementes, você poderá colher os frutos de um novo amanhecer. Até lá, faça com fé suas oferendas. Os guias espirituais estarão junto de você.
Mas nunca se esqueça que a maior oferenda que você pode dar, é o seu coração!