Povo de Rua




EXUS, POMBA-GIRAS E MALANDROS


           Os Exus de acordo com a crença religiosa, são espíritos de diversos níveis de luz que  nos médiuns. Quando incorporam, se caracterizam alguns com capas, cartolas, bengalas (masculinos), e saias rodadas, brincos, pulseiras, perfumes, rosas (femininos, também chamados de Pombo-giras). Mas não necessariamente os médiuns se utilizam destas vestimentas para a incorporação. Cada terreiro trabalha de uma forma diferente, alguns centros uniformizam a roupa dos médiuns, onde todos vestem branco.
Natureza e incorporação de exus.

Há quem creia que os exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que creem que os Exus podem também ser neutros ou maus. Observa-se que, muitas vezes, os médiuns dos terreiros de umbanda não têm uma idéia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião. Na verdade, essa entidade não deve ser confundida com os (obsessores), apesar de transitar na mesma Linha das Almas, sendo o seu dia a segunda-feira,ficam sob o seu controle os espíritos mais atrasados na evolução, que são orientados pelos exus para que consigam evoluir através de trabalhos espirituais feitos para o bem.

       O poder de comunicar e ligar confere a ele também o oposto, a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Possibilita-se a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, cemitérios, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas de entradas e saídas. Há algumas diferenças na maneira de ver exu no candomblé e na umbanda. No rimeiro, exu é como os demais orixás, uma personalização de fenômenos e energias naturais. Entram em transe nos médiuns (cavalos ou aparelhos). Na umbanda, quem incorpora nos médiuns, além dos caboclos, preto-velhos e crianças, são os Falangeiros de Orixás, representantes deles, e não os próprios. A umbanda considera os exus não como deuses, mas como entidades em evolução que buscam, através da caridade, a evolução. Em síntese, o grande agente mágico do equilíbrio universal. Também é o guardião dos trabalhos de magia, onde opera com forças do astral.

        "Também são considerados como "sentinelas","seguranças" que agem pela Lei, no submundo do "crime" organizado e principalmente policiando o Médium no seu dia-a-dia."

      
 Obedece a severa hierarquia nos comandos do astral, se classificando também como Exus cruzados, espadados e coroados.Esses espíritos utilizam-se de energias mais "densas" (materiais). Nota-se que essas entidades podem realizar trabalhos benignos, como curas, orientação em todos os setores da vida pessoal dos consulentes e praticar a caridade em geral. A condição de exu para um espírito é transitória, podendo este, uma vez redimidas suas dívidas perante a Lei Divina, seguir no mundo dos espíritos em escalas mais elevadas de evolução. Essas falanges, e outras, são a divisão ou escala à qual pertencem os espíritos.
     
   Os trabalhos malignos (os tão famosos "pactos com o diabo"), como matar por exemplo, não são acordos feitos com os exus, mas com os Kiumbas que agem na surdina e não estão sob a orientação de nenhum exu, fazendo-se passar por um deles, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda que são: existência de um Deus único, crença de entidades espirituais em evolução, crença em orixás e santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual, crença em guias mensageiros, na existência da alma, na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médium, e o uso de ervas e frutos. O objetivo é sempre proporcionar vibrações positivas que beneficiem e auxilie em dificuldades, através da fé e respeito ao próximo.



 Exu é neutro, não é bom nem mau, pode fazer o bem ou o mal, desde que a ele isso seja pedido e lhe seja dada em troca uma oferenda estabelecida (oferenda pode ser desde uma vela até a mais elaborada quando as entidades considerem que haverá muito esforço por parte deles). Quando faz o mal, a responsabilidade recai sobre ele, exu, e sobre quem lhe solicitou o mal. O verdadeiro exu não faz mal a ninguém, seu objetivo é auxiliar as pessoas com fé e respeito.Que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas, e combatendo o mal. Em seus trabalhos de magia, Exu corta demandas, desfaz trabalhos malignos, feitiços e magia negra, feitos por espíritos obscuros,Ajudam a limpar, retirando os espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.

      A Doutrina Espírita os trata como espíritos imperfeitos, almas dos homens que, por terem cometido crimes perante a Lei Divina, são submetidos a difíceis provas, cujo único objetivo é o de que possam compreender a extensão do mal que praticaram em outras vidas. Uma verdadeira casa de caridade é sempre reconhecida pela gratuidade dos serviços prestados a quem procura ajuda em um centro de umbanda. Alguns espíritos, que usam indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um espírito atrasado. É justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando trazê-los para suas falanges que trabalham visando à própria evolução.

O chamado "exu pagão" é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição. Já o exu batizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade. Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exu com espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores,às vezes, tentam mistificar, iludindo os presentes, usando nomes de "Guias".

     Para evitar essa confusão, não damos aos chamados "exus pagãos" a denominação de "exu", classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para os ditos "exus batizados" a denominação de "exu". Existem 7 hierarquias de 7 exus, denominados como exu coroados; São eles: Exu Sete Encruzilhada, Exu Veludo, Exu Tranca Rua, Exu Caveira, Exu Tiriri, Exu Marabô e Pomba Gira ou Pombo Gira (exu feminino),São exus evoluídos e chamados de exus coroados, porque eles podem trabalhar nas linhas de espíritos evoluídos. A Doutrina Espírita os trata como espíritos imperfeitos, almas dos homens que, por terem cometido crimes perante a Lei Divina, são submetidos a difíceis provas, cujo único objetivo é o de que possam compreender a extensão do mal que praticaram em outras vidas.

Uma verdadeira casa de caridade é sempre reconhecida pela gratuidade dos serviços prestados a quem procura ajuda em um centro de umbanda. Alguns espíritos, que usam indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um espírito atrasado. É justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando trazê-los para suas falanges que trabalham visando à própria evolução. O chamado "exu pagão" é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição. Já o exu batizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade.

 Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exu com espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores,às vezes, tentam mistificar, iludindo os presentes, usando nomes de "Guias". Para evitar essa confusão, não damos aos chamados "exus pagãos" a denominação de "exu", classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para os ditos "exus batizados" a denominação de "exu". Existem 7 hierarquias de 7 exus, denominados como exu coroados; São eles: Exu Sete Encruzilhada, Exu Veludo, Exu Tranca Rua, Exu Caveira, Exu Tiriri, Exu Marabô e Pomba Gira ou Pombo Gira (exu feminino). São exus evoluídos e chamados de exus coroados, porque eles podem trabalhar nas linhas de espíritos evoluídos, como na linha de Caboclos

A POMBA GIRA

   Na Umbanda, temos uma Linha de Entidades de Trabalho que se identificam como Pomba Gira (Pomba-Gira ou ainda Pombo Gira) e que atuam na chamada Esquerda. São espíritos humanos que tiveram várias encarnações e que, com o tempo, obtiveram a permissão da Lei Maior para se assentarem à Esquerda dos Orixás e trabalharem em favor da nossa evolução.

  

    Mas onde estaria a origem da palavra Pomba Gira?

  

Na Cultura Nagô-Iorubá, de onde vem o culto aos Orixás, não existe um Orixá Pombagira (Divindade) e nem uma Entidade Pombagira. A provável origem do nome Pombagira está numa Divindade da Cultura Bantu. Os povos Bantus (ou Bantos) ocupavam a região de Angola, Congo, Cabinda, que ficava ao lado do território do povo Sudanês, este correspondente aos Nagôs e Jejes. Entre os Bantos, predomina a Cultura Angola, na qual o idioma mais falado é o Kimbundu (ou Kimbundo). Dentro dessa Cultura Angola de língua Kimbundu, as Divindades são chamadas Inkices e entre elas há uma Divindade “Bombo Gila” ou “Bombo Njila” ou “Pambu Njila”, que é o Senhor ou Guardião dos caminhos e das encruzilhadas. Dessa designação pode ter derivado o nome Pomba Gira.Outros estudiosos afirmam que o nome Pombagira deriva de “Bombogira” (ou “Bombo Djiro”), Divindade da Cultura Angola que recebia oferendas nas encruzilhadas e caminhos e que às vezes era identificada como feminina e outras, como masculina.



A Pomba Gira na Umbanda



Dentro da Umbanda, o nome Pomba Gira pode ser traduzido como: mensageira dos caminhos à Esquerda. “Pomba” é um pássaro que já foi usado como correio (pombos-correios); e “gira” expressa a idéia de movimento, caminhada, deslocamento etc. Como essas Entidades atuam na Esquerda, vem o significado de mensageira dos caminhos à Esquerda. Logo no início da religião de Umbanda, as primeiras Entidades que se apresentaram foram os Caboclos, os Pretos Velhos e as Crianças. Em seguida vieram os Exus, que chegaram trazendo Entidades companheiras, as quais se identificavam como a Pomba Gira.  Assim como Exu é um guardião e protetor na Esquerda, Pombagira também é uma guardiã protetora atuante na Esquerda da Umbanda. Ela se apresentou como par natural de Exu e por esse motivo, no início das suas manifestações, se pensava que Pombagira fosse “mulher de Exu” e até “mãe de Exu Mirim”. Com o passar do tempo, a Espiritualidade foi esclarecendo melhor aquele tipo de manifestação, aumentando a nossa compreensão a respeito dessas Entidades. Há registros de que entidades com características semelhantes já se manifestavam no Brasil antes do advento da Umbanda. O pesquisador João do Rio, no livro “As religiões do Rio”, relata casos dessas manifestações nas chamadas “macumbas” cariocas. Porém, com características próprias, a presença de Pombagira se acentua na Umbanda nas décadas de 1960/70, coincidindo com os movimentos pela libertação feminina. Até então, historicamente, a mulher sempre teve um papel subalterno em nossa sociedade, marcadamente machista; sendo rotineiramente sufocada na sua expressão, pelo poder masculino. Contexto histórico, cultural e social no qual surge e se expande a presença de Pombagira na Umbanda― Não é demais lembrar que há questão de um século a legislação de muitos países permitia ao marido, até mesmo, matar a mulher que lhe fosse infiel. Porém, esse marido não poderia assassinar o homem que participou com ela da traição. Ou seja, as leis deixavam bem claro que o homem era “superior” à mulher; que a “culpa e o “crime” eram sempre da mulher e, portanto, ela merecia todos os “castigos e punições”...


     E o quê as Entidades Pombagiras têm a ver com isso?

Acontece que, justamente num período que coincide com os movimentos pela libertação feminina, as Pombagiras vieram com mais força na Umbanda, trazendo o arquétipo da mulher forte, destemida, segura de si, sensual (mas NÃO vulgar!), mostrando a força do poder feminino. Ao mesmo tempo, mostravam-se boas ouvintes e conselheiras. Envolventes, conseguiam fazer com que as pessoas lhes contassem seus problemas mais particulares e suas inseguranças, para então auxiliá-las. Com isso, as Pombagiras trouxeram um novo padrão de valor feminino para a sociedade, ajudando muitas mulheres a conquistarem autoconfiança e a recuperarem sua autoestima; e, indiretamente, auxiliavam a promover uma transformação do olhar masculino e de toda a sociedade para com as mulheres.

    Mais uma vez, nos deparamos com a Espiritualidade Superior buscando formas de nos ajudar a valorizar a figura da mulher e a quebrar mais um preconceito, levando a sociedade a avançar como um todo no caminho da fraternidade, da igualdade e do respeito ao outro.

O Mistério e a Entidade Pombagira na Umbanda

     Na Criação, encontramos o Princípio Masculino, o Poder e a Força Masculinos do Criador manifestados por meio dos Orixás Masculinos. É a Manifestação do aspecto “Pai” do criador.
Já o Princípio, o Poder e a Força Femininos do Criador são manifestados pelos Orixás Femininos (Oyá-Tempo, Oxum, Obá, Egunitá, Iansã, Nanã, Iemanjá). Manifestação do aspecto “Mãe” do Criador. E este mesmo Poder Feminino está presente em Pombagira. Seja, na Umbanda, Pombagira é também uma Manifestação do Sagrado Feminino; portanto, é uma Entidade que deve ser tratada com o mesmo respeito que dedicamos às demais. Na Umbanda, Pombagira é cultuada como Entidade de Trabalho, como Espírito que trabalha a serviço da Luz e que, portanto, só pode praticar o Bem, e ainda que às vezes o faça com mão forte...Como todas as Entidades, a atuação de Pombagira é sustentada por um Orixá. Este Orixá Sustentador manifesta um Mistério Divino e é chamado de Orixá Pombagira, porque não há outro nome conhecido para designá-Lo (visto que na Cultura Nagô, de onde provém o culto a Orixá, não existe uma Divindade com este nome).

    Assim, a Linha ou Grau Pombagira é sustentado por um Orixá que denominamos de Orixá Pombagira. Da mesma forma que cada Linha de Trabalho da Umbanda tem a sustentação de Orixás específicos, o mesmo acontece com Pombagira. E assim como há Caboclos, Pretos Velhos, Baianos etc., trabalhando na Irradiação de todos os Orixás, há Pombagiras de Oxalá, de Oxum, de Oxóssi etc., enfim, há Pombagiras de todos os Orixás.

   O Trono que corresponde ao Mistério Pombagira é denominado Trono do Estímulo ou do Desejo, pois esta é a Energia que Pombagira nos transmite, e com muita propriedade: o despertar do estímulo, do gosto pela vida, o “start” para levarmos avante os nossos esforços pela conquista de uma vida melhor, mais saudável e equilibrada, em todos os setores. O “desejo” que Pombagira desperta em nós não se refere ao campo unicamente sexual, como alguns pensam, mas tem uma conotação muito mais ampla. Sem estímulo, a pessoa não consegue caminhar em nenhum setor da vida. E no campo sexual, especificamente, Pombagira é a grande esgotadora dos desequilíbrios, dos entraves e bloqueios que possamos carregar em nosso íntimo, visto que a Energia sexual é Sagrada e, por isso mesmo, importante para o nosso equilíbrio geral. Pombagira muitas vezes revela o que está escondido, para promover o esgotamento desses negativismos.

   E por qual motivo Pombagira se apresentou, no início, como par natural de Exu? Exatamente porque Pombagira desperta nos seres o estímulo para agir, enquanto Exu vitaliza essa vontade, para que o objetivo seja alcançado.

  "Há muita desinformação a respeito de Pombagira, inclusive no meio umbandista"

     
Para alguns, seria uma Entidade capaz de fazer o mal (“amarrações”, trabalhos de magia negativa etc.). Grande equívoco! Uma Entidade que trabalha a serviço da Lei Maior não se presta a tais coisas. O que pode acontecer é que seres trevosos se aproveitem da malícia e despreparo do médium ou do consulente, ou de ambos, para, usando o nome de Pombagira, atenderem a caprichos inferiores. Mas aí a responsabilidade é dividida de forma igual entre quem pediu, o médium que serviu de intermediário e quem fez, e não das Entidades Pombagiras. Há também quem pense que Pombagira foi prostituta, mulher perdida etc. Assim, ela  viria trabalhar para “pagar um carma”, estando sujeita às nossas vontades. Outro engano! Pombagira é um espírito humano que teve várias encarnações. Que, como todo ser humano, cometeu erros. Mas que se arrependeu e se reergueu, obtendo a permissão Divina para trabalhar, usando da sua experiência em benefício da própria evolução e também da nossa, porque nos alerta sobre as consequências dos erros. Quem errou e reconheceu seus erros tem um grau de consciência apurado. E quem vem trabalhar como Guia de Umbanda tem um nível de evolução superior ao nosso!

    Ninguém pode afirmar, ao certo, quem foi Pombagira na sua última encarnação ou nas anteriores. E isso não interessa, na verdade. Aliás, quem somos nós para “julgar” quem vem nos ajudar? O que importa é que se trata de Espíritos a serviço da Luz e que, por já terem errado, conseguem entender os nossos erros humanos. Falam conosco “de igual para igual” (no sentido de compreensão) e podem nos ajudar no caminho da recuperação, a partir do momento em que assumirmos responsabilidade pelos nossos atos. Quando uma Entidade da Esquerda vem e nos conta um episódio do seu passado como encarnado, fala dos seus erros e das suas consequências quando deixou a carne, tudo isso nos serve de reflexão. Esse é um dos pontos de atuação de Pombagira em nosso favor, pois quando ela fala de erros, acertos e consequências, ela sabe do que está falando e nos transmite sinceridade e veracidade.

         "Quem conhece o caminho pode guiar quem vem atrás... "

A única maneira de quebrarmos os preconceitos que ainda existem em relação às Pombagiras é pelo estudo da natureza e finalidade do trabalho dessas Entidades dentro da Umbanda. Fiéis de outras religiões não têm obrigação de conhecer isso, embora devam nos respeitar, até por força de mandamento constitucional. Mas enquanto houver médiuns e consulentes umbandistas achando que podem pedir qualquer coisa a uma Pombagira; ou médiuns vestindo roupas escandalosas, com “decotão’, transparentes, barriga de fora, com maquiagem e adornos excessivos, e requebrando de maneira vulgar por aí, e fazendo isso “em nome de Pombagira”; enquanto isso continuar acontecendo, será difícil que a Umbanda obtenha o respeito das pessoas de fora da religião. E dentro da religião essas práticas absurdas só abrem caminho para a manifestação de seres trevosos, mentirosos e enganadores, que nada mais são do que afins com aqueles que deturpam o nome da Umbanda. Semelhante atrai semelhante...

    "Na Umbanda, quando a POMBAGIRA se manifesta, estamos diante do:

 "SAGRADO FEMININO"

    Por detrás daquele Espírito que vem trabalhar, há um Orixá Sustentador, há um Mistério da Criação Divina. Há também outros Pais e Mães Orixás Irradiadores, a amparar e indicar o campo específico de trabalho de cada Pombagira. Enfim, na atuação de Pombagira há todo um Caminho Sagrado nos envolvendo, ao qual devemos amar, honrar e respeitar, dentro e fora da religião.

LAROYÊ, POMBAGIRA! POMBAGIRA MOJUBÁ!
SALVE O ORIXÁ POMBAGIRA!
SALVE TODAS AS SENHORAS POMBAGIRAS DE UMBANDA!

Nomes simbólicos: Pombagira das Sete Encruzilhadas; Pombagira das Sete Praias; Pombagira das Sete Coroas; Pombagira das Sete Saias; Pombagira dos Sete Caminhos; Pombagira das Matas; Rosa Negra; Dama da Noite; Maria Molambo; Maria Padilha; Pombagira das Almas; Pombagira dos Sete Véus; Pombagira Cigana; Rosa Caveira; Sandália de Prata; Pombagira Rainha; Maria Quitéria; etc.

 Dia da semana: Não há um dia específico. A designação de um dia, em cada Terreiro, pode estar relacionada ao Orixá que rege mais diretamente o trabalho da Entidade que comanda essa Linha naquela Casa.

Campo de atuação: Estimular os seres nos Sete Sentidos da Vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração); desbloqueio de energias densas no campo da sexualidade; limpeza energética; quebra de magias negativas.

 Ponto de Força: No geral, as encruzilhadas em forma de " T"  e os caminhos. No particular, o ponto de força do Orixá que as rege mais diretamente.

Cor: Preferencial: Vermelho. Algumas usam o bicolor vermelho/preto.

Elementos de trabalho: Punhal; pembas vermelhas; ervas; alguidar envernizado com pedras (Coralina, Ametista, Pirita, Mica Rosa, Granada, Ágata de Fogo, Vassoura da Bruxa etc.); búzios; moedas de cobre e/ou douradas; fitas e linhas vermelhas; sementes de olho de boi e olho de cabra; incensos; velas vermelhas.

Ervas: Preferenciais: Patchuli, malva rosa, rosa vermelha, amora, hibisco, pitanga. Outras: Canela, casca de alho, casca de cebola, folhas de bambu, folhas de laranja e de limão, raízes, pimentas, olho de cabra, olho de boi, garra de Pombagira, quebra demanda, espadas de São Jorge e de Santa Bárbara, comigo-ninguém-pode, erva-de-bicho, arruda, aroeira, guiné, losna, arnica, manjericão roxo, pinhão roxo, dandá da costa, tiririca, folha de café, peregum roxo, gengibre, folha de manga, folha de goiaba, pára-raio, picão preto, eucalipto, folha de pinheiro.

SementesOlho de cabra e de boi. 
Fumo/defumação: Cigarrilha; fumos de ervas específicas enroladas na palha ou queimadas diretamente.
Incenso: Rosa vermelha, dama da noite, canela, jasmim. 
Pedras: As Pedras vermelhas e rosas, tais como: Mica Rosa, Granada, Geodos de Ágata de Fogo. Algumas Guardiãs também trabalham na energia da Pirita e da Vassoura de Bruxa. (Fonte: Angélica Lisanty, “Os Cristais e os Orixás”, Madras Editora.)
Frutas: Morango, cereja, maçã, romã, acerola, pêssego, laranja, limão; frutas ácidas e vermelhas em geral.
Flores: Rosas vermelhas.
Saudação: Laroyê, Pombagira! Pombagira Mojubá! (Repetir a saudação  três vezes. Em cada vez, bater paô: deixando o polegar de fora, bater três vezes os outros quatro dedos da mão direita sobre o centro da palma esquerda. Esta repetição, de três em três, tem o significado de acionar o poder multiplicador do número três; número que é usado sempre que nos dirigimos ao Sagrado.)

O MALANDRO

   
A Linha dos Malandros da Umbanda traz para dentro do ambiente Sagrado os excluídos da sociedade. Espíritos que em alguma encarnação, por conta do preconceito racial, foram considerados párias e marginalizados pela sociedade, mas que lidaram com essa adversidade sem perder sua Fé, sua identidade e seu bom humor, certamente que já apresentavam um bom nível pessoal de evolução. E após desencarnarem  continuaram suas evoluções, até alcançarem um Grau perante a Espiritualidade, o qual lhes permitiu voltar à Terra na condição de Guias Espirituais, para nos reconduzir ao Divino.Ao mesmo tempo, a Linha dos Malandros simboliza a aproximação dos excluídos com o Divino e ainda, para todas as pessoas, a possibilidade de uma reflexão sobre o preconceito e as exclusões sociais.

     Mas, afinal, alguns se perguntam o quê um “malandro” teria para nos ensinar, qual seria a sua contribuição dentro da religião? Primeiro, cabe lembrar que não estamos falando do “malandro” no sentido vulgar da palavra. Os Espíritos que se apresentam na Umbanda dentro da Linha que corresponde ao Grau Malandro (com “M” maiúsculo!) vêm nos ensinar a flexibilidade, a capacidade de adaptação diante dos obstáculos, o “jogo de cintura” e o bom humor, que se obtêm através do sentimento de Fé na Vida e em si mesmo e do equilíbrio das emoções, dos pensamentos e dos sentimentos. De alguma forma, em algum momento das suas existências, eles vivenciaram tudo isso e podem nos auxiliar.

Os Malandros nos ensinam: que a vida é feita de experiências e toda experiência visa a nos ensinar algo de positivo; que não há obstáculos insuperáveis, pois isso nos condenaria à destruição, o que é inconcebível porque não há “morte” em nenhum ponto do Universo e sim, transformações que promovem renovação e evolução constantes;q ue é preciso confiar nas Leis da Vida e manter a alegria e o bom humor, para estar em sintonia com faixas vibratórias positivas e atrair a cura espiritual, emocional, mental e física, pois todo filho de Deus é um co-criador. Sua linguagem é altamente simbólica. Muitas vezes, eles falam conosco e comparam a vida a um jogo de cartas ou de dados:

 Nesse “jogo”, uma “jogada” ruim seria um imprevisto, uma adversidade. O que não significa a perda da partida (motivo para desespero, descrença e desistência), pois a próxima “jogada” (a nova oportunidade, o próximo passo) poderá ser melhor, só depende de nós; é preciso estar atento a cada passo, observando o “adversário” (o desafio externo, bem como os próprios pensamentos, convicções, emoções e sentimentos), para se enfrentá-lo em melhores condições e se alcançar “a vitória”; onde “A vitória” pode ser a superação do obstáculo em si. Mas a grande “vitória” é o entendimento das causas da dificuldade e a aceitação da nossa responsabilidade por essa realidade que de algum modo criamos. O erro ensina e nos dá oportunidade de recomeçar e acertar;

   No caso de uma derrota, saber esperar outra oportunidade e tentar de novo, sem nunca desistir. Podemos “virar o jogo” através da persistência, da alegria e da Fé no amanhã. É a valorização da vida, da própria existência, do momento atual e de cada momento. O seu “gingado”, a sua musicalidade, a sua dança e a sua “malandragem” não são simples repetição das características “dos malandros do mundo”, vamos dizer assim. Esses Espíritos não estão entre nós para fazer apologia do que foram, possivelmente, em alguma encarnação, mas para nos ensinar o que é possível extrair das lições da vida. A grande “malandragem” que eles nos ensinam é como sermos flexíveis, nos desapegando e abrindo mão de idéias antigas, para nos renovarmos a cada dia; encarar a vida com leveza, sem guardar rancores e levar tudo para o campo pessoal; não perder o humor e estragar um dia por causa de um obstáculo, por maior que pareça; aprender com os próprios erros, para não repeti-los, pois quem anda atento na vida não vive caindo em buraco...

    No aspecto social, a Linha dos Malandros simboliza a inclusão de negros, mulatos e mestiços que viviam marginalizados em nossa sociedade desde o período pós-abolição. Claro que os Espíritos que tiveram uma encarnação assim, como excluídos, continuaram evoluindo e não precisam ser “incluídos em nosso meio social”. Nós é que precisamos refletir sobre as exclusões que já aconteceram e ainda acontecem por aqui, baseadas em preconceitos, para não repeti-las. E só alcançaremos isso a partir de uma conduta fraterna e de respeito integral ao “outro”. Por outro lado, a presença desses Espíritos nos Terreiros de Umbanda, acolhendo a todos com sua alegria e suas magias, é um braço de atração dos mais humildes, que se identificam com essa maneira despojada de ser, despertam a autoconfiança e podem melhor se  expressar e progredir. Existiria melhor exemplo de “aprender com os erros”?

     Quanto à questão social, vale lembrar que a “abolição” da escravatura não pôs fim ao preconceito racial. Historicamente, continuou existindo em nosso país um preconceito velado em relação aos homens e mulheres de pele negra, aos mulatos e aos mestiços.

Não se pretende, aqui, discutir a validade da Lei Áurea, que libertou os escravos no Brasil, enquanto ferramenta jurídica. Na época, o advento dessa Lei foi importante porque seus infratores passaram a ser considerados criminosos, e isto encerrou um capítulo sombrio do nosso passado. Mas o entendimento de que todos somos filhos de Deus e iguais perante a Lei e a Justiça Divinas não é algo que se alcance por meio de leis humanas, por mais bem intencionados que estejam os seus autores. Isto só se alcançará com a expansão de consciência de cada ser humano, com o decorrer do tempo e a vivência das lições que a Vida Maior nos proporciona. A “libertação” de opressores e oprimidos vem da expansão da consciência: conhecendo sua origem e natureza Divina, o ser humano se desinteressa pelo desejo de posse a qualquer custo e, aí sim, começa a se “humanizar”, começa a compreender a razão de existirmos e a agir como quem é Um com o Todo.

    Enfim, com o decreto da abolição no Brasil, um imenso contingente de homens e mulheres recém libertos não conseguia uma colocação de trabalho remunerado. Antigos escravocratas defendiam a idéia de que os negros só renderiam se forçados a trabalhar, como no tempo da escravidão. Houve uma propaganda intensa no sentido de que seria muito melhor trazer para cá os colonos europeus, obviamente brancos. Os europeus vieram e ocuparam a maior parte das colocações de trabalho, sendo sempre preferidos em relação aos ex-escravos. Destes últimos, a maioria ficava sem uma ocupação condigna e sem acesso às escolas e a um aprimoramento, enquanto alguns conseguiam apenas ocupações menores. Em consequência, pouco a pouco se formaram os primeiros grandes grupos de pessoas colocadas a viver à margem da sociedade brasileira.

     Depois da abolição dos escravos e no correr dos anos, a idéia de que os negros e seus descendentes eram preguiçosos e menos capazes de aprender do que os brancos foi um pensamento disseminado em boa parte do nosso meio social. Fato é que a mão-de-obra escrava sempre deu conta de enriquecer os que dela se utilizavam; sinal de que os escravos, mesmo em condições absolutamente adversas, tinham competência no que faziam... Mas por toda a parte, no mundo, então se insinuava uma perigosa teoria: a “da supremacia racial branca”, que de certa forma contaminou o nosso país.

     Existia no Brasil, à época, um clima de discriminação muito pesado, embora silencioso. Não havia, propriamente, episódios de violência física contra os negros, mulatos e mestiços, ao contrário do que ocorria em muitos países. Mas os costumes sociais sinalizavam no sentido de que era preciso “alisar o cabelo” para se ter boa aparência; que a música, a dança e o gingado dos negros “não eram boa coisa” etc. etc. Essa propaganda infeliz pretendia fazer com que os negros, os mulatos e os mestiços negassem sua identidade, forçando-os a “um branqueamento”. Afinal, para os opressores de sempre, a grande meta era continuar a escravizar e a melhor forma de fazer isso era pela via indireta, ou seja, fazendo com que os excluídos se sentissem inferiores e se colocassem em posição subalterna perante a sociedade que “os libertara”. Irônico? Não, apenas triste, muito triste esse capítulo da história do nosso país...
  
 De alguma forma, os poderosos da época continuaram a vender a idéia de que aquelas pessoas eram inferiores. Os ideais dos Inconfidentes e dos Abolicionistas, que algum tempo antes comoveram e convenceram a muitos sobre o absurdo da escravidão humana, culminando com o advento da Lei Áurea, aqueles ideais agora ficavam para trás, esquecidos, sepultados sob a voracidade da sede de poder dos capitalistas extremados. Tudo o que importava era o lucro pelo lucro. Desqualificando, dessa forma, a mão-de-obra dos recém “libertos”, os detentores do poder político-econômico tomavam-lhes força de trabalho em troca de quase nada, porque muitos se sujeitaram a isso para não morrer de fome...

       De qualquer maneira e de modo geral, aquelas pessoas e seus descendentes não eram bem vistos. E, com o tempo, vão surgindo as rodas da marginalidade. Não, necessariamente, a marginalidade do crime. Mas uma condição de vida à margem do quadro social. A música e a dança apreciadas por aqueles que a sociedade marginalizava não eram bem vistas, nem as suas atividades de recreação (jogos, carteado, capoeira etc.); e então surgiram grupos localizados para essas atividades. Frequentá-los, muitas vezes, era motivo bastante para ser alvo da polícia. Obviamente que esses lugares acabavam atraindo também pessoas já antes voltadas para o crime. Esses locais acabaram por tornarem-se perigosos o bastante para explicar que muitos de seus frequentadores andassem armados, ainda que não fossem propriamente criminosos. Daí dizer-se que os “malandros” andavam com faca ou navalha etc.

    Quando se fala em “malandro”, na linguagem cotidiana, a primeira idéia que nos ocorre é a do boêmio, do jogador inveterado de cartas ou de dados, do amante da noite, da música e das rodas de danças, que vivia de expedientes, carregava navalha ou faca e fugia da polícia. O “malandro” carioca faz lembrar aquele que vivia na Lapa, que gostava de samba e passava as noites na gafieira, chegando a ser personagem de peças teatrais, de músicas e de muitas histórias. Já o “malandro” de Pernambuco vivia nas danças do côco e do xaxado, passando as noites no forró. O que eles têm em comum? Eram todos marginalizados pela sociedade, vistos como “gente à toa”. Porém, sobreviveram a esse clima adverso, vivendo sem acesso a uma boa instrução ou a bons empregos; nem sempre conseguiram, senão com muita dificuldade, dar alguma instrução aos filhos. Nem por isso perderam a alegria, o gosto pela música e pela dança, pelo carteado, pela conversa noite adentro, de alguma forma conseguindo manter suas raízes religiosas e tradições ancestrais, dando “um jeitinho” de ser felizes.

Por trás dos arquétipos da Umbanda, vamos encontrar, no mais das vezes, a Mão da Espiritualidade Superior a corrigir grandes equívocos e injustiças sociais e a nos fazer refletir, enquanto nos auxilia nos problemas do cotidiano. E hoje temos, na presença da Linha de Malandros, uma excelente oportunidade de refletir sobre algumas questões, em especial: primeiro, que nem tudo que parece ruim de fato o é; e segundo, que de tudo se pode extrair algo de bom e de positivo. Do que poderia ter sido uma experiência de todo ruim, esses Espíritos extraíram uma lição de flexibilidade. E aquilo que para uma sociedade hipócrita parecia ser neles um mal era, muito ao contrário, a prova de valor de um povo que manteve fidelidade às suas raízes e não se deixou vencer pelo meio hostil. Os Malandros vêm até nós, pelas Mãos do Alto, para nos ensinar “a boa malandragem”: fazer limonada com os limões azedos que recebemos dos outros; escorregar e levantar rapidinho, sem perder a compostura e a elegância, e já sair dançando e cantando; aprender jogar “o jogo da vida” e ser um bom parceiro de jogo, aprendendo a rir das tristezas e de si mesmo; assumir ser o que se é, sem hipocrisias, e fazer todo o Bem que se possa; não se prender a padrões e valores externos, mas ficar centrado em si mesmo e na sua Fé, sem nunca desacreditar da Vida Maior, cujo amparo permeia todos os nossos caminhos diários. Pensar que os Malandros podem nos ensinar tudo isso brincando, de um jeito tão despojado, é o bastante para se quebrar velho ditado que dizia: ”de onde não se espera é que não sai nada”. Porque as aparências enganam!...

   Então, não vamos viver de aparências e nem pelas aparências. Vamos viver a vida com Amor, Respeito e Fé. Vamos acreditar em nosso poder interior, que é Deus em nós. Vamos aprender a nos centrar e a nos conhecer intimamente, despertando nossas capacidades e valores acumulados ao longo desta e de outras encarnações e que ainda dormem dentro de nós, mas que podem ser despertados pelo nosso querer, por nossa vontade de superar as dificuldades, por nossa firme determinação de curar nossos pensamentos menos felizes e de encontrar respostas para as nossas necessidades, para enfim chegarmos a um caminho de felicidade, aqui e agora. Quando se está na frente de um Malandro da Umbanda, é bom que a gente reflita sobre isso.

   Essas Entidades estão entre nós por um recurso da Misericórdia Divina, trabalhando pela continuidade da própria evolução e também em nosso favor. Então, nada de o consulente adotar “julgamentos apressados”, no sentido de que se poderia pedir a eles algum mal, um trabalho de magia negativa ou coisa do gênero. E nós, médiuns, não podemos cair na bobagem de achar que podemos dar vazão aos nossos impulsos menos nobres e começar a usar de palavreado chulo, ou desandar a beber e a fumar etc. etc., sob o pretexto de que foi “o malandro” (aqui, com “m” minúsculo, porque um Malandro, um Guia de Umbanda, não faz isso nunca!...).

Vamos recordar que os Malandros são Espíritos a serviço da Luz que vêm nos guiar, orientar e auxiliar; e que um Guia é sempre alguém mais elevado do que nós. Precisamos nos conduzir com honra, respeito, devoção e gratidão aos nossos Guias de Umbanda, para darmos continuidade à nossa evolução. É preciso estar no Terreiro, com em qualquer Templo, de alma e corpo presentes, por inteiro, pra valer.  Os Malandros são simples, amigos, leais e verdadeiros. Mas se alguém pensa que pode enganá-los, então é desmascarado sem a menor cerimônia e na frente de todos, porque os Malandros não toleram a maldade, a injustiça ou a tentativa de se enganar aos mais fracos. Nos Terreiros que adotam vestimentas características, quando incorporados em seus médiuns, os Malandros se apresentam vestidos com camisas listradas, alguns com camisas de seda, outros de terno e gravata brancos e chapéu ao estilo Panamá e às vezes de palha. Usam sapatos brancos, ou então bicolores (branco/preto; preto/vermelho) e gravata vermelha. Alguns usam cartola; outros, uma bengala (cajado).


   Manipulam magisticamente fumos como charutos e cigarrilhas; e bebidas que vão desde aguardente, batidas, batida de côco, conhaque até uísque. São cordiais e alegres. Parecem dançar a maior parte do tempo, mas com seus movimentos estão é recolhendo negatividades e purificando as pessoas e o ambiente.


  Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los. Trabalham para curar, desmanchar magias negativas, proteger e abrir caminhos. Atuam muito na cura de problemas de cunho espiritual e emocional, particularmente no campo das chamadas doenças mentais (ansiedade, fobias, depressão, síndrome do pânico, compulsões, esquizofrenia etc.), pois seu magnetismo é bastante eficaz sobre os distúrbios originários de desequilíbrios do Sentido da Fé.

   De modo geral, os Malandros se apresentam com uma fita vermelha no chapéu. Mas os que atuam na cura usam uma fita branca, símbolo do curador, ligado ao Pai Oxalá.  Dentro da Linha existem também as manifestações femininas, das quais Maria Navalha e Maria do Cais são os exemplos mais conhecidos. Como regra geral, os Malandros não são Exus. São Entidades que integram Linhas de Trabalho distintas. Mas alguns Malandros se manifestam nas sessões de Esquerda, junto com os Exus.


  Uma figura bastante conhecida dentro desta Linha é Seu Zé Pelintra. Seu Zé, como é conhecido popularmente, é uma Entidade peculiar, pois tanto se manifesta na Direita quanto na Esquerda. Na Direita, ele vem como Malandro mesmo, ou como Baiano, ou ainda como Preto Velho quimbandeiro (isto é, voltado para o corte de magias negativas). E pode vir na Esquerda, como Exu. Por que será? Ora, uma das grandes características dos Malandros não é a flexibilidade? Pois então... Seja como for, ele é um Guia a serviço da Luz.


   Já no Catimbó, Zé Pelintra é “doutor”, é um curador, é um Mestre da Jurema bastante respeitado.  Na Jurema, Seu Zé Pelintra não tem a conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de Esquerda, porque os Mestres da Jurema têm essa capacidade de pode vir tanto na Direita quanto na Esquerda. Na Esquerda, os Mestres vêm para cortar o mal. No Catimbó, Seu Zé usa bengala (que pode ser qualquer cajado), cachimbo e faz uso ritualístico da cachaça. Dança côco, baião e xaxado e abençoa a todos, que o abraçam e o chamam de padrinho. A personagem principal da “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque de Holanda, ao que consta, foi baseada nos modos e trejeitos de Seu Zé Pelintra.

ze_pilintra_by_peff7
Contam-se muitas estórias sobre quem teria sido Zé Pelintra quando encarnado. Alguns dizem que viveu em Pernambuco, outros afirmam que viveu no Rio de Janeiro. Porém, não podemos nos esquecer de que dentro da Linha dos Malandros, como nas demais Linhas de Trabalho da Umbanda, estão agrupados espíritos que tiveram encarnações diferentes entre si. O ponto central é sabermos que esses Espíritos não estão presos a seus antigos nomes e sim, que foram agrupados a partir de suas afinidades vibratórias e evolutivas e de suas especialidades (campos de atuação). Quanto à sua morte, autores discordam sobre como esta teria acontecido. Afirma-se que ele poderia ter sido assassinado por uma mulher, um antigo desafeto, ou por outro malandro igualmente perigoso. Porém, o consenso entre todas essas hipóteses é de que fora atacado pelas costas, uma vez que pela frente, afirmam, o homem era imbatível


Nomes Simbólicos: Zé Pelintra, Zé Malandro, Zé do Côco, Zé da Luz, Zé de Légua, Zé Moreno, Zé Pereira, Zé Pretinho, Malandrinho, Camisa Preta, Camisa Listrada, Sete Navalhas, Malandro do Morro.
Algumas Entidades Femininas que se manifestam nesta Linha: Maria do Cais, Maria Navalha.

Dia da semana: Não há um dia específico, tendo em vista que a Linha tem um campo de atuação muito vasto e se manifesta tanto na Direita quanto na Esquerda. Os Malandros que trabalham na cura costumam ser mais associados ao sábado, regido por Saturno e Urano, planetas relacionados ao Orixá Obaluayê. Já os que trabalham no corte de demandas têm uma associação mais direta com a terça-feira, regida por Marte e relacionada aos Orixás Ogum, Yansã e Omolu.
Campo de atuação: Limpeza energética, purificação e equilíbrio; quebra de preconceitos; desapego; corte de magias negativas; abertura de caminhos para a prosperidade em geral (espiritual e material); cura espiritual, emocional, mental e física.
Ponto de Força: O Ponto de Força dos Malandros é na subida de morros, nas esquinas e encruzilhadas, aos pés de coqueiros e até em cemitérios, dependendo do seu campo específico de atuação.
Cor: Branco/preto; branco/vermelho; vermelho/preto.
Guias ou colares: Suas guias ou colares podem ser de vários tipos, tais como: confeccionadas com coquinhos; de contas de porcelana vermelhas e pretas, ou vermelhas e brancas, ou ainda pretas e brancas; de sementes (olho de cabra, olho de boi, obi branco); de pedras; de palha da costa com búzios.
Elementos de trabalho: Baralho, moedas, dados, palitos, palha da costa, pedras, pembas, sumos de ervas, barbante, linhas, fitas, búzios, sementes, côco, água de côco, terra, dendê, azeite de oliva.
Ervas: Quebra demanda; arruda; guiné; comigo-ninguém-pode; aroeira; palha da costa; levante; anis estrelado; algodoeiro; tapete de Oxalá; alecrim; jasmim; manjericão roxo; folha de bambu; folhas de laranja e de limão; folha de café; folha e semente de cacau; folha de beterraba; rama de cenoura; café em grão e em pó; urucum; folha de pitanga; folhas de palmeira e de coqueiro; folha de bananeira; tiririca; barba de velho; raízes; cipós; cabelo e palha de milho; louro; losna; agrião; coentro; orégano; noz moscada; pára-raio; espada de São Jorge; espada de Santa Bárbara; lança de São Jorge; mentas (vários tipos de hortelã); boldos (vários tipos); ervas amargas; salsinha.
Sementes: Olho de boi, olho de cabra, obi branco (ou noz de cola).
Fumo: Charutos, cigarrilhas, fumo de corda, ervas enroladas na palha.
Pedras: Variam, dependendo da forma de manifestação da Entidade Malandro.

 Para os que vêm como Baianos: Quartzo branco leitoso; Cristal; Jaspe Vermelho; Granada; Citrino; Pirita; Topázio Imperial. No geral, as pedras brancas, vermelhas e amarelas- embora eles possam manipular muitas pedras diferentes, de acordo com a necessidade do trabalho.
Para os que vêm na Esquerda: Ágata Preta, Turmalina preta, Vassoura da Bruxa, Ônis, Quartzo Fumê, Mica Preta.
Para os curadores: Pedras brancas (Quartzo Branco transparente e leitoso, Calcita Ótica, Topázio Branco); Pedras índigo (Lápis-Lazúli, Sodalita) e ou Pedras violetas (Ametista, Cacochinita, Fluorita Lilás).
Flores: Rosas e cravos vermelhos e brancos; flores vermelhas e amarelas.

FONTE: Angélica Lisanty, livros: “Os Cristais e os Orixás”, 2088, páginas 83/85; “Elixir de Cristais”, 2006, páginas 101/113, ambos da Madras Editora.


5 comentários:

  1. Oh! Todos os 7 Benditos Exús Coroados! Saravá! Salve! Laroiê! Ave! Mojubá! Motumbá! Mukuiu! Kolofé! Viva! Alupô! Pavanã! Namastê! Shalom! Om Shanti! Jaya Ahow! Alupandê! Modibau! Malê, Malembe (Maleime, Maleme), Agô! Eterna, Infinitamente, Agradecido, Grato (Mesmo), de coração, por tudo de bom, a mim, por tudo, Sempre a meu favor (e Jamais contra mim)! Peço-Vos, encarecidamente, que eu tenha: Saúde, Astúcias (Espertezas, Inteligências, Sagacidades, Vivacidades), Proteções (muitas), a mim! Sempre (Mesmo)! Assim Seja! Assim Se Faça (Sempre, Mesmo)! E, Nunca (Mesmo) Se Desfaça! Axé, Axé, muito Axé!...

    ResponderExcluir
  2. Oh! Sempre! Todos os Benditos 7 Exús MARABÔ (das Sete Encruzilhadas, das Matas, das Almas, da Calunga, do Cruzeiro, Cigano, Toquinho)! Sempre! Todos os Benditos Exús MARABÔ das Sete Cabaças e do Dendê! Sempre! Bendito PUT SATANAKIA! Sempre! Laroiê, Mojubá, Pavanã! Sempre! Malê, Malembe (Maleime, Maleme), Agô! Sempre! Eterna, Infinitamente, Agradecido, Grato (Mesmo), de coração, por tudo de bom, a mim, por tudo, Sempre a meu favor (e Jamais contra mim)! Peço-Vos, encarecidamente, que eu tenha: Astúcias (Espertezas, Inteligências, Destrezas, Ardis), Saúde, Proteções (muitas, mesmo, demais, definitivamente), a mim! Sempre (Mesmo)! Assim Seja (Amém)! Assim Seja Feito (Demais, Mesmo, Sempre, Definitivamente)! E, Nunca (Mesmo) Seja Desfeito! Axé, Axé, muito Axé!...

    ResponderExcluir
  3. Oh! Sempre! Meu Bendito, Forte, Poderoso (Grandioso, Generoso, Glorioso, Vitorioso)! Sempre! Exú MARABÔ! Sempre! Laroiê, Mojubá. Pavanã, Modibau, Alupô, Alupandê, Saravá (Salve, Motumbá, Ave, Mukuiu, Viva, Kolofé, Namastê, Shalom, Om Shanti, Jaya Ahow)! Sempre! Malê, Malembe (Maleime, Maleme), Agô! Sempre! Eterna, Infinitamente, Agradecido, Grato (Mesmo), de coração, por tudo de bom, a mim, por tudo, Sempre a meu favor (e Jamais contra mim)! Mesmo! Peço-Vos, por favor, que eu tenha: Astúcias (Espertezas, Tenacidades, Destrezas), Saúde (Curas), Proteções (demais), por tempo demais, a mim! Sempre (Mesmo)! Assim Seja! Axé, Axé, muito Axé!...

    ResponderExcluir
  4. Oh! Sempre! Benditos Exús Batizados, Coroados (Marabô = Put Satanakia, Tranca-Ruas = Tarchimache, Tiriri = Fleruty, Rei das Sete Encruzilhadas = Astaroth, Veludo = Sagathana, Gira-Mundo = Segal, Caveira = Segulath)! Sempre! Laroiê! Sempre! Malê! Sempre! Eterna, Infinitamente, Agradecido, Grato (Mesmo), de coração, por tudo de bom, a mim, por tudo, Sempre a meu favor (e Jamais contra mim)! Mesmo! Peço-Vos, por favor, que eu tenha: Astúcias, Tenacidades, Energias, Forças, Poderes, Poderios, Proteções (demais), por tempo demais, a mim! Sempre (Mesmo)! Sempre a meu favor (e Jamais contra mim)! Assim Seja (Amém)! Assim Se Faça (Mesmo)! E, Nunca (Mesmo) Se Desfaça! Axé, Axé, muito Axé!...

    ResponderExcluir
  5. Eterna, Infinitamente, Agradecido, Grato (Mesmo), de coração, a Todos os Exús, que me ajudaram e/ou me ajudam! Sempre! Especialmente, aos que mais me ajudaram e/ou mais me ajudam! Sempre! E, mais aos 7 Exús Marabô! Sempre! Laroiê! Sempre! Malê! Sempre! Axé, Axé, muito Axé! Assim Seja! Assim Se Faça (Sempre)! E, Nunca Se Desfaça!...

    ResponderExcluir