Orixás




O QUE SÃO ORIXÁS?

           O planeta em que vivemos e todos os mundos dos planos materiais se mantêm vivos através do equilíbrio entre as energias da natureza. A harmonia planetária só é possível devido a um intrincado e imenso jogo energético entre os elementos químicos e energéticos que constituem estes mundos e entre cada um dos seres vivos que habitam estes planetas.
          Um dado característico do exercício da religião de Umbanda é o uso, como fonte de trabalho, destas energias. Vivendo no planeta Terra, o homem convive com Leis desde sua origem e evolução, Leis que mantêm a vitalidade, a criação e a transformação, dados essenciais à vida como a vemos desenvolver-se a cada segundo. Sem essa harmonia energética o planeta entraria no caos.
O fogo, o ar, a terra e a água são os elementos primordiais que, combinados, dão origem a tudo que nossos corpos físicos sentem, assim como também são constituintes destes corpos.
Acreditamos que esses elementos e suas ramificações são comandados e trabalhados por Entidades Espirituais que vão desde os Elementais (espíritos em transição atuantes no grande laboratório planetário), até aos Espíritos Superiores que inspecionam, comandam e fornecem o fluido vital para o trabalho constante de CRIAR, MANTER e TRANSFORMAR a dinâmica evolutiva da vida no Planeta Terra e seus habitantes.
A esses espíritos de alta força vibratória chamamos ORIXÁS, usando um vocábulo de origem Afro. Na Umbanda são tidos como os maiores responsáveis pelo equilíbrio da natureza, condutores das qualidades divinas e responsáveis pela dinâmica da evolução. São conhecidos em outras partes do mundo como "Ministros" ou "Devas", espíritos divinos de alta vibração evolutiva que cooperam diretamente com Deus, fazendo com que Suas Leis sejam cumpridas constantemente.
O uso de uma palavra que significa “dono da cabeça” (ORI-XÁ) mostra a relação existente entre o mundo e o indivíduo, entre o ambiente e os seres que nele habitam. Nossos corpos têm, em sua constituição, todos os elementos naturais em diferentes proporções. Além dos espíritos amigos que se empenham em nossa vigilância e auxílio morais, como nosso Anjo de Guarda e nossos Guias, somos vibrados e irradiados por esses Seres Divinizados no ensejo de nos comunicarem as qualidades divinas que nos impulsionam para frente e para o Alto, na conquista da paz e da alegria. Apesar de recebermos a influência constante de todos os Orixás, somos influenciados e filiados, de forma especial, por três deles que refletem, em nossa encarnação, os poderes e as energias Divinas, é o que chamamos de Eledá. É o nosso Orixá pessoal, que cuida do equilíbrio energético, físico e emocional de nossos corpos físicos e astral, que denominamos de Olori, ou seja: Olo= Senhor, Ori= cabeça (Senhor da cabeça). Esse Orixá é coadjuvado por mais dois, denominados de adjuntores (juntores), que significa auxiliares, é o nosso Ossi e Otum, direita e esquerda do nosso triângulo do Eledá.
Nós, seres espirituais, manifestando-se em corpos de matéria, somos influenciados pela ação dessas energias desde o momento da nossa criação por Deus. Desde o momento em que nossa personalidade começa a ser definida, essas energias divinas e seus regentes nos abraçam com amor e nos apontam e orientam no caminho da evolução. Essas vibrações, em cada encarnação, vão formar o que chamamos de "arquétipo", conformando nossa personalidade à energia vibrada dominante.
Ao Regente dessa energia predominante, definida no nosso nascimento, denominamos de nosso Orixá pessoal, "Chefe de Cabeça", "Pai ou Mãe de Cabeça", ou o nome esotérico "Olori". Junto a essa energia predominante, duas outras se colocam como secundárias, que, como já dissemos, na Umbanda denominamos de "Juntós", corruptela de "Adjuntó", palavra latina que significa auxiliar, ou ainda, chamamos de "OSSI" e "OTUM", respectivamente na sua ordem de influência.
Quando um espírito vai encarnar, são consultados os futuros pais, durante o sono, quanto à concordância em gerar um filho, obedecendo-se à lei do livre arbítrio. Tendo os mesmos concordado, começa o trabalho de plasmar a forma que esse espírito usará no veículo físico. Esta tarefa é entregue aos poderosos Espíritos da Natureza, sendo que um deles assume a responsabilidade dessa tarefa de forma especial, fornecendo a esse ser reencarnante as energias necessárias para que o feto se desenvolva, para que haja vida. A partir desse processo, o novo ser encarnado estará ligado diretamente àquela vibração original. Assim surgem os Orixás da coroa desse novo ser encarnado, que são as forças energéticas primárias e atuantes.
Nesse período da reencarnação, os Elementais trabalham incessantemente, cada um na sua respectiva área, partindo do embrião até formar todas as camadas materiais do corpo humano, que são moldadas até nascer o novo ser com o seu duplo etérico e corpo denso.
Após o nascimento, essa força energética vai promovendo o domínio gradativo da consciência da alma e da força do espírito sobre a forma material até que seja adquirida sua personalidade por meio da Lei do livre Arbítrio. A partir daí essa energia passa a atuar de forma mais discreta, obedecendo a esta Lei, sustentando-lhe, contudo, a forma e energia material pela contínua manutenção e transformação, no sentido de manter-lhe a existência.
A cada reencarnação, de acordo com nossas necessidades evolutivas e carmicas a serem cumpridas, somos responsáveis por diferentes corpos, e para cada um destes nossos corpos, podemos contar com o auxílio dos Espíritos da Natureza, regidos pelos Orixás. Um Mensageiro desse Orixá é, normalmente, quem se aproxima do médium quando este invoca qualquer Orixá do seu Eledá. Em todos os rituais de Umbanda, de modo especial nas Iniciações, a invocação dessas forças são feitas para todos os médiuns quando efetuam seus Assentamentos, meio de atração, para perto de si, das energias puras vibradas do seu ELEDÁ .   

OXALÁ
O PAI CRIADOR

      Orixá maior da Umbanda, Ele é a própria Umbanda em sua magnitude, sua cor é o branco, representando a paz, o amor, a bondade, a limpeza, a pureza espiritual, enfim, tudo aquilo que possa indicar positividade. Os domínios de Oxalá são todas as pessoas e todos os lugares. Seu reino é o nosso mundo.
Jesus Cristo é o chefe supremo da Umbanda, sincretizado a Oxalá, para Ele convergem todas as outras linhas da Umbanda e de seus trabalhadores. Todos os espíritos que trabalham na Umbanda tem por Jesus Cristo enorme devoção e aos ensinamentos de seu Evangelho  seguem fervorosamente, transmitindo-os sempre a todos que a seus ensinamentos não conhecem.
      sincretismo Oxalá – Jesus Cristo é perfeito, pode-se dizer que ambos são o mesmo ser com nomes diferentes. Dentro de uma análise lógica, não podemos dizer que ambos são o mesmo ser, já que dentro dessa lógica, um Orixá é um ser espiritual que nunca encarnou na Terra e Jesus esteve entre nós a dois mil anos. Isso, no entanto, isso não nos importa, importa apenas, que o sincretismo perfeito de ambos, impera dentro de nossos templos.

Não importa como os chamamos, se de Jesus Cristo ou de Oxalá. De Oxalá conhecemos muito pouco; de Jesus, no entanto, conhecemos a sua vida e a sua obra. A Ele devemos obediência e obrigação de aprender com os ensinamentos de seu Evangelho e acima de tudo, de praticarmos esses ensinamentos. Jesus ama a todos nós, bons ou maus, justos ou injustos, ricos ou pobres, brancos ou negros, homens ou mulheres.

    Todos os Orixás da Umbanda seguem a Oxalá, pregam a sua doutrina e seus ensinamentos. Todos os espíritos seguidores de Jesus Cristo, trabalhadores ou não na Umbanda, lutam contra as forças do mal, anulando trabalhos de magia negativa ou outros tipos de maldade, gerados ou não por feitiços. Esses seguidores intrometem-se nos lugares aonde o mal é praticado e o anulam o minoram os efeitos desses trabalhos do mal e prosseguem na incansável luta contra essas forças, pregando sempre a fé em Deus, a caridade, o amor ao próximo e a fraternidade. 
  
       Na divisão da linha de Oxalá, os Santos Católicos chefiam diversas falanges, tornando ainda mais forte o sincretismo religiosos existente na Umbanda, por esse motivo à linha de Oxalá também é conhecida como linha de santo. A forma de cultuar Oxalá na Umbanda, hoje é totalmente deturpada pela grande maioria dos terreiros. Esse fato deve-se a busca de conhecimentos de alguns chefes de terreiro do passado, que foram buscar no Candomblé os conhecimentos necessários para conduta de um terreiro, implantando na Umbanda, rituais e dogmas que nada tem em comum com as nossas práticas. Aprendemos que a forma de agradar Oxalá são as orações e a boa conduta dos homens.
        A irradiação de Oxalá ultrapassa qualquer culto a qualquer Orixá, desta forma é desnecessário fazer obrigações com objetos de qualquer tipo, mas como em qualquer terreiro, as obrigações e as formas de cultuar são ensinadas desse modo aos nossos seguidores:
Velas brancas (se você souber o que está fazendo com elas), cravos brancos, água pura (embora Orixás não bebam) e mel (embora não comam).
       O local para fazer sua obrigação pode ser qualquer lugar, pois o reino de Oxalá é o mundo, desta forma, você pode cultuá-lo em qualquer lugar desde que esse lugar esteja limpo. Só para lembrete cemitérios e encruzilhadas não são lugares limpos.Pode-se fazer a obrigação em casa, no terreiro, nas praias, nos bosques, nas matas, nas igrejas, nos jardins, etc. Não importará o local, importará apenas a sua fé e a sua devoção no que está fazendo.

Cor:Branco
Domínios:O mundo
Atuação:Sobre tudo e todos
Elementos:Terra, Água, Ar e Fogo
Ervas: Poejo, Camomila, Chapéu de Couro, Erva de Bicho, Cravo, Coentro, Gerânio Branco, Arruda, Erva Cidreira, Erva de S.João, Alecrim do Mato, Hortelã-Alevante, Erva de Oxalá(Boldo), Folhas de Girassol, Folhas de Bambu
ONDE OFERENDAR: Nos campos abertos, bosques, praias limpas e jardins floridos.:
QUANDO OFERENDAR: Para ter fé, esperança, paz, serenidade, Para acalmar alguma situação ou alguém, Para despertar a fé de alguémFIRMEZA:Um pilão e uma quartinha branca com água. AMACI:1-Água mineral com boldo e flor de laranjeira macerados e curtidos por 24 horas.
2- Água da fonte com pétalas de rosas brancas e manjerona, maceradas e depois curtidas por 24 horas.

OGUM
O ORIXÁ DA GUERRA, DA DEMANDA, E DA LUTA

        Pai Ogum é a Divindade que está assentada no pólo positivo (irradiante) da Linha da Lei. Representa a Ordenação Divina, o Governo da Lei Maior em toda a Criação. Suas Irradiações contínuas amparam e sustentam aqueles que vivem dentro da Lei e da Ordem Divinas e também socorrem aos que necessitam desse amparo.
      

  Ogum é a Lei, cujo símbolo é a espada, que por sua vez representa o caminho reto, a retidão de caráter, a honra, a honestidade. Perante a Lei não existe “mais ou menos”, não se pode ser “mais ou menos honesto”: ou se está no caminho reto, respeitando a Lei Divina, a si mesmo e ao próximo, ou não se está. Por isso se diz que os filhos de Ogum são taxativos: não hesitam em “comprar batalhas” para defender os amigos e aqueles que agem com respeito à Lei de Deus e ao próximo, mas se afastam dos que agem com desonestidade e deslealdade.


      Ogum é o Senhor dos caminhos e realiza a abertura de caminhos, a ordenação, o afastamento da desordem e do caos, o corte das atuações negativas, mas tudo a partir do equilíbrio íntimo dos seres perante a Lei Divina. A primeira “batalha” que Pai Ogum nos ensina a realizar é vencer os vícios e a desordem interna para que, uma vez equilibrados, possamos atrair situações e relacionamentos ordenados, livres da desordem que nasce do desrespeito à Lei Maior e à Justiça Divina.


     Lei e Justiça são interligadas, não se pode obter o amparo da Justiça Divina sem viver em obediência às Leis da Criação. O dragão subjugado por São Jorge e por São Miguel Arcanjo, que sincretizam com Ogum, representa exatamente o trabalho pela vitória sobre as nossas trevas interiores. O dragão é o símbolo da maldade, dos vícios, das negatividades, do ego exacerbado, da vaidade extrema, da ganância etc. Vencendo “o dragão”, sob o amparo de Ogum, nos habilitamos a atrair situações favoráveis, sob o amparo da Lei. Porque a Lei atua sem cessar, irradiando-se para toda a Criação. Sintonizados com a Lei, alcançamos o amparo da Lei e da Justiça do Criador. Então, os inimigos terão olhos, mãos, pés e armas, mas não conseguirão nos enxergar, não poderão nos tocar e nem nos alcançar ou ferir, como diz um ponto cantado.


     Seu primeiro elemento de atuação é o Ar e o 2º. Elemento é o Fogo.

Na Linha pura da Lei Ogum faz par com Yansã, ambos atuando pelo elemento Ar.
Também faz par com Egunitá, a Mãe do Fogo e da Justiça, aqui formando com Ela uma Linha polarizada ou mista Lei/Justiça, pelos elementos Ar/Fogo.
Nos elementos, Ogum é o ar que refresca e a brisa que acalenta.
Na Lei, Ogum é o princípio ordenador inquebrantável.
Na Criação Divina, Ogum é a defesa de tudo o que foi criado, é a defesa da vida.
Na Irradiação da Lei, Ogum é passivo, pois seu magnetismo irradia-se em ondas retas, em corrente contínua, e seu núcleo magnético gira para a direita (sentido horário).
Seu Fator Ordenador nos ajuda a vencer nossas trevas e bloqueios interiores (as verdadeiras demandas) e nos protege dos obstáculos externos, quando vivemos de acordo com os ditames da Lei Divina.

    Ogum é a Lei, é a via reta. É associado a Marte e ao número 7.
Na Bahia Ogum sincretiza com Santo Antonio de Pádua. Nos demais Estados, em geral é sincretizado com São Jorge e celebrado em 23 de abril.

    A respeito do sincretismo de Ogum com São Jorge,“O simbolismo, aliás, não poderia ser mais adequado: São Jorge veste uma armadura de guerra (a proteção necessária para atuar em ambientes inferiores) e monta um cavalo branco (as forças da matéria e o lado animal da personalidade, já purificados - por isso a cor branca - e colocados a serviço de desígnios elevados). Utiliza a lança e a espada (um símbolo do direcionamento da energia) e consegue vencer o dragão (as forças das trevas).”
    Cabe observar também que o ferro é o elemento químico essencial para a formação dos glóbulos vermelhos. Da mesma forma como sua carência torna o indivíduo anêmico, a carência da raiz energética de Ogum cria uma espécie de anemia espiritual, ou seja, uma falta de coragem e de disposição para lutar pelo próprio desenvolvimento. É por causa dessa função revitalizadora que Ogum é apresentado nos mitos africanos como o orixá que vem na frente, o pioneiro na tarefa de descer à Terra e acordar os homens. Trata-se, evidentemente, de uma função típica de Áries e Marte.
(...) Ogum muitas vezes é invocado como se fosse uma espécie de guarda-costas celeste, um orixá que, se devidamente agradado, tomará partido em favor do filho de fé e voltará sua fúria contra os inimigos. (...) As concepções mais elaboradas, entretanto, não vêem o orixá como um ser a serviço dos interesses do homem, nem disposto a tomar partido em seus conflitos.
Em essência, as lutas de Ogum processam-se dentro da própria alma, que traz simultaneamente o dragão e a serpente das tendências inferiores assim como o germe da Divindade. Invocar Ogum significa ativar as energias vitais que estão adormecidas na alma, despertar a parcela divina presente em cada ser humano e mobilizar a força necessária para avançar.”
Em seguida, ele comenta o ponto cantado que diz: “Cavaleiro supremo/mora dentro da lua /Sua bandeira divina/ é o manto da Virgem pura”, acrescentando: “A lenda de São Jorge, que não tem qualquer origem no culto dos orixás, mas sim no Cristianismo Popular, atribui-lhe o domínio da Lua, onde ele estaria em permanente combate com o dragão. É interessante notar que o símbolo da Lua, do ponto de vista astrológico, não é o desenho da Lua Cheia, mas do Crescente, que é formado por dois semi-círculos. Enquanto o círculo - o Sol - representa o espírito enquanto instância permanente e perfeita, o semicírculo é a alma, ou seja, o espírito ainda submetido às experiências da evolução, aprisionado nas sombras da própria ignorância e no vendaval das paixões ainda não dominadas. A Lua não tem brilho próprio, apenas refletindo a luz do Sol. Da mesma forma, para tomar de empréstimo uma concepção do pensamento hinduísta, a alma que perambula nas experiências de aprendizagem expressa apenas um reflexo provisório de sua verdadeira identidade, que só brilhará de forma pura quando o espírito transcender o ciclo das reencarnações e alcançar os planos mais elevados da absoluta ausência de forma, no mental superior.
Há um ditado do Catolicismo Popular que afirma que Maria é o atalho para Jesus. Da mesma maneira, muitos astrólogos medievais viam a Lua como um caminho para o Sol, assim como, na concepção hinduísta, a vida sob o domínio da emoção e dos sentimentos é a etapa necessária para a vida no plano da criação pura. Voltando aos astrólogos da Idade Média, era comum em textos da época a referência ao mundo sublunar para falar da mutável e inconstante realidade terrena, em contraste com a atemporalidade da perfeição espiritual simbolizada pelo Sol. Em todas as religiões antigas, a Lua e o Sol constituem um casal divino, cujo melhor exemplo é o mito de Ísis e Osíris no Egito. No sincretismo afro-brasileiro, a associação é com Iemanjá e Oxalá, identificados, aliás, com Nossa Senhora e Jesus Cristo. Mas por que razão Ogum, orixá de conotação nitidamente masculina, assim como São Jorge, santo militar e pertencente a um universo dominado pelos homens, surgem tão freqüentemente relacionados à Lua e aos orixás femininos das águas, como Iemanjá e Oxum?
Há, pelo menos, duas explicações possíveis: em primeiro lugar, as demandas que Ogum enfrenta pertencem todas ao domínio das paixões inferiores, como o ódio, a inveja, o ciúme e o egoísmo.
A Lua, cuja permanente mudança de fases bem representa a instabilidade da alma humana, é o campo de batalha onde os instintos precisam ser vencidos para que brilhe a natureza solar. Em segundo lugar, podemos lembrar o princípio da complementaridade dos opostos: masculino e feminino são polaridades que não podem existir de forma exclusiva, sem a complementaridade do outro pólo.
Ogum, que carrega consigo tantas qualidades positivamente masculinas, como a força, a coragem, a energia do fogo e a carga de agressividade necessária para qualquer realização, precisa do tempero da receptividade, da doçura, da paciência e da devoção, atributos femininos dos orixás das águas. Sem esse tempero, o resultado é desequilíbrio.

COR: Vermelha e Branca
AMALÁ: 14 velas branca e vermelha ou 7 brancas e 7 vermelhas, cerveja branca em coité, 7 charutos, peixe de escama e de água doce, ou camarão seco, amendoins e frutas, de preferência, dentre elas, uma manga (melhor a espada), fitas vermelha e branca.
ERVAS: Aroeira, Pata de Vaca, Carqueja, Losna, Comigo Ninguém Pode, Folhas de Romã, Espada de S. Jorge, Flecha de Ogum, Cinco Folhas, Macaé, Folhas de Jurubeba
OFERENDAS:Cerveja branca, cravos vermelhos, uva rubi, figo, manga espada, velas branca, vermelha e azul escuro, tudo depositado em um campo aberto, pois seu ponto de força são todos os caminhos abertos. 
ONDE OFERENDAR:Num campo, campina, caminho ou encruzilhada.
QUANDO FIRMAR PARA OGUM:Para abertura de caminhos, situações de perigo, ordenando e direcionando quando se sentir sem rumo, cortando e anulando magias negativas, nos trazendo potência, força de seguir em frente e proteção em todos os sentidos.
FIRMEZA:3 pedras de granada pequenas, 1 pedaço de ferro, uma vela de 7 dias azul escuro, sendo feita desta forma – as pedras dispostas em triângulo, no centro a vela de 7 dias azul escura e do lado da vela o pedaço de ferro, embaixo da vela seu nome ou foto e você montará esta firmeza no seu congá ou no solo.
AMACI: Água de rio com folhas de pinheiro maceradas e curtidas por sete dias.

YEMANJÁ
A SENHORA DO MAR


Iemanjá, Iyemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja, ou Yemoja

Dandalunga (angolas), Kaiala (congos), Janaína, Inaê, Sobá, Oloxum, Princesa de Aiucá, Sereia Mukunã, Senhora da Calunga Grande, Rainha do Mar ou Senhora da Coroa Estrelada


           Estes são alguns dos nomes que designam Yemanjá, a Divindade que na Umbanda é a Grande Mãe, a Mãe da Geração. Yemanjá é a Divindade que está assentado no pólo universal positivo ou irradiante do Trono da Geração e da Vida e que rege a Sétima Linha de Umbanda (Linha da Geração), onde polariza com o Orixá Omolu (Trono Masculino da Geração), cujo magnetismo é negativo ou absorvedor. Yemanjá, a Mãe da Vida, é a água que vivifica; e Pai Omulu é a terra que amolda os viventes.
         O campo preferencial de atuação de Yemanjá é no amparo à maternidade, porque Ela é Senhora do Mistério Maternal. Simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente, “a Mãe da Vida”.  Mãe Yemanjá representa a Manifestação das Qualidades Geradora e Criativa do Divino Criador. É o Orixá Universal que irradia continuamente as Qualidades geradoras da vida e da criatividade, abençoando todos os seres de forma natural, sem forçar ninguém. E sempre ampara aqueles que pedem e buscam essas bênçãos. Ela irradia o tempo todo seu Fator Gerador e Criacionista, que estimula a geração e a criatividade das pessoas, trazendo oportunidades de crescimento nos Sete Sentidos da Vida, pois irá estimular a geração de vidas, de idéias, de fé, de amor, de conhecimento etc.
       Nos mitos da Criação do Universo, ela é a representação do Princípio Feminino, é “o aspecto Mãe” do Criador. É conhecida como "a Mãe de todos os Orixás" porque está na origem de todas as coisas. O principal elemento de Yemanjá é a água, o elemento das emoções. O mar é regido por Ela; e a Ciência estuda que a origem da vida está nas águas.
O mar representa todas as águas, já que todas as águas correm para o mar. E o mar “lava” os nossos problemas e mágoas e renova a nossa vontade de viver, justamente porque a sua energia é uma Emanação da Mãe da Vida. Assim, podemos pedir a Yemanjá que nos ajude a lidar com as nossas emoções e a equilibrá-las.
    A Regência de Yemanjá vai muito além da geração através do sexo, pois representa a Geração da Vida no sentido mais amplo: a geração dos seres, das criaturas e das espécies; e a doação da criatividade que permite aos seres encontrarem seus "pares", unindo-se a eles para se multiplicarem e conseguirem melhores resultados nas suas vidas. Esses "pares" são as Energias emanadas por este Orixá, que podemos atrair para nos ajudar a desenvolver nossos potenciais; e também podem surgir como pessoas, companheiros, parceiros de caminhada, grupos de estudos e atividades etc. Tudo isso está contido no Mistério Maternal de Yemanjá, que nos dá equilíbrio emocional e energético, gerando novos caminhos e oportunidades em nossas vidas.
  
    Desse modo, podemos pedir à Mãe Yemanjá a bênção da criatividade sempre que formos iniciar algum projeto novo e quando precisarmos encontrar novas fórmulas de viver e novos caminhos (de trabalho, de fazer as coisas, de encarar os desafios da vida).
Associada ao movimento das águas e à fertilidade, Yemanjá é dona de grande poder de sedução e capaz de encantar os marinheiros e arrastá-los para o seu palácio submerso, de onde nunca mais retornam... Podemos entender isso como a necessidade que o ser humano tem de manter o equilíbrio emocional, para não cair num mergulho em emoções desequilibradas, sempre de difícil retorno... Suas águas salgadas simbolizam as lágrimas de uma mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes. Além de protetora da vida marinha, Yemanjá é principalmente a protetora da harmonia familiar, do lar, do casamento e do nascimento, é a Sua força que ampara o momento do nascimento de um bebê.

     A Regência de Yemanjá em nossas vidas se manifesta na necessidade de sabermos se aqueles que amamos estão bem e protegidos; é a preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em relação àqueles que nos são queridos. É Ela quem nos dá um sentido de união, de grupo, transformando a convivência num ato familiar, criando dependências e raízes, proporcionando sentimentos de irmão para irmão, de pai para filho, com ou sem laços consanguíneos. É uma energia Sagrada que nos integra no Todo da Criação de forma amorosa e maternal. Nos templos africanos, é retratada como uma mulher de seios fartos e semblante calmo, porém decidido. O simbolismo dos “seios fartos” é o da Grande Mãe que provê o alimento necessário a todos os filhos. E aqui a palavra “alimento” corresponde às Energias Divinas que Ela não cessa de Irradiar sobre todos os seres, espécies e elementos, mantendo e renovando a imensa Teia da Vida.

COR: Azul
AMALÁ: 7 velas brancas e 7 azuis, champanhe, manjar branco, fitas azuis e rosas brancas ou outro tipo de flor branca
ENTREGA: Na praia
ERVAS: Pata de Vaca, Folhas de Lágrima de Nossa Senhora, Erva Quaresma, Trevo e Chapéu de Couro
ENTREGA: à beira-mar. Tomar o cuidado de recolher todo o material após a queima das velas.
QUANDO OFERENDAR:  Para Proteger a família,Para Harmonia do Lar, do Casamento, da Família, dos Sócios,Para Gerar oportunidades, bons negócios, harmonia, amor,Para iniciar algum projeto com proteção e êxito.
FIRMEZA: Colocar dentro de uma quartinha azul clara, ou dentro de uma taça de cristal, 33 búzios e cobrir com água com alfazema. Trocar a água semanalmente.
AMACI:Água de fonte com pétalas de rosas brancas e erva cidreira, maceradas e curtidas por sete dias.

YANSÃ
A SENHORA DOS VENTOS, E DAS TEMPESTADES

             Mãe YANSÃ é a Divindade que está assentada no pólo negativo (absorvedor) e cósmico da Linha da Lei, onde atua de forma ativa, para absorver os desequilíbrios cometidos no campo da Lei e da Justiça Divinas e reconduzir os seres ao equilíbrio.


      
  A Divindade Yansã é a Qualidade Direcionadora de Deus, que atua de forma permanente em toda a Criação para que tudo e todos possam evoluir. Tudo na Criação Divina é direcionado para um caminho de evolução.
      Assim, Yansã é a força móvel que direciona a Fé (campo de Oxalá), a Justiça (campo de Xangô), a Evolução (campo de Obaluayê), a Geração (campo de Iemanjá), a Agregação (campo de Oxum), a Lei (campo de Ogum).
      Pai Ogum é o aspecto fixo da Lei, a irradiar continuamente as Vibrações Divinas da Lei Maior e com elas amparando e sustentando a tudo e todos de forma passiva (sem forçar ninguém). E Mãe Yansã é o aspecto móvel da Lei, que entra em ação para corrigir os desvirtuamentos dos seres neste Sentido da Vida e recolocá-los no caminho reto, de modo que também a Justiça Divina seja obedecida e aplicada. Pois quando a Lei não é cumprida, a Justiça também é desrespeitada. Como Orixá Cósmico, Yansã pune quem desvirtua ou se aproveita dessas Qualidades Divinas com más intenções.
       Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres. Como Divindade Direcionadora e Movimentadora, Mãe Yansã retira os seres de um caminho de estagnação evolutiva (provocada por seus desequilíbrios emocionais) e ajuda a encaminhá-los, cortando os seus excessos emocionais e colocando-os no caminho correto a seguir.
       Além de corrigir excessos no campo da Lei e da Justiça, Yansã é o Orixá que dá amparo àqueles que vivem em obediência à Lei e à Justiça Maiores, protegendo-os e combatendo as injustiças que estejam enfrentando (projeções mentais negativas externas, magias negativas etc.). Sua atuação é Cósmica, ativa, negativa, mobilizadora e emocional, mas não é inconseqüente ou emotiva, porque Ela é o Sentido da Lei, e a Lei não é apenas punidora, mas também direcionadora.
      É a mais guerreira de todos os Orixás Femininos. Yansã atua na Linha da Justiça ao lado de Xangô, e também na Linha da Lei ao lado de Ogum. Com Pai Xangô, Ela forma uma Linha polarizada ou mista Justiça/Lei, na qual Ele atua pelo elemento Fogo e Ela atua pelo elemento Ar. Já com Pai Ogum, Yansã forma um par puro na Linha da Lei, ambos atuando pelo elemento Ar.
       Na Lei: Mãe Yansã é Movimentadora, é a Lei atuando para redirecionar os seres que se desequilibraram; e Pai Ogum é o princípio ordenador inquebrantável.
Nos elementos: Pai Ogum é o ar que refresca e a brisa que acalenta; e Mãe Yansã é o vendaval que desaba, e a ventania que faz tudo balançar.
      Na Fé: Ogum é o princípio a ser obedecido; e Yansã é a novidade que renova a Fé na mente e no coração dos seres.
      Na vida: Yansã é a busca de melhores condições de vida para os seres.
      Na Criação Divina: Ogum é a defesa de tudo o que foi criado; e Yansã é a busca de adaptação do ser ao meio onde vive.

      Na Irradiação da Lei, Ogum é passivo. Seu magnetismo irradia-se em ondas retas, em corrente contínua, e seu núcleo magnético gira para a direita (sentido horário). Seu Fator é Ordenador. Já Yansã é ativa, pois seu magnetismo irradia-se em ondas curvas, em corrente alternada, e seu núcleo magnético gira para a esquerda (sentido anti-horário). Seu Fator é Direcionador. Ogum é a Lei, a via reta.
     Mas Yansã é o próprio sentido de direção da Lei, pois Ela é um Mistério que só entra na vida de um ser caso a direção que ele esteja dando à sua evolução e à sua religiosidade não siga a linha reta traçada pela Lei Maior. Neste caso, a Qualidade Direcionadora de Mãe Yansã envolve o ser numa de suas espirais, impondo-lhe um giro completo e transformador dos seus sentimentos viciados. Com isso, Ela o recoloca no caminho reto da vida; ou então, se necessário, o lança no Tempo, onde a sua religiosidade desvirtuada será paralisada e esgotada.
     Neste último caso, os seres ficam retidos “no Tempo”, até esgotarem os vícios e desequilíbrios que afetavam suas mentes, seu emocional e seus campos energéticos. Por esse motivo é que a Divina Mãe Yansã tem uma atuação importantíssima sobre os eguns, que são espíritos endurecidos no mal: Ela os recolhe, paralisa, e os remete ao Tempo, nos domínios da Mãe Oyá-Tempo (Logunan), para que ali eles sejam completamente esgotados dos seus desequilíbrios. Só depois disso é que aquele ser- que deliberadamente praticou o mal por muitas e muitas vezes, ao ponto de “endurecer no mal”, como se costuma dizer-, somente depois de esgotado ou esvaziado da maldade que criou, é que o ser estará em condições de ser redirecionado, para recomeçar sua caminhada evolutiva.
     Na Linha da Justiça, Yansã é seu aspecto móvel, pois atua na transformação dos seres, absorvendo seus magnetismos negativos; e Xangô é seu aspecto passivo, assentado ou imutável, a irradiar continuamente a Vibração da Justiça e do Equilíbrio Divinos para toda a Criação.Sempre que a Justiça Divina é ativada, tanto o seu pólo passivo quanto o seu pólo ativo são ativados, e aí surge Yansã, a Regente da Lei nos campos da Justiça. A natureza eólica (=do ar) de Yansã expande o fogo de Xangô. Assim, logo que o ser é purificado de seus vícios (pelo fogo de Xangô), Yansã entra na vida daquele ser e o redireciona e o reconduz para outro campo, no qual retomará sua evolução. O primeiro elemento de Yansã é o Ar, que movimenta e sustenta o Fogo. Pois Yansã é movimento o tempo todo. O Fogo é, portanto, o segundo elemento de atuação desta Divindade.
   Como aplicadora da Lei nos campos da Justiça, Yansã é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora da Lei, alterar todo o seu emocional, mental e consciencial, para então redirecioná-los numa outra linha de evolução, que os aquietará e facilitará suas caminhadas pela linha reta da evolução. Quando não é possível reconduzi-los, então uma das Intermediárias Cósmicas de Yansã paralisa os seres desequilibrados, retendo-os num dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que eles tenham sido completamente esgotados dos seus negativismos e tenham descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.
    Mãe Yansã Maior (ou Yansã Planetária) possui vinte e uma Yansãs Intermediárias, que são assim distribuídas: Sete atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes, auxiliando os Orixás Regentes dos pólos positivos (Orixás Universais), como aplicadoras da Lei, recorrendo aos aspectos positivos do Orixá Yansã Planetário; Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes, auxiliando os Orixás Regentes dos pólos negativos (Orixás Cósmicos), como aplicadoras da Lei, recorrendo aos aspectos negativos do Orixá Yansã Planetário; Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, regidas pelos princípios da Lei, onde ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as
faixas negativas.
   São vinte e uma Yansãs Intermediárias, aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda, e seus campos preferenciais de atuação são os religiosos. Justamente por atuarem de modo especial no campo religioso, Mãe Yansã Intermediária para a Linha da Fé nos campos do Tempo (Yansã do Tempo) às vezes é confundida com o Orixá Oyá-Tempo, já que é Yansã quem envia ao Tempo os eguns fora da Lei no campo da religiosidade.
    Yansã do Tempo tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo, onde serão esgotados. Antes disso, Ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total nos sete Sentidos é necessário. Outra Intermediária de Mãe Yansã Maior é Yansã Balé (do Balê ou das Almas), que é muito solicitada e muito conhecida porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida. E como vida é Geração e Omolu atua no pólo negativo (Cósmico) da Linha da Geração, então Yansã Balé envia aos domínios de Tatá Omolu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.
    Também são muito conhecidas as Yansãs Intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos (Yansã pura). As outras Yansãs Intermediárias assumem os nomes dos elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros Orixás. E assim temos: uma Yansã do Ar, uma Yansã Cristalina, uma Yansã Mineral, uma Yansã Vegetal, uma Yansã Ígnea, uma Yansã Telúrica, uma Yansã Aquática.
    Este resumo pode nos dar uma idéia do quanto somos amparados, protegidos e sustentados pelo Divino Criador, por Seus Tronos e Suas Divindades, de uma forma tão Perfeita que a nossa mente limitada não alcança. Acontece, às vezes, de nos sentirmos desanimados, diante de situações que nos parecem injustas (traições, magias negativas, difamações, injúrias, ataques gratuitos contra o nosso trabalho religioso etc.). Nesses momentos, é importante lembrar que os Sagrados Orixás da Lei e da Justiça Divinas e todos os Sagrados Regentes dos demais Sentidos da Vida e Seus respectivos Intermediários estão em permanente atuação para nos defender e proteger, retendo nas malhas da Lei e da Justiça todo aquele que atentar contra a nossa vida, o nosso equilíbrio e a nossa evolução.
     Para o nosso próprio equilíbrio e bem-estar, que possamos cultivar o hábito de fazer orações diárias em louvor e gratidão ao Divino Criador, aos Seus Divinos Tronos, aos Sagrados Orixás e a todas as Divindades presentes na Criação, velando por nós, nos guiando, nos direcionando, nos corrigindo, nos amparando, nos protegendo e nos defendendo, a cada instante da nossa existência. Isto nos dá uma dimensão da importância de nossas vidas perante o Supremo Arquiteto do Universo e nos ajuda a valorizar também a importância de cada momento vivido.

COR: Amarelo ouro
AMALÁ: 7 velas brancas e 7 amarelo escuro, água mineral, acarajé ou milho em espiga coberto com mel ou ainda canjica amarela, fitas branca e amarelo escuro e flores.
ERVAS: Catinga de mulata, Cordão de Frade, Gerânio Cor-de-Rosa ou Vermelho, Açúcena, Folhas de Rosa Branca, Erva de Santa Bárbara
ONDE OFERENDAR: Numa pedreira, num campo aberto, à beira-mar ou à beira de uma cachoeira (no encontro pedras/águas).
AMACI:Água de cachoeira, de rio, de fonte ou então água de chuva com rosas brancas, guiné e alecrim, macerados e curtidos por sete dias.

OXÓSSI
O REI DAS MATAS

        Oxóssi é a Divindade que está assentada no pólo positivo do Trono do Conhecimento. Oxóssi irradia o Conhecimento e atua em nosso mental estimulando nossa busca pelo conhecimento no sentido mais amplo da palavra, de modo a expandir todos os Sentidos da nossa vida. Ele também ampara os seres que fazem bom uso dos conhecimentos adquiridos (aplicando-os para a própria evolução e no esclarecimento e auxílio ao próximo).
       Por isso, Oxóssi representa o arquétipo do Grande Caçador: aquele que vai buscar e nos traz o Conhecimento e respostas inteligentes às nossas necessidades de      Aprendizado e evolução. Oxóssi é o raciocínio hábil, o cientista, o doutrinador, é o grande comunicador, é a Divindade da Expansão. É o Senhor do Reino Vegetal, dono de todos os frutos, ervas e flores e de toda a vida existente nas florestas, campos, matas e adjacências. É o Senhor da fauna e da flora planetárias. Seu primeiro Elemento de atuação é o Vegetal (que nos purifica, limpa, nutre e cura) e o seu segundo Elemento é o Ar (que leva, espalha e expande). Seu culto é muito difundido no Brasil.

      A ele estiveram ligados alguns Orixás femininos, mas o maior destaque é para Oxum. Diz um mito que Oxóssi encontrou Iansã na floresta, sob a forma de um grande elefante, que se transformou em mulher. Casou-se com ela e tiveram muitos filhos, mas depois se separaram e seus filhos foram criados por Oxum. Abandonado por Iansã, Oxóssi se torna “um solitário solteirão” que vive nas matas fechadas, também porque, como caçador, tinha de se afastar das mulheres, consideradas nefastas à caça.
Esses mitos revelam vários significados.
    Primeiro, as principais Qualidades do Orixá Oxóssi estão voltadas para o campo mental, na busca e aprimoramento do Sentido do Conhecimento. E o seu domínio sobre as matas fechadas traz a simbologia da atuação desse Orixá sobre a pureza do vegetal, que nos limpa, cura e nos realimenta. Isso explicaria o “isolamento” e “a solidão” de Oxóssi.
    Por outro lado, a união de Oxóssi com Iansã representa o papel direcionador e movimentador da Mãe Iansã no campo do Conhecimento (regido por Oxóssi), para facilitar a expansão e a difusão desse Conhecimento. E a união de Oxóssi com Oxum representa que a busca do Conhecimento precisa estar equilibrada pelo Amor (regido por Oxum), para nos trazer benefícios reais. Estes dois mitos evidenciam que os Orixás atuam de forma sistêmica, nada está isolado na Criação Divina.
    As lendas eram uma forma de se perpetuar o culto aos Orixás. Falavam sobre as várias Qualidades de cada Orixá, mas de um modo que os “humanizava”, ou seja, as lendas falavam sobre o Orixá a partir de um ponto de vista humano, para que todas as pessoas que as ouvissem se identificassem com o relato, de forma que a tradição, que era passada de boca a ouvido, não fosse esquecida. Oxóssi é o Orixá da caça, do verde, das matas, é o Orixá da fartura, o grande caçador é ele quem traz para o homem as plantas curativas. De natureza telúrica vibra sobre tudo que nasce sobre a terra, exceto as plantas tóxicas e venenosas. É um vencedor, traz para o povo a sobrevivência, a fartura, a cura das doenças pela natureza, a saúde plena.
COR: Verde e Branco
AMALÁ: 7 velas verdes e 7 brancas, a mesma bebida de Ogum, 7 charutos, peixe com escama de água doce ou uma moganga bem assada com milho dentro coberto com mel, fitas verde e branca. 
ERVAS: Malva Rosa, Mil Folhas, Sete Sangrias, Folhas de Aroeira, Folhas de Fava de Quebrante, Folhas de Samambaia, Folhas de Palmeira, Folhas de Laranjeira, Erva Cidreira, Folhas de Jurema, Folhas de Maracujá, Folhas de Palmito, Folhas de Abacateiro
QUANDO OFERENDAR OXÓSSI: Para expandir qualquer coisa
FIRMEZA PARA OXÓSSI: Quartinha Verde com ervas maceradas e uma pedra verde.
LINHA DE TRABALHO QUE DÁ SUSTENTAÇÃO:Caboclos
AMACI:Água da fonte com guiné macerada e curtida por três dias
OFERENDA: Local: bosques e matas.
MATERIAL: Velas brancas, verdes e cor-de-rosa; cerveja branca, vinho doce e licor de caju; flores do campo, ervas e frutas variadas
OXUM
 RAINHA DA ÁGUA DOCE, DONA DOS RIOS E CACHOEIRAS

      A Orixá Oxum é a Divindade que está assentada no pólo positivo o Trono Mineral, o Trono do Amor e atua na vida dos seres estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união. Seu elemento é o mineral, junto com Oxumaré, forma uma linha vertical cujas vibrações, magnetismo e irradiações planetárias atuam sobre os seres, estimulado os sentidos de amor e acelerando a união e a concepção dos seres.
     Bela, vaidosa e sensual, Oxum é a deusa do amor e a mais feminina de todas as divindades da Umbanda. Rege a fertilidade e o poder de gestação. É a senhora das águas doces, que irrigam os campos, garantindo fartura, e também do ouro. Por isso, identifica-se com todas as manifestações de riqueza.
     Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxóssi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaiê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê. Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós. Como o rio, que sempre caminha pro mar, a Oxum da Umbanda está diretamente ligada à Rainha do Mar, encabeçando a legião das sereias de águas doces.
     Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. É a Mãe da água doce e Rainha das cachoeiras. Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, puro, real, maduro, sensível e incondicional, por isso é associada

     à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe. É Oxum que gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas. É Oxum que “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entrega à Iemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança. Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência. Os seus filhos são a sua maior riqueza.  

O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez por conseqüência, a felicidade. Oxum é o amor, é a capacidade de sentir amor. Ela é o elo que une os Seres sob uma mesma crença, trazendo a união espiritual. É o elo que une dois Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida.
Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas,

COR : Amarelo
AMALÁ: 7 velas brancas e 7 amarelo claro, água mineral canjica branca, fitas amarelo claro e branca
ENTREGA: Ao lado de uma cascata
ERVAS: Erva Cidreira, Gengibre, Camomila, Arnica, Trevo Azedo ou grande, Chuva de Ouro. Manjericona, Erva Sta. Maria, Gengibre, Calendula
QUANDO OFERENDAR OXUM: Para Uniões,Para Engravidar e cuidar da Gestação
Para Atrair riquezas,Para trazer harmonia e prosperidade
FIRMEZA PARA OXUM: Quartinha rosa com água de cachoeira e quartzo rosa
LINHA DE TRABALHO QUE DÁ SUSTENTAÇÃO:Pomba-Giras e Crianças
AMACI:Água de cachoeira com rosas e manjericão macerados e curtidos por 3 dias

XANGÔ
O DEUS DA JUSTIÇA, SENHOR DAS PEDREIRAS

       Xangô é a Divindade que está assentada no pólo positivo ou irradiante da 4ª. Linha de Umbanda, que é a da Justiça Divina. Como Orixá Universal, Xangô traz a Qualidade da Justiça Divina e a irradia o tempo todo na Criação para dar equilíbrio, estabilidade e harmonia a tudo e a todos. É o Orixá do equilíbrio, da estabilidade e da razão. Sustenta e ampara os seres que vivem o Sentido da Justiça de forma equilibrada.
    
Seu campo preferencial de atuação é a razão. Absorvendo as Irradiações de Pai Xangô, o ser é purificado em seus sentimentos e se torna racional, ajuizado e um ótimo equilibrador do meio em que vive e dos seres à sua volta. Podemos ver manifestações dessa Qualidade Divina através da atuação dos Caboclos de Xangô, que têm procedimentos justos, retos e equilibrados. Na Linha da Justiça, Pai Xangô forma um par puro com o Orixá Feminino Egunitá, pois ambos atuam pelo elemento Fogo.
      Além disso, Xangô também polariza com Iansã (Trono Feminino da Lei), formando com Ela uma Linha Mista, uma vez que atuam por elementos diferentes: Xangô é o Fogo e Iansã é o Ar que expande esse Fogo Divino. Isso acontece porque há uma ligação estreita entre Justiça e Lei e, portanto, também entre as atuações dos Orixás Regentes de cada uma dessas Linhas (Xangô e Egunitá na Linha da Justiça; Ogum e Iansã na Linha da Lei).
      Xangô está em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral. Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. É a solidez, a organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Também é o sentido de realeza, o espírito nobre das pessoas, o poder de liderança.
     O aspecto da razão aparece bem destacado no sincretismo de Xangô com São Jerônimo, pois na imagem umbandista de São Jerônimo se vê a figura de um leão colocado ao lado do Santo, onde o leão simboliza a razão acima do instinto, pois Xangô nos chama à razão. E aqui há outro aspecto interessante: essa imagem umbandista apresenta São Jerônimo segurando uma pedra na mão (que seria a pedra de raio de Xangô) e tendo no colo os Dez Mandamentos e um livro onde está escrito: “Juízo Final”. Essa presença dos Dez Mandamentos na imagem associa Xangô a Moisés, pois foi Moisés quem recebeu as Tábuas da Lei, nas quais os Dez Mandamentos teriam sido escritos a fogo pelas mãos de Deus, segundo a versão católica. Vale lembrar que na imagem católica de São Jerônimo este aparece segurando apenas a Bíblia, pois São Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, de modo que os leigos pudessem entendê-la. Já na imagem umbandista de São Jerônimo, está o livro escrito “Juízo Final”, livro que seria “a Bíblia” de Xangô, uma referência direta à Justiça Divina que este Orixá representa.
       Para Xangô, a Justiça está acima de tudo e sem ela nenhuma conquista vale a pena: o respeito pelo rei é mais importante que o medo. É o protetor dos juízes e operadores do Direito em geral.Invocamos Pai Xangô para devolver o equilíbrio e a razão aos seres exageradamente emocionados e desequilibrados. Também para clamar pela Justiça Divina, visando ao corte de demandas cármicas, de magias negras etc., para recuperamos o equilíbrio e a saúde espiritual, mental, emocional e física. Além disso, tudo o que se refere a estudos, a disputas judiciais, a contratos e a documentos “trancados” pertence ao campo de atuação de Pai Xangô.
       Quando pedimos a intervenção da Justiça Divina é preciso lembrar que ela vai atuar em primeiro lugar em nós mesmos, verificando o quanto temos sido justos com a nossa própria vida e com os nossos semelhantes. A balança da Justiça pesa os dois lados de uma questão. E a machadinha dupla de Xangô corta tudo que não esteja de acordo com a Justiça Divina, para só então trazer o equilíbrio, a razão e a estabilidade, sempre de acordo com a nossa necessidade e o nosso merecimento. Na Umbanda, temos Pai Xangô Maior, que é o Trono Masculino da Justiça, integrante da Coroa Planetária. E temos os Xangôs da Pedra Branca, da Pedra Preta, das Sete Pedreiras, das Sete Montanhas etc., que regem imensas Linhas de Trabalho, ação e reação, como os Caboclos da Pedra Branca, Caboclos da Pedra Preta, Caboclos do Fogo. Esses “Xangôs” são Orixás Intermediadores e regem subníveis vibratórios ou pólos cruzados por muitas correntes eletromagnéticas, onde atuam como aplicadores dos Mistérios Maiores, mas já em pólos localizados em subníveis vibratórios.
       Xangô é associado aos números 3, 6 e 12, bem como ao Sol e ao planeta Júpiter.Seu primeiro elemento de atuação é o Fogo (que aquece, purifica, sustenta e acalenta) e o seu segundo elemento é o Ar (que expande o Fogo). 

AMACI: Água de cachoeira com hortelã macerada e curtida por três dias.
OFERENDA: Velas brancas, vermelhas e marrons; cerveja escura, vinho tinto doce e licor de ambrosia; flores diversas (cravos vermelhos, flores do campo marrons ou vermelhas, palmas vermelhas, rosas vermelhas, etc.). Também é costume incluir-se numa oferenda para Xangô o dendê, pimentas dedo de moça e cumbucas com álcool, tudo simbolizando o elemento fogo.
LOCAIS PARA OFERENDA: uma cachoeira, montanha ou pedreira,sobre uma pedra grande
COR: Marrom e branco
AMALÁ: 7 velas marrons e 7 velas brancas, cerveja preta (mesmo [principio já explicado para Ogum e Oxóssi), camarão, quiabo, fitas marrom escuro e branca
ERVAS: Folhas de Limoeiro, Erva Moura, Erva Lírio, Folhas de Café, Folhas de Mangueira, Erva de Xangô









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