sexta-feira, 6 de junho de 2014

O ato de tocar os dedos no solo

Acreditavam os Nagô que existiam nove espaços (planos) no além. Entre os quatro superiores e os quatro inferiores, havia um plano intermediário que se localizava (exatamente) no espaço ocupado por nosso planeta; esse seria o plano astral terrestre. Era através desse espaço que chegavam à Terra os Orixás e os ancestrais vindos dos vários outros planos.


Surgiam, pois, para os Nagô, os Orixás e ancestrais de dentro da Terra. Assim, quando desejavam chama-los, eles tocavam três vezes os solo (após o nome do Orixá ser pronunciado). O solo diante dos tambores também era tocado (antes ou depois de tocarem com os dedos o próprio atabaque), afinal, quem os chamava (através do som), eram os tambores.

O solo era sempre tocado três vezes; o três representa na cultura Nagô, a ação, o movimento, e a expansão … Tocar o solo três vezes era o gestual que significava o “assim seja”, o cumpra-se … Então quando, por exemplo, o nome de Ogum era pronunciado, todos tocavam três vezes o solo; significando “assim seja”, “que Ogum venha até nós”…

No Brasil, os africanos, para consagrar o solo, e para transformar o terreiro em uma pequena África, enterravam relíquias trazidas (da África) … transformando (ritualmente) o solo brasileiro em solo africano (”chão” dos seus orixás).

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