terça-feira, 21 de outubro de 2014

Umbanda, Particularidades...

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A Umbanda é uma religião tipicamente brasileira. Na verdade, pode se dizer que ela não existe em nenhuma outra parte do mundo. Além do sincretismo clássico entre a herança religiosa africana e o Catolicismo, a Umbanda absorveu elementos do Espiritismo kardecista, de modo que, no decorrer dos rituais, o fiel se comunica com espíritos desencarnados. O sincretismo entre orixás e santos católicos é muito forte. 
Eis as principais correspondências:
Iansã – Santa Bárbara. 

Ibejis – Cosme e Damião.
Iemanjá – Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora dos Navegantes.
Nanã – Santa Ana, mãe de Maria, avó de Jesus.
Obaluaiê – São Lázaro e São Roque.
Ogum - São Jorge.
Oxalá- Jesus.
Oxóssi – São Sebastião.
Oxum – Nossa Senhora Aparecida.
Xangô – São Jerônimo, São João Batista, São Francisco de Assis e São Pedro.
As práticas existentes dentro dos terreiros de Umbanda variam muito. Alguns demonstram uma ligação mais forte com o Espiritismo, outros se aproximam mais do Candomblé. Possui em comum, a força dos rituais, denominados gira, em que as filhas e filhos-de-santo entoam cânticos e dançam ao som dos atabaques. As cerimônias geralmente acontecem à noite.
Os espíritos que “descem” incorporam-se nos fiéis que estão participando da gira. Aqueles que “recebem” os espíritos são chamados de cavalos. Durante a incorporação, o “cavalo” permanece em transe, e quem fala através dele é seu “guia”, ou seja, a entidade espiritual a ele associada.
20120822_202133Para auxiliar os cavalos, existem os cambonos/sambas, que ocupam papel relevante na hierarquia do terreiro. Mas a posição mais elevada cabe à Mãe ou ao Pai-de-santo, que é a pessoa responsável pelos trabalhos espirituais.
Nos terreiros umbandistas, o ponto focal é o congá, altar enfeitado com imagens de Jesus, Nossa Senhora e santos católicos que dividem espaço com estatuetas de Preto-Velhos, Caboclos, Ciganos, Marinheiros e outras entidades espirituais, misturas as flores, velas acesas e colares de contas coloridas, que simbolizam os diferentes santos e orixás. 


Os Orixás e as entidades que integram as falanges da Umbanda:

Oxalá:   Cor: Branca / Domínios: Todos os campos da natureza.

Oxóssi:  Cor: Verde  / Domínio: As matas.

Xangô:   Cor: Marrom /  Domínio: As pedras.

Ogum:   Cor: Vermelho  /  Domínio: As estradas.
Iemanjá: Cores: Rosa e branco cristalino / Domínio: O mar e as águas em geral.
Oxum:   Cor: Azul / Domínio: As águas doces.
Iansã:  Cor: Amarela /  Domínios: Ventos e Tempestades
Nanã: Cor: Lilás/ Domínio: Lama.
Obaluaiê:  Cores: Preto e branco / Domínio: As cavernas.
Caboclo:  Cor: Verde / Domínio: A simplicidade.
Preto-Velho:  Cor: Branco / Domínio: A sabedoria.
Criança:  Cores: Variadas / Domínio: A pureza.
Exu: Cores: Preto e Vermelho /  Domínio: Os descampados.
Pomba-gira:  Cores: Preto e Vermelho / Domínio: Os descampados.
Marinheiro:  Cores: Azul e branco /  Domínio: As emoções.
Boiadeiro:  Cores: Marrom e Vermelho /  Domínio: A força bruta.
Cigano:  Cores: Todas do arco-íris /  Domínio: A liberdade.
Baiano:  Cores: Variadas / Domínios: A esperança e a coragem.
Observação: Essas correspondências, embora sejam as mais difundidas, podem sofrer variações em diferentes terreiros.
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Quando as entidades que compõem as diferentes falanges estão incorporadas, elas se prestam a aconselhar seus consulentes e a realizar alguns rituais. Nestas ocasiões, utilizam-se dos quatro elementos básicos da Natureza – ou seja: Ar, Terra, Fogo e Água.
É por isso que, muitas vezes, essas entidades solicitam cigarros, bebidas, alimentos. Cada item pedido corresponde a determinados elementos naturais:
Água e bebidas não-alcoólicas: Servem para a cura, pois simbolizam a força, o remédio e o poder gerador.
Bebidas alcoólicas: Pertencem ao elemento Fogo e permitem transmutar as energias.
Cachimbo, charuto ou cigarro: Une o Fogo, a Água, a Terra e o Ar, sintetizando, assim, os elementos de todas as linhas.

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