quinta-feira, 20 de junho de 2013

Xangô, Caô Cabecile meu pai!

XANGÔ

Xangô é a divindade que rege o fogo, o trovão, os raios, muito semelhante à Javé, Zeus, Odin e Tupã. Pode, através da sua justiça, dispensar favores, movendo favoravelmente ventos, raios, trovões para nos defender e para ganharmos causas. A sua Lei é como a rocha, dura, justa, cega... Portanto, devemos pensar duas vezes antes de batermos a mão, a cabeça e clamarmos por justiça, pois se a nossa demanda for justa ele nos amparará e se não for aos rigores de sua lei seremos chamados e o seu raio de correção virá para cima de nós mesmos. Então quando nos sentirmos injustiçados, devemos pedir que Xangô nos esclareça e se estivermos certos então que ele esclareça a outra parte e se esta não ouvir então não precisamos nem pedir, que a lei de ação e reação é automática e se cumprirá a justiça de Xangô em nossas vidas.

O santuário natural, sagrado, ponto de força e habitat, aonde se costuma depositar oferendas é no alto de uma pedreira ou na cachoeira. Na pedreira, com Iansã, Xangô nos traz o arrojo, a determinação, a fortaleza, a segurança, a firmeza e a sustentação. Na cachoeira, junto com Oxum, nos purifica, nos energiza, nos dá vida, vigor, saúde e inteligência. No esoterismo de Umbanda Xangô é o Senhor das Almas, cujo atributo é a sabedoria a fim de exercer a Justiça Divina, aferindo em sua balança todas as almas. Através da manipulação do elemento fogo, Xangô, mais do que fazer cumprir a lei kármica para todos os seres viventes, ilumina o caminho a ser seguido, bem como ajuda a libertar dos grilhões milenares dos enganos que escravizam a consciência.

Os sincretismos de Xangô na Umbanda

No sincretismo associou-se o Xangô das Pedreiras a São Jerônimo, aquele que amansa o leão e que tem o poder da escrita e o livro onde escreve na pedra suas leis e seus julgamentos. Protetor dos intelectuais, dos magistrados. Já na cachoeira o sincretismo foi com São João Batista, por causa do batismo de Jesus, de lavar a cabeça na água doce para se purificar. Com o poder do fogo de Xangô é queimado, destruído tudo o que é de ruim e ocorre a transmutação trazendo tudo o que é de bom, todo o bem possível, de acordo com o nosso merecimento. Isso é o que pedimos nas fogueiras do mês de junho.
Alguns dizem que São Judas Tadeu, por ter um livro na mão também pode sincretizar-se com Xangô ou que tem uma linha espiritual que atua nas correntes de Xangô. Assim, Tudo o que é ligado a trabalhos e pedidos de estudos, à cabeça, papéis, entregamos a linha de Xangô. Xangô é o grande Rei, poderoso, autoritário, porém que tem compaixão e é justo. Xangô tem autoridade é valente, mas tem um grande e bom coração. Pertence a 6ª Linha vibratória da Umbanda - Esta Linha dirigida por Xangô, "Orixá do Fogo" sob a orientação de São Jerônimo, também denominado Orixá da Justiça, impõe a justiça, dando castigo a quem merecer. É a Linha na qual aqueles que foram humilhados, serão elevados espiritualmente, os que castigaram, serão castigados e os que se enalteceram, serão rebaixados. Formação da 6ª linha:

Legião de Iansã, chefiada por Santa Bárbara
Legião do Caboclo Ventania (ou dos Ventos)
Legião do Caboclo das Cachoeiras
Legião do Caboclo Sete Montanhas
Legião do Caboclo Pedra Branca
Legião do Caboclo Cobra-Coral
Legião dos Pretos Velhos, integradas por Falanges de todas as raças e dos povos de Quenquelê
Exus ligados a Xangó:
Exu Giramundo
Exu Pedreira
Exu Corcunda
Exu Ventania
Exu da Meia Noite
Exu Mangueira
Exu Calunga



O seu machado é o símbolo da imparcialidade. É uma divindade da vida, representado pelo fogo ardente e por essa razão não tem afinidade com a morte e nem com os outros orixás que se ligam à morte. Xangô, sincretizado com São João Batista, é também o patrono da linha do oriente, na qual se manifestam espíritos mestres em ciência ocultas, astrologia, quiromancia, numerologia, cartomancia. Por este motivo, a linha dos ciganos vem trabalhar nesta irradiação. Sincretizado no Rio de Janeiro com São Jerônimo tem o seu dia comemorado em 30 de setembro. Encontramos também outras datas de comemoração porque este Orixá foi sincretizado com outros Santos Católicos, em função de seus desdobramentos, a saber:

Xangô Alafim-Eché (São Jerônimo - 30 de setembro),
Xangô Abomi (Santo Antônio - 13 de junho),
Xangô Alufam (São Pedro - 29 de junho),
Xangô Agodô (São João Batista - 24 de junho),
Xangô Aganju (São José - 19 de março)
Xangô D’jacutá (sem sincretismo - Regência geral da Linha de Xangô).
Seu número cabalístico é o n° 4 que representa a balança, a justiça, a igualdade, comanda também o nosso sétimo chacra, o kundallini, o único chacra nas nossas costas.

Reino: pedreira.
Força da natureza que rege: trovão.
Cores: marrom, amarelo e às vezes o vermelho, cinza e ainda o roxo.
Elementos: ar e terra.
Dia da semana de vibração maior: quarta-feira
Planeta: Mercúrio
Características dos seus filhos: Rigidez de pensamento tem grande senso de justiça, são pessoas metódicas, equilibradas e tem facilidade no estudo.
Sua pedra é a ágatha de fogo e topázio seu metal o estanho e sua bebida o vinho tinto seco.

Os filhos deste Orixá têm como erva de descarrego a Mangueira e de elevação o Alecrim, o lírio branco e folhas de limão. Xangô comanda o elemento Fogo, apesar de manipular a água também. Sua Saudação é Caô Cabecile meu pai!. Governante do signo de Sagitário e Peixes, sua vibração representa a Justiça, o idealismo, a honestidade enfim os sentimentos ligados a boa índole. Os filhos deste Orixá costumam serem honestos, otimistas, sinceros. Entretanto são controladores, rebeldes e donos da verdade.

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