quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Concentração e Incorporação



Uma das dificuldades dos integrantes das reuniões mediúnicas diz respeito à concentração. A concentração, é o ponto chave para uma boa incorporação, e a capacidade de controlar, direcionar e manter o pensamento dentro das finalidades da reunião é, para a maioria, um esforço muito grande e que nem sempre dá bons resultados. Não raro os pensamentos se dispersam, fixam-se em fatos do dia-a-dia e acabam por tornar alguns sonolentos, enquanto outros estão distraídos e longe dos objetivos propostos para um trabalho sério. Alguns poucos, então, conseguem uma boa concentração e estes sustentarão os trabalhos programados, porém, como é óbvio, sem alcançar melhor produtividade devido aos bloqueios vibratórios existentes no ambiente.

A nossa cultura ocidental não dá ênfase à necessidade do controle mental, pois é fundamentada em uma mentalidade racional, extremamente prática, extrovertida e imediatista valorizando a horizontalidade da vida terrestre, exatamente oposta ao Oriente, cuja mentalidade se estrutura de forma intuitiva, mística e introvertida e que realça a essência espiritual do ser humano, incentivando a busca da verticalidade.

Nos últimos tempos tem-se notado um sensível aumento no interesse por algumas práticas orientais, ressaltando-se a meditação, cujos benefícios estão sendo procurados pelos ocidentais, que despertaram para a necessidade de uma busca interior, ou seja, o autoconhecimento. A concentração que é praticada nas reuniões mediúnicas, evidentemente, tem conotações próprias e não deve ser tomada aqui como as realizadas nas práticas orientais, embora os aspectos semelhantes nas suas bases, quais sejam a disciplina mental, o controle e equilíbrio dos pensamentos. Exatamente por terem estes mesmos fundamentos é que citaremos algumas definições de autores do Oriente, visto que a sabedoria oriental é multimilenar e pode beneficiar-nos sobremaneira através desses pontos comuns.

Concentração - Conceito: Concentrar, segundo o dicionário Aurélio, significa "fazer convergir para um centro ou para um mesmo ponto. Aplicar a atenção a algum assunto".

Um autor oriental, Mouni Sadhu, esclarece que o poder de concentração consiste na "habilidade para manter inabalavelmente sua percepção sobre um tema escolhido, pelo tempo que você decidir continuar com ele" (Do livro "Meditação"). É exatamente essa capacidade de concentrar nos objetivos da reunião mediúnica que irá favorecer a realização dos trabalhos.

Leon Denis, em sua magistral obra "No Invisível", alerta:

"Conforme o seu estado psíquico,os assistentes favorecem ou embaraçam a ação dos Espíritos"


Dificuldades de Concentração

Deixamos a palavra com Leon Denis, que assinala o motivo principal da dificuldade de concentrar:

"Na maior parte dos homens os
pensamentos flutuam sem cessar.
Sua mobilidade constante e sua
variedade infinita pequeno acesso
oferecem às influências superiores.
É preciso saber concentrar-se, pôr
o pensamento acorde com o
pensamento divino.(...)"

("O Problema do Ser, do Destino e da Dor", cap. XX)

A reunião mediúnica apresenta ainda outras conotações que são peculiares ao tipo de atividade que ali se desenvolve. Assim, a dificuldade de concentrar-se nos objetivos elevados que o exercício da mediunidade requer é resultado da pouca prática que a maioria das pessoas têm de fixarem seus pensamentos em assuntos edificantes, em ideais e idéias nobres durante o seu dia-a-dia. Estão com a mente sempre ocupada pelos problemas e questões do cotidiano, por coisas supérfluas e interesses imediatistas, pelo noticiário e programa da TV, por literatura e músicas teor inferior, por conversações extremamente banais e irresponsáveis, e não conseguem esvaziá-la desses assuntos para dar campo às influências benéficas dos Espíritos Superiores, dos Mentores que assessoram os trabalhos.

Ensina Leon Denis:

"As preocupações de ordem material criam correntes
vibratórias horizontais, que põem obstáculo às radiações
etéreas e restringem nossas percepções. Ao contrário,
a meditação, a contemplação e o esforço constante
para o bem e o belo formam correntes ascensionais,
que estabelecem as relações com os planos superiores
e facilitam a penetração em nós de eflúvios divinos ".


A Importância da Concentração Mediúnica

"Nesse sentido, consideremos a concentração mental de modo diverso dos que a comparam a interruptor, de fácil manejo que, acionado, oferece passagem à energia comunicante, sem mais cuidados... A concentração, por isso mesmo, deve ser um estado habitual da mente em Cristo e não uma situação passageira junto ao Cristo". Nossos pensamentos têm determinado teor vibratório, de acordo com os sentimentos que os tipificam.

É imprescindível compreendermos que o pensamento é energia viva "construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros(Emmanuel - "Roteiro", cap.28). Este é o processo natural de sintonia e que predomina no curso de nossa existência. Nas tarefas mediúnicas esta sintonia apresenta peculiaridades próprias. É essencial que exista uma afinização, uma sintonia entre os participantes para que se estabeleça uma sincronia de forças, a conhecida "corrente vibratória".

Pode-se inferir, desde agora, o quanto é importante a concentração individual, visto que a qualidade dos trabalhos de intercâmbio depende fundamentalmente da participação consciente e responsável de cada um.

Recordemos Leon Denis, quando leciona a respeito:

"São favoráveis as condições de experimentação quando o médium e os assistentes constituem um grupo harmônico, isto é, quando pensam e vibram em uníssono. No caso contrário, os pensamentos emitidos e as forças exteriorizadas se embaraçam e anulam reciprocamente..."(Livro - No Invisível)

Ele acrescenta ainda que o médium em meio a essas correntes contrárias fica bloqueado, sem condições de atuar mediunicamente ou bastante prejudicado na filtragem das mensagens. Em "O livro dos Médiuns", o Codificador ressalta a necessidade da concentração ao referir-se à reunião como um ser coletivo, resultante das qualidades e propriedades de seus membros e esta tanto mais força terá quanto maior homogeneidade vibratória houver. Ele afirma que o poder de associação dos pensamentos de todos é que contribuirá para a comunicação dos Espíritos, "mas a fim de que todos esses pensamentos concorram para o mesmo fim, preciso é que vibrem em uníssono; que se confundam, por assim dizer em um só, o que não pode dar-se sem a concentração"(Item 331).

Portanto, cada participante precisa estar consciente de sua contribuição para que haja êxito nas atividades programadas pela Espiritualidade Maior. João Cleófas (Espírito), m seu excelente livro "Intercâmbio Mediúnico", desenvolve o pensamento de Kardec e Denis, em linguagem moderna:

"A média que resulta das fixações mentais dos membros que constituem o esforço da sessão mediúnica oferece os recursos para as realizações programadas. A concentração individual, portanto é de alta relevância, porque a mente que sintoniza com as idéias superiores vibra em freqüências elevadas"

Como Obter Uma Boa Concentração

A concentração não requer um esforço físico. Pessoas que tentam concentrar franzindo a testa, fechando os olhos com força ou denotando qualquer outro tipo de tensão muscular não alcançarão a finalidade a que se propõem. Ao contrário do que imaginam, a concentração exige um relaxamento e passa por alguns estágios, quais sejam:

1. Relaxamento - O relaxamento do corpo físico serve para preparar e favorecer a calma, a tranqüilidade interior.

2. Abstração - Abstrair-se do mundo exterior, de tudo ao seu redor.

3. Interiorização - Fazer silêncio interior, abstraindo-se também dos conteúdos psicológicos (emoções, pensamentos, imagens, lembranças, etc).

4. Fixar a mente - A mente se fixa e a atenção volta-se exclusivamente para o objetivo da reunião.

5. Aquietar a mente - Neste ponto a mente se aquieta e, no caso dos médiuns, oferece espaço para a sintonia mental com o Espírito que irá transmitir a comunicação.

Afirma João de Cleófas:

"A concentração, é, pois, a fixação da mente numa idéia positiva, idealista, ou na repetição meditada da oração que edifica, e que, elevando o pensamento às fontes geradoras da vida, dá e recebe, em reciprocidade, descargas positivas de alto teor de energias santificadoras."(Livro - Intercâmbio Mediúnico)

Os Pensamentos Intrusos

Todos os que se iniciam nos exercícios de concentração ou de meditação percebem que é difícil controlar os pensamentos e que, com freqüência, vêem-se assaltados por pensamentos intrusos, inconvenientes e inoportunos. Deixemos a lição a respeito com um dos mestres orientais:

"No início toda a sorte de maus pensamentos podem ocorrer, se levantarão na sua mente. Você se sobressaltará. Ficará atormentado. Isto é um bom sinal. É sinal de progresso espiritual. Voe está evoluindo espiritualmente. Esses pensamentos, com a continuidade (dos exercícios), morrerão com o tempo". (Trechos do livro "Concentração e Meditação", de Swami Sivananda).

Ele também aconselha que a pessoa não lute contra a sua mente durante a concentração.O mais acertado é aceitar com tranqüilidade e estabelecer o hábito de retorno, isto é, retornar aos objetivos propostos. No livro de Mira y Lopes, "Curso Prático de Concentração Mental" o autor refere-se ao"hábito de retorno", para disciplinar a mente.

André Luiz, sintetizando o esforço que os integrantes dos grupos mediúnicos devem realizar, anota em seu livro "Os Mensageiros" a palavra de Aniceto, relativa ao nosso tema:

"Boa concentração exige vida reta. Para que os nossos pensamentos se congreguem uns aos outros, fornecendo o potencial, de nobre união para o bem, é indispensável o trabalho preparatório de atividades mentais na meditação de ordem superior. A atitude íntima de relaxamento(este termo tem neste contexto o significado de descaso), ante as lições evangélicas recebidas, não pode conferir ao crente, ou ao cooperador, a concentração de forças espirituais no serviço de elevação tão-só porque estes se entreguem apenas por alguns minutos na semana, a pensamentos compulsórios de amor cristão.(...)."(Cap. 47)

A Doutrina Espírita é um convite permanente à transformação moral, levando a um processo natural de auto-descobrimento e propiciando condições para a realização desse encontro pessoal. Toda essa mudança, quando ocorre naquele que já interiorizou os princípios espíritas, denota um amadurecimento que favorece a uma nova compreensão da vida e a uma necessidade premente da busca da verticalidade. Quando existe essa conscientização o indivíduo torna-se cônscio de usas responsabilidades procurando, então, adquirir hábitos equilibrados, o que irá favorecer a sua concentração enquanto integrante de um grupo mediúnico.

Deixemos com Emmanuel a palavra final:

"Receberás, portanto, variados apelos, nascidos do campo mental de todas as inteligências encarnadas e desencarnadas que se afinam contigo, tentando influenciar-te através de ondas inúmeras em que se revela a gama infinita dos pensamentos da Humanidade, mas se buscas o Cristo, não ignoras em que altura lhe brilha a faixa." ("Seara dos Médiuns", Faixas pág. 125).

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Mandinga e Patuá


“Quem não pode com mandinga, não carrega patuá”, diz uma antiga expressão, hoje muito usada como sinônimo de outra coisa que diz: “quem não tem competência, não se estabelece”.

Os Mandingas
Comete engano quem acredita que a expressão esteja referindo a mandinga como feitiço, ebó, ‘coisa feita’, etc. Mandinga é um grupo (ou nação) africano do norte que por sua proximidade com os árabes acabou por se tornar mu­çulmano e, sendo esta uma religião fanatizante, seus adeptos têm verdadeiro ódio aos que não aceitam Alá como Deus ou Maomé como seu profeta. Com o desenvolvimento do tráfico de escravos, muitos negros mandingas vieram parar nas Américas, vítimas que foram da ambição dos brancos. Por serem os negros mandingas muçulmanos, muitos desses escravos sabiam ler e escrever em árabe, além de conhecer a matemática melhor do que os brancos, seus senhores, e este estado superior de cultura de um determinado grupo negro fez com que fossem tidos como feiticeiros, passando a expressão mandinga a sinônimo de feitiço. 

Por outro lado, os negros que praticavam o culto aos Orixás eram vistos como infiéis pelos negros mulçumanos. O branco, apro­veitando-se dessa rivalidade e confiando aos mandingas funções superiores que os demais, fazia a animosidade entre eles crescer. Os mandingas não eram obrigados pelos brancos a ingerir restos de carne de porco, e até mesmo permitiam que estes trouxessem trechos do Alcorão encerrados em pequenos invólucros de pele pendurados ao pescoço. Geralmente eram os mandingas quem acabava ocupando o lugar de caçadores de escravos fujões, os chamados “capitães-do-mato”. Por isso, quando um negro pretendia fugir, além de se preparar para lutar sem armas através da capoeira e do maculelê, ele deixava o cabelo carapinha e pendurava ao pescoço um patuá, de forma que pensassem tratar-se de um mandinga, para não ser perseguido. Todavia, se um verdadeiro mandinga o abordasse e ele não soubesse responder em árabe, o verdadeiro mandinga descarregaria todo seu furor nesse infeliz negro fujão. Daí nasceu a expressão “quem não pode com mandinga, não carrega patuá”

A vingança a quem se atrevesse a portar um falso objeto considerado sagrado pelo muçulmano era qualquer coisa de terrível. Mais tarde, porém, o hábito de utilizar patuás entre negros foi se generalizando, pois estes acreditavam que o poder dos mandingas era devido, em grande parte, aos poderes do patuá. Por outro lado, os padres também utilizavam, e ainda hoje utilizam, crucifixos e medalhas, Agnus Dei, etc., que, depois de benzidos, a maioria das pessoas acredita possam trazer proteção aos devotos nelas representados. Nos primeiros terreiros de Candomblé que se organizavam, era comum o pedido de patuá por parte dos simpatizantes e até mesmo por aqueles que temiam o culto afro, pois dizia-se que o patuá poderia até mesmo neutralizar trabalhos de magia negra.

MAS, AFINAL, O QUE É PATUÁ?

O patuá é um objeto consagrado que traz em si o Axé, a força mágica do Orixá, do santo católico ou Guia de luz, a quem ele é consagrado. Entre os católicos já era hábito usar um fragmento de qual quer objeto que houvesse pertencido a um santo ou a um papa, até mesmo fragmento de ossos de um mártir ou lascas de uma suposta cruz que teria sido a de Cristo. Até mesmo terra, que era trazida pelos cruzados que voltavam da Terra Santa e que a utilizavam nesses relicários, considera dos poderosos amuletos, que deveriam atrair bons fluidos e proteger dos azares. O nome relicário é originário de latim relicare-religar, que acabou formando a palavra relíquia. Logo o clero percebeu que não poderia impedir o uso dos patuás pelos negros, que os tiravam antes de entrar na igreja, mas voltavam a usá-los ao afastar-se de lá. Decidiram, então, substituir o patuá africano (o autêntico), que trazia trechos do Alcorão, por outro que trazia orações católicas, medalhas sagradas, Agnus Dei (uma espécie de medalha com o formato de coração, que se abre ao meio, onde se encontram as figuras de Jesus e Maria ou ainda símbolos da Igreja tradicional). 

Com a formação dos primeiros templos de Umbanda e a possibilidade de um contato mais estreito com diversas Entidades espirituais, as pessoas que bus­cavam proteção começaram a encontrar nesses objetos sagrados um apoio (era algo material que continha a força mágica vibratória da entidade que o trabalhara e que o crente poderia ter sempre consigo). A partir daí, as entidades de luz passaram a orientar sua elaboração, indicando quais objetos seriam incluídos na confecção do patuá e como se deveria proceder com eles para que recebessem o seu Axé, isto é, a força mágica.

Os ingredientes geralmente mais utilizados para a confecção dos patuás são os seguintes: Figas de guiné; Cavalos marinhos; Olhos de lobo (raros e caros); Estrela de Salomão; Estrela da guia; Cruz de caravaca; Couro de lobo; Pêlo de lobo; Santo Antonio de guiné; Imagens de Exu e Pomba Gira da Guiné; Pontos diversos; Orações; Sementes variadas; Imãs, etc. Não nos esqueçamos que essas coisas singelas não têm nenhum valor se não forem preparadas pelas entidades incorporantes. Somente estas podem dar o Axé ao patuá.

Trechos retirados do livro “Iniciação à Umbanda” vol. 2 – Tríade Editora de Pai Ronaldo de Linares e Diamantino Fernandes Trindade.

A História do Atabaque

Os Pontos Cantados e Seu Significado


Um dos fundamentos de vital importância para harmonização e eficácia dos trabalhos dentro de um templo umbandista é, sem dúvida, o que diz respeito aos Pontos Cantados (curimbas). Em tempos imemoriais, o Homem materialista é ligado quase que exclusivamente aos aspectos físicos que o circundavam, tomado de profundo vazio consciencioso, resolveu traçar caminhos que o fizesse resgatar a verdadeira finalidade de sua existência. Alicerçado em princípios aceitáveis, passou a buscar o elo de ligação para com o Criador, a fim de se redimir do tempo perdido e desvirtuado para outras ações. Uma das formas encontradas para a reaproximação com o Divino foi a música, onde se exprimiam o respeito, a obediência e o amor ao Pai Maior. Desta forma, os cânticos tornaram-se um atributo sócio-religioso, comum a todas as religiões, onde cada uma delas, com suas características próprias, exteriorizavam sua adoração, devoção e servidão aos desígnios do Plano Astral Superior. 

A Umbanda, nossa querida religião anunciada no plano físico em 15 de novembro de 1908, em Neves, Niterói – RJ, pelo espírito que se nominou-se Caboclo das Sete Encruzilhadas, também recepcionou este processo místico, mítico e religioso da expressão humana. Nos vários terreiros espalhados pelas Terras de Pindorama (nome indígena do Brasil), observamos com fé, respeito e alegria os vários pontos cantados ou curimbas, como queiram, sendo utilizados em labores de cunho religioso ou magístico. Em realidade os Pontos Cantados são verdadeiros mantras, preces, rogativas, que dinamizam forças da natureza e nos fazem entrar em contato íntimo com as Potências Espirituais que nos regem. Existe toda uma magia e ciência por trás de um ponto (curimba) que, se entoadas com conhecimento, amor, fé e racionalidade, provoca, através das ondas sonoras, a atração, coesão, harmonização e dinamização de forças astrais sempre presentes em nossas vidas. A Umbanda é capitaneada por sete Forças Cósmicas Inteligentes (Orixás). Todas estas irradiações têm seus pontos cantados próprios, com palavras-chave específicas e a justaposição de termos magísticos, de forma que o responsável pelo ponto cantado (curimba) deve Ter conhecimento do fundamento esotérico (oculto) da canção.

Temos visto em algumas ocasiões determinadas pessoas até com boas intenções, mas sem conhecimento, "puxarem" pontos em horas não apropriadas e sem nenhuma afinidade com o trabalho ora realizado. Tal fato pode causar transtornos à eficácia do que está sendo feito, uma vez que podem atrair forças não afetas àquele labor, ou ainda despertar energias contrárias ao trabalho espiritual. Quanto à origem, os pontos cantados dividem-se em Pontos de Raiz (enviados pela espiritualidade), e Pontos terrenos (elaborado por pessoas diretamente) os Pontos de Raiz ou espirituais jamais podem ser modificados, pois constituem-se em termos harmônio-metricamente organizados, ou seja, com palavras colocadas em correlação exata, que fazem abrir determinados canais de interação físico-astral, direcionando forças para os mais diversos fins (sempre positivos). 

No que concerne aos Pontos cantados terrenos, a Espiritualidade os aceita, desde que  pautados na razão, bom senso e fé de quem os compõe. Às vezes, porém, nos deparamos com algumas curimbas terrenas que nos causam verdadeiro espanto, quando não tristeza. São composições "sem pé nem cabeça", destituídas de fundamento, com frases ingênuas e sem nenhum nexo, chegando algumas a denegrirem os reais valores umbandistas. Cantam pontos (curimbas) por aí dizendo que Exu tem duas cabeças; que Pomba-Gira é prostituta e mulher de sete maridos; que Preto-Velho é feiticeiro e mandingueiro; que Ogum é praça de cavalaria, e outras incoerências mais... Quanto à finalidade, os Pontos Cantados podem ser: Pontos de chegada e partida; Pontos de vibração; Pontos de defumação; pontos de descarrego; Pontos de fluidificação; Pontos contra demandas; Ponto de abertura e fechamento de trabalhos; Pontos de firmeza; Pontos de doutrinação; Pontos de segurança ou proteção (são cantados antes dos de firmeza); Pontos de cruzamento de linhas; Pontos de cruzamento de falanges; Pontos de cruzamento de terreiro; Pontos de consagração do Congá; e outros mais, consoante a finalidade a que se destinam. 

Vimos pelo acima exposto que os pontos (curimbas), por serem de grande importância e fundamento, devem ser alvo de todo o cuidado, respeito e atenção por parte daqueles que as utilizam, sendo ferramenta poderosa de auxílio aos Pretos-Velhos, Caboclos, Crianças , Exus, e demais espíritos que atuam dentro da Corrente Astral de Umbanda.

O Poder das Velas


A vela é, com certeza, um dos símbolos mais representativos da Umbanda. Ela está presente no Congá, nos Pontos Riscados, nas oferendas e em quase todos os trabalhos de magia. A vela desperta nas pessoas que acreditam em sua força mágica, uma forte sensação de poder. Ela funciona como uma alavanca psíquica, despertando os poderes extra-sensoriais em estado latente. Muitos umbandistas acendem velas para seus Guias de forma automática, num ritual mecânico, sem nenhuma concentração. É preciso muita concentração e respeito ao acender uma vela, pois a energia emitida pela mente do médium irá englobar a energia do fogo e, juntas, irão vibrar no espaço cósmico, para atender a razão da queima dessa vela.

Se uma pessoa evoca suas forças mentais, com a ajuda da magia das velas, no sentido de ajudar alguém, irá receber em troca uma energia positiva; mas, se inverter o fluxo das energias psíquicas, utilizando-as para prejudicar qualquer pessoa, o retorno será infalível e as energias de retorno serão sempre mais fortes, pois voltam acrescidas da energia de quem as recebeu. Ao acender velas para as almas, para o anjo-da-guarda, para os pretos-velhos, caboclos, para a firmeza de pontos, Congá, para um santo de sua preferência ou como oferenda aos Orixás, é importante que o umbandista saiba que a vela é muito mais para quem acende do que para quem está sendo acesa, tendo a mesma conotação do provérbio popular que diz: "A mão de quem dá uma flor, fica mais perfumada do que a de quem a recebe." Não é conveniente, ao encontrar uma vela acesa no portão do cemitério, nas encruzilhadas, embaixo de uma árvore, ao lado de uma oferenda, apagá-la por brincadeira ou por outra razão. Devemos respeitar a fé das pessoas. Quem assim o cometer, deve ter em mente que poderá acarretar sérios problemas (desequilíbrio), de ordem espiritual, com sua atitude.

VELAS QUEBRADAS OU USADAS

Nos trabalhos de Umbanda existe uma grande preocupação com o uso de velas virgens ou que não estejam quebradas. A princípio pensei tratar-se de mera superstição, mas depois compreendi que a vela virgem estava isenta da magnetização de uma vela usada anteriormente, evitando assim um choque de energias, que geralmente anula o efeito do trabalho de magia. Somente no caso da vela quebrada encontrei um componente supersticioso: psicologicamente a pessoa acredita que um trabalho perfeito precisa de instrumentos perfeitos.

FÓSFORO OU ISQUEIRO?

Em muitos Terreiros existe uma recomendação para só se acenderem velas com palitos de fósforos, evitando  acendê-las com isqueiro ou em outra vela acesa. Normalmente os Terreiros fazem uso de pólvora, chamada de fundanga, nos trabalhos de descarrego. O enxofre que a pólvora contém também está presente nos palitos de fósforo. Ao entrar em combustão, a chama repentina, dentro de um ambiente místico, provoca uma reação psicológica muito eficiente, além de alterar momentaneamente a atmosfera ao seu redor, devido à sua composição química em contato com o ar. A mente do médium capta essas vibrações que funcionam como um comando mental, autorizando-a a aumentar seu próprio campo vibratório, promovendo, desta forma, uma limpeza psíquica no ambiente. Não é a pólvora que faz a limpeza, mas a mente do médium, se ele conseguir ativá-la para este fim.

VELA DE SETE DIAS

Na Umbanda alguns médiuns ficam em dúvida sobre se a vela de sete dias tem a mesma eficiência de sete velas normais. Sabemos, de acordo com a Psicologia, que um comportamento pode ser modificado através do reforço. No fato de se acender uma vela, isoladamente, não há nenhum tipo de reforço que se baseie na repetição. Assim, ao acender uma vela durante sete dias, as pessoas são reforçadas diariamente em sua fé, e, repetindo os pedidos, dentro desse ritual de magia, ficam realmente com maiores probabilidades de despertar a própria mente e alcançar os seus propósitos. Na prática, constatamos que dificilmente uma vela de sete dias queima durante todo esse tempo.

Lembretes: 

- Não recomendamos, aos umbandistas, fazerem velas com restos de outras velas.

- Os restos de velas estão impregnados das energias mentais de quem as acendeu. Aproveitar esses restos é o mesmo que querer aproveitar os restos dessas energias; como não sabemos com qual intenção as velas foram acesas, haverá fatalmente um choque entre diversas energias. Se precisar apagar a vela que esteja sendo usada ritualisticamente, JAMAIS o faça soprando a vela. Velas de ritual só podem ser apagadas com abafador ou com os dedos, jamais sopre essas velas.

Amados Irmãos de Umbanda, chegaremos em um momento na Umbanda, em que o Homem deverá estar plenamente consciente de que sua força mental é a sua grande aliada e nunca a sua inimiga. Deverá libertar-se gradativamente dos valores exteriores criados por sua mente e valorizar-se mais. Seu grande desafio é superar a si mesmo. Em vez de acender uma vela, deverá acender sua chama interior e tornar-se um iluminado, e, com o brilho dessa chama sagrada, mostrar o caminho aos seus irmãos.

Livro A Umbanda do III Milênio – Túlio Alves Ferreira – Editora Pensamento Ione Aires Yananda. Alguns trechos foram retirados da Internet, mas não continham a devida autoria.

domingo, 17 de agosto de 2014

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A Entidade Zé Pilintra na Umbanda

A entidade Zé Pelintra na Umbada. Quem é esta entidade, em que corrente se manifesta e como é seu trabalho espiritual. Esclarecimentos baseados na doutrina repassada pelos mentores do C.E.U Esperança.

 

Homenagem aos Malandros!


SALVE A MALANDRAGEM!

Os malandros têm como principal característica de identificação, a malandragem, o amor pela noite, pela música, pelo jogo, pela boemia e uma atração pelas mulheres (principalmente pelas prostitutas, mulheres da noite, etc...). Isso quer dizer que em vários lugares de culturas e características regionais completamente diferentes, sempre haverá um malandro. O malandro de Pernambuco, dança côco, xaxado, passa a noite inteira no forró; no Rio de Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba e passa suas noites na gafieira. Atitudes regionais bem diferentes, mas que marcam exatamente a figura do malandro.

No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo do antigo malandro da Lapa, contado em histórias, músicas e peças de teatro. Alguns quando se manifestam vestem-se a caráter. Terno e gravata brancos. Mas a maioria gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda, e justificam o gosto lembrando que: "a seda, a navalha não corta". Navalha esta que levavam no bolso, e quando brigavam, jogavam capoeira (rabos-de-arraia, pernadas), às vezes arrancavam os sapatos e prendiam a navalha entre os dedos do pé, visando atingir o inimigo. 

Bebem de tudo, da Cachaça ao Whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto. São cordiais, alegres, dançam a maior parte do tempo quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamá. Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger e abrir caminhos. 

Têm sempre grandes amigos entre os que os vão visitar em suas sessões ou festas. Ainda que tratado muitas vezes como Exu, os Malandros não são Exus. Essa idéia existe porque quando não são homenageados em festas ou sessões particulares, manifestam-se tranquilamente nas sessões de Exu e parecem um deles. Os Malandros são espíritos em evolução, que após um determinado tempo podem (caso o desejem) se tornarem Exus. Mas, desde o início trabalham dentro da linha dos Exus.

Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras e dos termos com os quais são compostos os pontos e cantigas dessas entidades. Assim é o malandro, simples, amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode enganá-lo, ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos. Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que façam mal ou enganem aos mais fracos. Salve a Malandragem!

Na Umbanda o malandro vem na linha dos Exus, com sua tradicional vestimenta: Calça Branca, sapato branco (ou branco e vermelho), seu terno branco, sua gravata vermelha, seu chapéu branco com uma fita vermelha ou chapéu de palha e finalmente sua bengala. Gosta muito de ser agradado com presentes, festas, ter sua roupa completa, é muito vaidoso, tem duas características marcantes:

- Uma é de ser muito brincalhão, gosta muito de dançar, gosta muito da presença de mulheres, gosta de elogiá-las, etc...

- Outra é ficar mais sério, parado num canto assim como sua imagem, gosta de observar o movimento ao seu redor mas sem perder suas características. Às vezes muda um pouco, pede uma outra roupa, um terno preto, calças e sapatos também pretos, gravata vermelha e às vezes até cartola. Em alguns terreiros ele usa até uma capa preta.

- E outra característica dele, é continuar com a mesma roupa da direita, com um sapato de cor diferente, fuma cigarros, cigarrilhas ou até charutos, bebe batidas, pinga de coquinho, marafo, conhaque e uísque, rabo-de-galo; é sempre muito brincalhão, extrovertido. 

Seu ponto de força é na subida de morros, esquinas, encruzilhadas e até em cemitérios, pois ele trabalha muito com as almas, assim como é de característica na linha dos pretos velhos e exus. Sua imagem costuma ficar na porta de entrada dos terreiros, pois ele também toma conta das portas, das entradas, etc... É muito conhecido por sua irreverência, suas guias podem ser de vários tipos, desde coquinhos com olho de Exu, até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco.




terça-feira, 12 de agosto de 2014

As 7 LInhas de Umbanda


Todas as entidades que militam na Corrente Astral de Umbanda estão dentro de uma das 7 linhas, que são:



ORIXALÁ (Oxalá)  - LINHA OU VIBRAÇÃO DE ORIXALÁ:

Estas Entidades usam roupagem de Caboclos. São as mais perfeitas nas manifestações. Não fumam, mesmo no grau de Protetores. Suas vibrações fluídicas começam se fixando pela cabeça, por cima, na altura da glândula pineal e vai até aos ombros, com uma sensação de friagem pelo rosto, tórax, e certo nervosismo que se comunica de leve ao Plexo Solar. A respiração faz-se quase somente pela narina direita, entrecortada de suspiros longos. O movimento que indica o controle na matéria vem com um sacolejo quase que geral no corpo. 

Falam calmos, compassado e se expressam sempre com elevação, conservando a cabeça do aparelho(médium), ora baixa ora semi levantada… Baixam raras vezes e só o fazem, quando encontram o médium em excelente estado mental, e moral. As entidades apresentam-se invariavelmente calmas, quase não falam, consultam pouco e não assumem “chefia de cabeça”, porém são sempre auxiliares.

IEMANJÁ - LINHA OU VIBRAÇÃO DE IEMANJÁ:

Fazem sentir seus fluídos de ligação pela cabeça, braços e joelhos. Balançam o corpo do aparelho (médium) suavemente, levantando os braços em sentido horizontal, flexionando e tremulando as mãos, arfando um pouco o tórax, pela elevação respiratória e balançando a cabeça, tomam o controle do médium. Gostam, de trabalhar com água salgada ou de mar, fixando vibrações, porém serenos sem encenações.

YORI - LINHA OU VIBRAÇÃO DE YORI: 

Essas entidades, altamente evoluídas, externam pela máquina física, maneiras e vozes infantis, mas de modo sereno, às vezes apenas um pouco vivas. Atiram seus fluídos sacudindo ligeiramente os braços e as pernas e tomam rapidamente o aparelho pelo mental. Gostam quando no plano de Protetores, de sentar no chão e comer coisas doces, mas sem desmandos. Dão consultas profundas e são os únicos que adiantam algumas provações que ainda temos que passar, se insistirmos nisso.

XANGÔ - LINHA OU VIBRAÇÃO DE XANGÔ:

Essas entidades usam a forma de Caboclos, e se entrosam no Corpo Astral de maneira semi brusca, refletindo-se em arrancos no físico; suas vibrações atingem logo o consciente do aparelho (médium), forçando-o do tórax a cabeça, em movimentos de meia rotação e pela insuflação de suas veias do pescoço, com aceleração pronunciada do ritmo cardíaco, na respiração ofegante, até normalizarem seu domínio físico. Emitem não uma espécie de som silvado, da garganta para os lábios, que parece externar o ruído de uma cachoeira ou de um surdo trovejar… Não gostam de falar muito

OGUM -  OU VIBRAÇÃO DE OGUM: 

Têm a forma de Caboclos. Estas entidades vibram também com força sobre o Corpo Astral, fixando seus fluídos pelas costas e cabeças, precipitam a respiração e tomam o controle do físico, quando o alteram para um porte desempenado. Geralmente dão uma espécie de “brado” que, num bom aparelho, se entende bem as duas sílabas da palavra OG-UM, como invocação à Vibração que o ordena. Esses espíritos gostam de andar de um lado para outro e falam de maneira forte, vibrante e em todas suas atitudes demonstram vivacidade.

OXÓSSI - LINHA OU VIBRAÇÃO DE OXÓSSI:

Têm a forma de Caboclos; os Orixás, Guias e Protetores são suaves em suas apresentações ou incorporações. Jogam seus fluídos pelas pernas, com tremores e ligeiras flexões das mesmas.Falam de maneira serena e seus passes são calmos, assim como seus conselhos e trabalhos.

YORIMÁ - LINHA OU VIBRAÇÃO DE YORIMÁ:

Essas entidades são verdadeiros magos, senhores da experiência e do conhecimento em toda espécie de magia. São os Orixás-Velhos da Lei de Umbanda – São donos dos mistérios da “Pemba” nos sinais riscados, da natureza e da Alma Humana. Têm a forma de pretos-velhos e se apresentando humildemente, falando um pouco embrulhado, mas, sendo necessário, usam a linguagem correta do aparelho(médium) ou do consulente. 

Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, pitando cachimbo, sempre numa ação de fixação e eliminação, através de sua fumaça. Falam compassados e pensando bem no que dizem. Seus fluídos são fortes , porque fazem questão de “pegar bem” o aparelho(médium). Começam suas vibrações fluídicas de chegada, sacudindo a cabeça. Cansam muito o corpo físico, pela parte dos rins e membros inferiores, com a posse do aparelho, conservando-o sempre curvado. Seus fluídos de presença vem como uma espécie de choque nervoso sobre a matéria e emitem um resmungado da garganta aos lábios, quando se consideram firmes na incorporação.

AS TRÊS FORMAS DE APRESENTAÇÃO

As 3 formas de apresentação dos mentores espirituais, são:
  • PRETO-VELHOS representando a HUMILDADE, e a SABEDORIA.
  • CABOCLOS (de ORIXALÁ/OXÓSSI/XANGÔ/OGUM/IEMANJÁ), representando a SIMPLICIDADE, a FORTALEZA.
  • CRIANÇAS, representando a PUREZA, o AMOR.
Os atributos de cada forma de apresentação:

CRIANÇAS: essas entidades se manifestam de forma muito singela, com vozes infantis, são verdadeiros MAGOS DA PUREZA, transmitem as mais puras vibrações de alegria e amor universal. Trazem ao ambiente a alegria e a pureza, características, realmente, da fase da infância.

CABOCLOS: Essas entidades se manifestam produzindo em seus médiuns uma postura ereta e voz vibrante, são os MAGOS DA FORTALEZA, transmitem uma sensação de segurança, porém com muita simplicidade. Despertam nas pessoas a fortaleza moral.

PRETO-VELHOS: Essas entidades se apresentam de forma simples, produzindo vozes muito calmas e fazendo com que seus médiuns se curvem. São os MAGOS DA SABEDORIA, trazem consigo vibrações de paz, serenidade e muita humildade. São entidades que carregam o peso da experiência, são sapientíssimas, mas sempre demonstrando muita humildade.

O trabalho destas entidades é enorme, tentando colocar no coração dos homens a paz de Oxalá. O trabalho é tão árduo que as vezes as entidades têm que se passar por ignorantes.

É a psicologia da Umbanda, com a intenção de atender a todos sem distinção. O Senhor máximo responsável pela Terra, Oxalá, como governador deste planeta envia estas entidades até nós, com o objetivo de que possamos evoluir espiritualmente.

Estas entidades, que fazem parte da chamada Corrente Astral de Umbanda, trabalham dentro de uma das Sete Linhas de Umbanda: Orixalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Yorimá, Yori e Iemanjá. Estes nomes são sagrados e ancestrais e nomeiam os sete Orixás Maiores da Umbanda. Estes Orixás Planetários (ou Potências Cósmicas) são os sete espíritos mais elevados do planeta, e nunca encarnaram aqui.

Mas e os Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças, onde ficam nesta história ?

Os Orixás Maiores não incorporam, eles têm funções de governo planetário. Cada um deles estende suas vibrações e ordenações a mais sete entidades denominadas Orixás Menores e estas, cada uma para mais sete inferiores e assim por diante.

Veja o exemplo de uma das Sete Linhas:

Orixá Maior = 1 (Oxóssi)
Orixá Menor = 7 (1º Grau) Chefe de Legião
Orixá Menor = 49 (2º Grau) Chefe de Falange
Orixá Menor = 343 (3º Grau) Sub Chefe de Falange
Guia = 2401 (4º Grau) Chefe de Grupamento
Protetor = 16807 (5º Grau) Chefe Integrante de Grupamento
Protetor = 117649 (6º Grau) Sub Chefe de Grupamento
Protetor = 823543 (7º Grau) Integrante de Grupamento

Nota-se que a cada grau que a hierarquia vai descendo a quantidade de entidades vai se multiplicando por sete, pois cada entidade, dentro de sua hierarquia delega ordenações para mais sete. E assim ocorre com todas as outras Linhas.

Nos terreiros, em geral trabalha-se com Protetores de 5º, 6º e 7º Grau. Para se trabalhar com Guia (4º Grau) é exigida muita experiência e devoção por parte do médium. Raras (praticamente impossíveis) são as incorporações de Orixás Menores (1º, 2º e 3º Grau), que necessitam de um médium muitíssimo preparado, corrente mediúnica segura, um terreiro limpo no físico, astral e mental, e ausência de obsessores até mesmo vindo da assistência. É impossível a incorporação de Orixás Maiores.

Os Caboclos que trabalham nos terreiros são das seguintes Linhas: Orixalá (estes não incorporam, somente passam vibrações), Ogum, Oxóssi, Xangô e Iemanjá;
Os Pretos-Velhos são da Linha de Yorimá;
E as Crianças da Linha de Yori.

Fonte: Texto recebido do grupo 7 elementos.

A Hierarquia dos Espíritos




Trabalhadores da Lei de Amor e Caridade:
  •  Chefes de Linha
  •  Chefes de Legião
  •  Chefes de Falange
  •  Mentores
  •  Guias
  •  Protetores
  •  Socorristas
Despertados para a Lei de Amor e Caridade:
  •  Coroados
  •  Batizados
MAIS AFASTADOS DE DEUS:

Indiferentes à Lei de Amor e Caridade
  • Atormentados
Rebeldes à Lei de Amor e Caridade
  •  Zombeteiros
  •  Perversos
A descrição abaixo é baseada no Livro dos Espíritos, de Alan Kardec.

TRABALHADORES DA LEI DE AMOR E CARIDADE:

CHEFES DE LINHA

Estes espíritos são os mais próximos de Deus, cujas ordens executam para manutenção da Lei de Amor e Caridade universal. São completamente purificados de todas as influências da matéria e reúnem em si as mais elevadas bondade, qualidade morais e suprema sabedoria espiritual, superior a dos demais espíritos. Os espíritos desse grau não mais necessitam sofrer provas, nem expiações e não estão mais sujeitos à reencarnação. Por estarem livre da influência da matéria, vivem em plena felicidade ao lado de Deus, nos mais elevados planos espirituais.

Por causa de suas características, eles comandam as linhas de espíritos que desempenham um trabalho em prol da Lei de Amor e Caridade. Como chefes dessas linhas, compete a eles designar as missões das legiões espirituais, bem como auxiliar os espíritos que lhes são inferiores em seu aperfeiçoamento espiritual.

Esses espíritos não incorporam, nem se manifestam aos encarnados, deixando esse tipo de ação para os que lhes são inferiores. Ainda assim, assistem aqueles em suas aflições e os estimulam à prática do bem. São classificados como espíritos puros no Livro dos Espíritos e como anjos, arcanjos, querubins, serafins ou devas em várias religiões, onde são considerados divindades benfazejas. Estes são os espíritos dos Devas, Santos e Orixás, por exemplo: a Divindade Ganesh, São Francisco, Orixá Ogum.

CHEFES DE LEGIÃO

A purificação de toda a influência da matéria é o que os caracteriza, reunindo em si elevada bondade, as mais elevadas qualidades morais e altíssima sabedoria espiritual, superior a dos Chefes de Falange. Os espíritos desse grau não mais necessitam sofrer provas, nem expiações e não estão mais sujeitos à reencarnação. Por estarem livre da influência da matéria, vivem em suprema felicidade nos planos superiores da vida espiritual.

Por causa de suas características, eles comandam as legiões de espíritos que desempenham um trabalho em prol da Lei de Amor e Caridade. Como chefes dessas legiões, compete a eles designar as missões das falanges espirituais, bem como auxiliar os espíritos que lhes são inferiores em seu aperfeiçoamento espiritual. Esses espíritos não incorporam, nem se manifestam aos encarnados, deixando esse tipo de ação para os que lhes são inferiores. Ainda assim, assistem aqueles em suas aflições e os estimulam à prática do bem.

São classificados como espíritos puros no Livro dos Espíritos e como anjos, arcanjos, querubins ou devas em várias religiões, onde são considerados divindades benfazejas. Aqui se encaixam os Espíritos que vem em ligação direta com os Orixás, espíritos puro,como por exemplo os Orixás que baixam no candomblé.


CHEFES DE FALANGE

A purificação de toda a influência da matéria é o que os caracteriza, reunindo em si elevada bondade, as mais elevadas qualidades morais e elevada sabedoria espiritual. Os espíritos desse grau não mais necessitam sofrer provas, nem expiações e não estão mais sujeitos à reencarnação em corpos materiais perecíveis. Por estarem completamente livre da influência da matéria, vivem em suprema felicidade nos planos superiores da vida espiritual. Por causa de suas características, eles comandam as falanges de espíritos que desempenham um trabalho em prol da Lei de Amor e Caridade. Como chefes dessas falanges, compete a eles designar as missões dos espíritos que lhes são inferiores, bem como auxiliá-los em seu aperfeiçoamento espiritual.

Suas manifestações, embora raríssimas, são sublimes e suas comunicações são extremamente bondosas e repletas de ensinos morais e espirituais, porém são restritas àqueles que procuram a verdade espiritual com boa-fé e que não os evocam por curiosidade ou com propósitos que fogem ao bem. Rarissimamente atuam através de trabalhos que exijam incorporação, deixando esse tipo de ação para os que lhes são inferiores. Ainda assim, assistem os encarnados em suas aflições e os estimulam à prática do bem.

São classificados como espíritos puros no Livro dos Espíritos e como anjos, arcanjos ou devas em várias religiões, onde são considerados divindades benfazejas. Aqui se encaixam os falangeiros e mentores espirituais. por exemplo: Emmanuel, André Luiz. Ogum Beira-Mar, Caboclo Tupinambá, Pai Benedito entre outros..

MENTORES

A associação de bondade, de qualidades morais elevadas e de elevada sabedoria espiritual é o que os caracteriza. Essa superioridade que possuem os tornam mais qualificados a transmitirem verdadeiros ensinamentos sobre o mundo espiritual, dentro do limites do que lhes é permitido revelar. Situam-se muitíssimo acima da condição geral média da humanidade, não apresentando qualquer apego às coisas do mundo material. Por causa disso, a encarnação destes espíritos no planeta Terra é rara e quando assim o fazem, cumprem a missão de servir de exemplo aos demais na evolução que se deve buscar.

Suas manifestações são sublimes e suas comunicações são extremamente bondosas e repletas de ensinos morais e espirituais, porém são restritas àqueles que procuram a verdade espiritual com boa-fé e que não os evocam por curiosidade ou com propósitos que fogem ao bem. Raramente atuam através de trabalhos que exijam incorporação, uma vez que seus trabalhos de caridade não estão mais no campo de socorro a necessitados, nem no auxílio na evolução espiritual de um único indivíduo. A principal missão de um espírito neste grau é auxiliar na evolução espiritual de coletividades, seja de seres encarnados ou não. São Espíritos que tomam conta das linhas, que deram nomes as linhas que hoje conhecemos independente de seu trabalho, são Caboclos,Pretos-Velhos, Crianças e Exus.

GUIAS

A associação da bondade com as qualidades morais mais elevadas é o que os caracteriza. Não possuem conhecimentos ilimitados, porém são dotados de uma capacidade intelectual que lhes faculta juízo reto sobre os seres humanos e as coisas. Situam-se muito acima da condição geral média da humanidade, não apresentando qualquer apego às coisas do mundo material. Suas manifestações não apresentam grosserias de quaisquer espécies e suas comunicações são extremamente bondosas e repletas de ensinos morais. Se fazem muito atuantes através de trabalhos que exijam incorporação, uma vez que seus trabalhos de caridade não estão mais no campo de socorro a necessitados, embora muitas vezes ainda o façam.

A principal missão de um espírito neste grau é auxiliar na evolução espiritual daquele de quem é guia e, em algumas ocasiões, de pessoas próximas a ele. São classificados como espíritos de sabedoria no Livro dos Espíritos. São as entidades que temos contatos.

PROTETORES

A bondade é neles a qualidade dominante. Ficam satisfeitos em poder prestar serviço aos seres humanos e protegê-los, porém seus conhecimentos são limitados. Situam-se acima da condição geral média da humanidade e não mais apresentam apego às coisas do mundo material. Suas manifestações não apresentam grosserias, seja de expressão, seja de linguagem, e suas comunicações são bondosas e repletas de bons ensinamentos. São bastante atuantes através de trabalhos que exijam incorporação, utilizando o corpo de seus médiuns como instrumento para praticarem a caridade para as pessoas necessitadas, através de passes e consultas. 

São classificados como espíritos benévolos no Livro dos Espíritos. Esses são os espíritos que baixam em linhas e falanges sob o comando de outras, sãos espíritos auxiliares Baianos, Boiadeiros, Marinheiros e Ciganos.

SOCORRISTAS

São espíritos que começam seus trabalhos pela luz e pela lei, é o grau mais baixo, são espíritos que não incorporam, porem são grandes tarefeiros do bem que tem seu trabalho muito reconhecido, são como estagiários espirituais.

INDIFERENTES À LEI DE AMOR E CARIDADE

ATORMENTADOS

São espíritos que conservam muito vívidas a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corpórea, sofrendo por esses males tanto quanto sofrem pela condição em se encontram no mundo espiritual. Por causa das lembranças tão nítidas da vida corpórea, em muitas ocasiões esses espíritos acabam obsediando pessoas pelas quais se afeiçoavam quando encarnados, buscando nessa proximidade uma forma de amenizar seu sofrimento, sem, no entanto, entenderem os males que daí decorrem. Suas manifestações são caracterizadas pela expressão de dor e a linguagem repleta de lamentos, notando-se claramente o desespero e o sofrimento pelos quais passam.

ZOMBETEIROS

São espíritos maliciosos, levianos e mistificadores. Como espíritos metem-se em tudo e a tudo respondem, sem se incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de intrigar, de induzir maldosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas. Em suas comunicações a linguagem de que se servem é amiúde, espirituosa e faceta, mas quase sempre sem profundeza de idéias. Aproveitam-se das esquisitices e dos ridículos humanos e os apreciam, mordazes e satíricos. Quando tomam nomes de seres considerados superiores, o fazem mais por malícia do que por maldade. São classificados como espíritos levianos no Livro dos Espíritos.

PERVERSOS

Os espíritos perversos são aqueles que se dedicam ao mal por prazer, fazendo dele o objeto de suas preocupações. Como espíritos, dão conselhos pérfidos, semeiam a discórdia e a desconfiança. Suas manifestações são caracterizadas pela grosseria das expressões e da linguagem e suas comunicações exprimem a baixeza de seus pendores, denotando sua inferioridade moral. Tentam se mascarar de todas as maneiras para melhor enganar, podendo até mesmo falar com certa sensatez em algumas ocasiões, porém não conseguem sustentar por muito tempo o papel e acabam sempre por se traírem. Por ódio ao bem, quase sempre escolhem suas vítimas entre as pessoas bondosas, procurando induzi-las à perdição e a sucumbirem nas provações, de forma a retardar-lhes o progresso espiritual, o que lhes causa grande satisfação quando o conseguem. Quando encarnados se tornam flagelos para a humanidade, pouco importando a categoria social a que pertençam quando nessa condição.

São classificados como espíritos impuros no Livro dos Espíritos e como demônios, maus gênios ou espíritos do mal em várias religiões, onde são considerados divindades maléfica