quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Carnaval

O Carnaval é o período que a “Bruxa está solta!”. 

Mas o que acontece de fato nesta época?

Bem, existem espíritos que quando encarnados, se desequilibram e tomam o caminho dos vícios, contrário ao das virtudes. Muitos se viciam em álcool  em sexo, drogas, etc. Ao desencarnar, estes espíritos continuam viciados, e andam perambulando por aí a procura de alguém que está bebendo, tendo relações sexuais, se drogando, para que através destas pessoas eles continuem alimentando seus vícios.

Como o inconsciente coletivo da população no carnaval é que “Está tudo liberado”, estes espíritos são naturalmente atraídos em massa para os locais de festa. Quando bebemos, alteramos a nossa consciência para o pólo negativo, e passamos a atrair além dos espíritos viciados, os baderneiros (kiumbas), que estarão nos incentivando ao máximo para que façamos algo de errado.

Alguns espíritos viciados em sexo, chegam até a estimular os órgãos genitais de homens e mulheres para que eles sintam um desejo incontrolável de se relacionar, assim fornecendo a preciosa energia sexual a estes viciados.

Então não posso aproveitar o carnaval?
PODE. A felicidade é sempre bem-vinda. O que está vetado são os exageros.

Quer aproveitar?
Protejam-se. Umbandistas: Firmem suas Esquerdas, firmem suas forças, acendam a vela para o Anjo Guardião. Tomem banhos de ervas, façam magia.

Sabe o que está realmente liberado no carnaval?
Fazer suas proteções, seguranças, não importa qual for a sua religião, a sua crença.

Aos médiuns novos, vocês estão com um campo muito aberto. Portanto, se não se sentirem bem em algum lugar, NÃO PENSE DUAS VEZES, saiam! Se sentir necessidade, não hesitem em procurar ajuda de alguém que seja capacitado para te ajudar.

Então, você curte o carnaval? Pode aproveitar, mas tenha consciência!

Não curte o carnaval? Este é um excelente período para você projetar tudo o que deseja para este ano!

Saravá!

Fonte: http://setelinhas.wordpress.com/ 

O Uso da Roupa Branca


Por causa de Oxalá, a cor branca está associada a Umbanda e aos cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás e dos seres humanos.

Além disso, quando da manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, no momento em que expressou as diretrizes da nova religião, a Umbanda, ele sugeriu que todos os médiuns, sacerdotes ou pessoas que participassem das sessões vestissem roupas de cor branca.

A cor branca sempre foi usada desde os tempos remotos para simbolizar a paz e a fraternidade. Nas antigas ordens religiosas do Oriente, encontramos a cor branca como sinônimo de elevada sabedoria e alto grau de espiritualidade.

Os Magos Brancos da antiga Índia eram assim chamados por utilizarem sua magia sempre para o bem, e suas vestes sacerdotais eram sempre brancas. Também consideramos que a cor branca dá a sensação de limpeza, beleza, paz e harmonia, por isso, tantos profissionais a utilizam para representar sua ação, como a área médica e a de ensino. Há, ainda, uma razão científica para o uso dessa cor.

Segundo estudos e pesquisas elaborados pelo cientista Isaac Newton, descobriu-se que, quando a luz solar (branca) passa por um prisma de cristal, desdobra-se a cor matriz (branca) nas cores do arco-íris, provando assim que a cor branca contém dentro de si todas as demais cores.
Em outras palavras...

Essas duas cores representam à união e a ausência de todas as cores e nos levam ao plano iniciatório ultrapassando a dualidade. São as cores do universo simbólico representado no tabuleiro do Xadrez, no preto que é luto no ocidente e no branco que é o luto no oriente, no branco que é a cor do vestido da noiva e no preto que a cor do fraque do noivo, no preto que é a noite insondável e no branco que é a neve que reflete a luz fria em altitudes inatingíveis.

O branco e o preto se alternam quando a palheta de cores atinge certa rotação, formando um desenho preto-branco e branco-preto criando uma nova unidade de cor. O branco é a pureza e o preto é atração magnética que tudo absorve, é o feminino e o masculino, o positivo e o negativo, o oriente e o ocidente, o yin e o yang, o sol que reflete a luz e a lua que absorve a claridade, é a presença e a ausência.

- Branco: pureza, inocência, reverência, paz, simplicidade, esterilidade, rendição.

- Preto: poder, modernidade, sofisticação, formalidade, morte, medo, anonimato, raiva, mistério.

Na Umbanda usa-se como roupagem para os médiuns apenas roupa branca, representando a simplicidade e humildade. O branco representa e é a cor de Oxalá e além do sentido da pureza e da reverência ele traz a proteção espiritual para o médium, pois o branco É IRRADIADOR POR SI SÓ formando um campo de força único, fazendo com que o baixo astral não consiga enxergar ou caracterizar o médium protegendo-o dos ataques espirituais.

A cor branca resulta da sobreposição de todas as cores, enquanto o preto é a ausência de luz. Uma luz branca pode ser decomposta em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma. Na natureza, esta decomposição origina um arco-íris.

Na Umbanda por exemplo, aquela trazida pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, não é comum o uso de fantasias, adornos, enfeites, objetos brilhantes e coloridos, ou afins, como se verifica no candomblé ou kimbanda por exemplo, onde cada qual segue sua ritualística. Pode ocorrer de uma preta velha solicitar uma saia ou um lenço para simplesmente amarrar os cabelos... Mas uma outra visão sobre a vestimenta e apetrechos materiais utilizados pelos Guias Espirituais são como condensadores de energia, sendo um modo de concentrá-la e depois enviá-la ou dissipá-la no elemento apropriado.

Deve-se ficar atento diante das solicitações espirituais para que não haja influência do próprio médium perdendo todo o efeito de realização e descaracterizando a Umbanda de sua simplicidade, pois como diz seu Zé, vestir branco é o branco interno e não o externo. No entanto a roupa branca quando destinada aos trabalhos caritativos deve ser usada única e exclusivamente na hora dos trabalhos mediúnicos.

A Mediunidade de Incorporação


A palavra “incorporar” tem vários significados: Ela nos dá a idéia de unir, (incorporar alguma coisa a algo que já temos; unir conceitos ou práticas); Igualmente, nos traz o sentido de reunir ou fazer fusões, (de empresas, instituições, etc.); Também a de introduzir, (incorporar um conceito: assimilar e aplicar esse conceito a alguma coisa que já fazemos); E ainda sugere a idéia de dar forma física, forma material ou forma corpórea, (dar corpo).

Na Umbanda, dentro do campo da mediunidade, falar em “incorporação” sugere a idéia de “dar passagem a uma Entidade”, geralmente um Guia Espiritual que vem trazendo uma mensagem de orientação; outras vezes, ocorre a incorporação de Encantados (ex.: a de Crianças) ou a de Naturais (ex.: a do Orixá do médium).  E a vontade de incorporar deixa muitos médiuns angustiados ! 

Uns, porque temem o fenômeno- esquecidos de que, na incorporação o que acontece é uma espécie de união de dois mentais : o do Guia Espiritual ou Entidade e o do médium, que se sintonizam, “unindo” os respectivos campos áuricos, para que um possa expressar suas idéias e “falar com a voz do outro”- isso, resumindo na forma mais simples.

Mas o que vai “ganhar corpo”, ou “ganhar forma”, é a expressão das idéias do Guia Espiritual ou da Entidade, bem como a energia do arquétipo. Ao incorporar, os Amparadores da Luz certamente que não se apossam do corpo do médium, apenas irão moldá-lo às próprias características, fazendo com que o médium assuma todo um gestual e movimentos de apresentação do arquétipo que representam, (postura corporal, dança, giros, forma de caminhar, ritmo etc.). E aqui se pode, inclusive, distinguir a psicofonia, estudada no Espiritismo, da mediunidade de incorporação na Umbanda. A incorporação é mais do que “falar por intermédio do outro”, pois também envolve que o médium assuma características do Ser que se manifesta por meio da sua mediunidade e não se limita à comunicação com espíritos desencarnados.

No início da atividade mediúnica, acontece de o médium ficar angustiado, querendo logo incorporar, para “se sentir médium”; ignorando talvez que existem outras formas de mediunidade, igualmente importantes, tais como:

a) a intuitiva ou de pressentimentos - na qual o médium sente ou recebe intuições de Guias Espirituais e Entidades, (sem vê-los e nem ouvi-los, propriamente);
b) a sensitiva- na qual o médium “sente” a presença de espíritos ou de energias extra físicas, (sem vê-los ou ouvi-los);
c) a auditiva- na qual o médium apenas ouve as mensagens dos espíritos ou das Entidades;
d) a da clarividência- na qual o médium vê os seres e/ou energias astrais do local onde está ou de um lugar no espaço distante dali ; ou visualizando “cenas do passado” ; ou ainda pela psicometria, (“vendo” cenas do passado ou captando energias do passado, ao tocar objetos, roupas, etc.);
e) de desdobramento ou sonambúlica. Não confundir com sonambulismo, situação em que a pessoa adormece e fala, ela mesma, sobre o que está à sua volta. Porque no desdobramento o médium “se solta”, desprende-se parcialmente do corpo físico, acessa e descreve o que está vendo da realidade não-material, podendo receber e passar as mensagens que os espíritos ou Entidades vão ditando (exemplo raro: Chico Xavier psicografava numa reunião mediúnica em Minas Gerais. Em desdobramento, participou de uma reunião mediúnica extra física e lá também psicografou, transmitindo a mensagem de um filho desencarnado à mãe também desencarnada. Mãe e filho se encontravam em regiões astralinas diversas, a mãe sofria por não ter notícias dele.);
f) psicografia- na qual o médium escreve textos ditados pelos espíritos e Entidades ou, então, sob a orientação deles, a partir de idéias básicas que recebe e desenvolve;
g) de cura- pela qual, mesmo sem incorporar, o médium pode aplicar passes que irradiam energias de cura, bem como fazer projeções de energias curadoras à distância;
h) a que permite falar ou entender línguas estrangeiras que não são do conhecimento do médium, que é a xenoglossia ;
i) a que permite pintar ou desenhar, sob a instrução de artistas já desencarnados; também chamada de pictórica ou pintura mediúnica;
j) a olfativa, que permite ao médium sentir perfumes e odores de uma realidade não-física;
i) a de materialização, pela qual os Guias Espirituais e Entidades se utilizam de energias do médium, (ectoplasma), para se materializar diante das pessoas ou para materializar objetos etc. Exemplo elevado é o de Jesus que, entre outros, materializou: pães e peixes para a multidão que o acompanhava; fez surgir uma abundância de peixes na rede dos pescadores ; transformou água em vinho, nas Bodas de Canaã.

As orientações que recebemos na Umbanda através da mediunidade de incorporação são importantes. Contudo, há outras formas de nos comunicarmos com a Espiritualidade e de trazermos esse aprendizado para a nossa vida.

Incorporar, “receber o Guia”, não é o mais importante. Fundamental é que nos dediquemos a assimilar as orientações e os exemplos dos Guias Espirituais e das Entidades que nos amparam, procurando entender-lhes o sentido para aplicá-los em nossa vida diária e ficando atentos para as intuições que eles nos dão, (que podem chegar como novas idéias, como sensações, até como perfumes e odores variados que, de repente, invadem o ambiente etc.)

Importante é “incorporar”, (assimilar e aplicar), o fundamento da mensagem, assim como a lição embutida no exemplo de conduta dos Guias Espirituais diante de um consulente ou de um médium “difícil”, buscando analisar o quanto aquilo pode ter aplicação útil em nosso dia-a-dia.

Espiritualidade não é algo para se viver apenas entre as paredes do Terreiro. É algo para vivermos “dentro de nós”, em silêncio, com naturalidade, sem alarde, sem roupa especial, sem dia marcado, sem que ninguém precise elogiar e aplaudir. É um caminho interno, é aprender a olhar tudo com os olhos da alma, porque isso vai nos ajudar a encontrar novas soluções, novas formas de viver e enxergar a vida “lá fora”.

Não tem sentido fazer as coisas para se receber elogios. O essencial é fazermos as coisas em que acreditamos, pelo bem que elas representam. Agir assim nos livra de muitas mágoas, de muitas bobagens... Espiritualidade é algo que nos ajuda a caminhar de mãos dadas com os outros, pelo prazer de ajudar e participar, apesar de sermos diferentes, apesar de pensarmos de forma diferente, apesar dos pesares...

Ser médium é ser veículo, canal, meio de comunicação. Dentro e fora do Terreiro.
A melhor forma de transmitirmos as mensagens do Astral é colocá-las na prática : em família, no trabalho, com os amigos, com os vizinhos, com as pessoas “difíceis”...

Espiritualidade é união, é a “incorporação”, (assimilação e aplicação), do verdadeiro sentido da vida : somos todos filhos de Deus, somos todos feitos de Luz, temos valores e méritos, mas também temos nossas limitações e lições a aprender.

Incorporar o Guia não é tudo, é apenas uma parte das infinitas possibilidades de aprendizado que a Vida nos concede, inclusive no campo mediúnico.

Portanto, no desenvolvimento mediúnico, não nos preocupemos apenas em girar, em rodar, para “mostrar que o Guia chegou”...  Na verdade, os Guias e Entidades chegam ali muito antes de nós, preparando o ambiente para o trabalho. Bom mesmo será a gente conseguir abrir o coração, para incorporar, (assimilar, absorver), os ensinamentos do Astral e colocá-los em prática.

E, se o Guia quiser incorporar: entregue-se, deixe, permita-se a experiência ! Não perca mais tempo se perguntando : “Será que sou eu, será que é o Guia...? Abra o coração! Busque o contato com a Espiritualidade, que a resposta virá, do jeito que precisa e pode vir, sem dificuldade, naturalmente, e só por um motivo : somos seres espirituais!

Entenda...

Pense...

Alguns aspectos sobre a Umbanda...


A palavra Umbanda vem do complexo lingüístico Bantu, significa “arte da cura”. Seu surgimento data do início do século XX, no Rio de Janeiro. A princípio, a formação da Umbanda estava ligada as tradições do Candomblé Bantu (Congo-Angola), com a crença em santos católicos, que eram então cultuados como correspondentes das entidades de matriz africana. Essa relação entre os santos e as entidades do Candomblé existia a tempos como uma forma dos afro-descendentes manterem suas crenças sem serem perseguidos pelo Estado e a Igreja. Assim, influenciados nesse período pela doutrina espírita kardecista que propagava o rito de comunicação com os espíritos, formou-se a Umbanda. Com suas entidades, chamadas de “guias”, que se comunicam com os frequentadores, chamados de “consulentes”, com o objetivo de amenizar seus sofrimentos.

O Candomblé de Congo-Angola deixou para a Umbanda uma de suas características principais, o culto e o respeito aos ancestrais. Dessa forma, as figuras mais reconhecidas da Umbanda são as entidades dos Preto-Velhos. Pois são os espíritos dos antigos escravos que conseguiram atingir a velhice e, por isso, guardaram muitos conhecimentos. Assim também, foi a primeira entidade a se manifestar nessa religião pelo processo da incorporação, seguida depois por muitas outras que denominam grupos de culto específicas e contêm características sagradas próprias. Essas segmentações são conhecidas como “falanges”.

A Umbanda foi então agregando cada vez mais elementos, os Orixás do Candomblé Nagô, espíritos que traziam conhecimentos do ambiente rural, outros do ambiente urbano, e mais outros de representação às crianças, velhos, índios, mulheres... Compondo então todo um cenário da população brasileira, principalmente pobre e marginalizada, que ganhava espaço no ambiente sagrado. Dessa forma, as entidades da Umbanda contam a história do Brasil, mas de um país diferente, no qual seus heróis se referem às figuras do cotidiano do povo marginalizado: Caboclos, Boiadeiros, Marinheiros, Índios, Prostitutas, Malandros, velhos escravos e Crianças.Todos esses “personagens” estão representados no altar da Umbanda, chamado de Peji ou Congá. Além deles, há várias figuras católicas e, inclusive a imagem de Jesus Cristo. 

O templo onde se realizam os cultos é chamado popularmente de terreiro. Nas sessões as pessoas conversam com as entidades com a intensão de obter ajuda para seus problemas. Em geral, procuram-se curas e soluções para problemas espirituais e pessoais diversos. As entidades dão conselhos, bençãos e ensinam rezas e práticas, muitas vezes com o uso de ervas, para auxiliar nos problemas de saúde. Assim a religião se organizou, na maneira como conhecemos hoje, a partir da década de 1930, para atender às demandas e aflições da população negra e mestiça das periferias cariocas e paulistas, sendo, posteriormente, adotada pela classe média branca urbana.

Os Preto-Velhos e suas Histórias...

Os Preto-Velhos na Umbanda, são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos, e que morreram no tronco ou de velhice, e que adoravam contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes dão o amor, a fé e a esperança aos “seus filhos”.
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São entidades desencarnadas que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, conseqüentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM – alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de “guiné” (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus “filhos” em nome da vitória que está por vir.
São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.
 Preto Velhos : "Os espíritos da humildade, sabedoria e paciência".
São entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda. Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns encorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:
As Crianças – Chamadas eres, ou ibejis, representam a pureza, a inocência, daí sua característica infantil.
Os Caboclos – Onde se incluem os Boiadeiros, Caboclos e Caboclas, representam a força, a coragem, portanto apresentam a forma do adulto, do herói, do guerreiro, do índio ou soldado.
Os Preto-Velhos – Incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.
A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Jesus (Oxalá). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz.
A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.
Os Preto-Velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões Afro-Brasileiras. São lembrados também pelo instrumento que normalmente utiliza o cachimbo.
Os nomes de alguns mais comuns de que se tem notícia são: Pai João, Pai Joaquim de angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria conga, Vovó Catarina. Pai Jacó, Pai Benedito, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luis, Mãe Maria, Mãe Cambinda, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita e etc.
Na Umbanda, são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, data da abolição da escravatura.
Os pontos cantados, servem para saudar a presença das entidades, diferentemente do que geralmente se pensa, não foram feitos para chamar, mas sim para agradecer a presença, como um “Olá”.
Pontos: Saudação dos Preto-Velhos quando iniciada uma gira
"Bate tambor lá na Angola, bate tambor Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Bate tambor, Pai Joaquim*… Bate tambor, Maria Conga*… Bate tambor, Pai Mané*… (* coloca-se o nome dos pretos velhos da casa)."
"Eu andava perambulando, sem ter nada p’ra comer Fui pedir as Santas Almas Para vir me socorrer Foi as Almas que me ajudou Foi as almas que me ajudou Meu Divino Espírito Santo Glória Deus, Nosso Senhor Nessa casa tem quatro cantos Cada canto tem um santo Pai e filho, Espírito Santo Nessa casa tem 4 cantos…"
'Quem vem, que vem lá de tão longe? São os pretos velhos que vem trabalhar Quem vem, que vem lá de tão longe? São os pretos velhos que vem trabalhar Ô da-me forças pelo amor de Deus, meu pai Ô da-me forças pros trabalhos teus."
"Zum zum zum Olha só Jesus quem é Eu rezo para santas almas Inimigo cai Eu fico de pé"
"O preto por ser preto Não merece ingratidão O preto fica branco Na outra encarnação No tempo da escravidão Como o senhor me batia Eu chamava por Nossa Senhora, Meu Deus! Como as pancadas doíam."
"Tira o cipó do caminho, oi criança Deixa a vovó atravessar Tira o cipó do caminho, oi criança Deixa a vovó atravessar"
"A bença Vovô Quando precisar lhe chamo A bença Vovô Quando precisar lhe chamo Zambi lhe trouxe, Zambi vai lhe levar Agradeço a toalha de renda de chita de pai Oxalá."
"Vovô já vai, já vai pra Aruanda… Abença meu pai, proteção pra nossa banda."
"Negro está molhado de suor, mas tá feliz porque Deus o libertou (bis)".
"Ô sinhá sinha, segura a chibata não deixa bater, faz uma prece prá negro morrer, negro não quer mais sofrer (bis)."
Ponto p/firmar a gira: "Viva Deus, viva a Gloria, viva o rosário de nossa Senhora(bis)".
Ponto para benzimentos: "Pai João d”angola com sua ternura, sentado no tronco ele benze as criaturas (bis), a estrela de Oxalá seu ponto iluminou, ele é Pai João d”angola ele é nosso protetor".
Ponto de subida: "Já vai preto-velhos subindo pro céu e nossa senhora cobrindo com véu (bis)".
A linha dos Preto-Velhos, na Umbanda, são entidades que se apresentam esteriotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina e manipulação de ervas, o qual aplicam frequentemente em sua atuação na Umbanda, porém no Candomblé são considerados Eguns.
Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro (período de trevas no território brasileiro), sua linha, reflete a humildade, a paciência e a perseverança característica da atuação da linha nominada de Yorimá, que apresenta-se de pés no chão, cachimbo de barro bem rústico, quando não cigarro de palha, café, e um fio de contas de rosários (Lágrima de Nossa Senhora) e cruzes, figas e brevês os quais utilizam magisticamente em sua atuação astral.
Os Preto-Velhos apresentam-se com nomes de individualizam sua atuação, conforme nação ou Orixá regente, evidenciando sua atuação propriamente dita.

Os nomes mais comums usados são:

  • Pai Agostinho;
  • Pai Joaquim;
  • Pai Francisco;
  • Pai Maneco;
  • Pai João;
  • Pai José;
  • Pai Mané;
  • Pai Antônio;
  • Pai Roberto;
  • Pai Cipriano;
  • Pai Tomaz;
  • Pai Jobim;
  • Pai Roberto;
  • Pai Guiné;
  • Pai Jacó;
  • Pai Cambinda;
  • Pai Benedito;
  • Pai Joaquim;
  • Pai Ambrósio;
  • Pai Fabrício;
  • Tio Antônio;
  • Vô Benedito;
  • Velho Liberato
etc…
E os femininos:
  • Vó Cambinda;
  • Vó Bibiana;
  • Vó Cecília;
  • Vó Irina;
  • Vó Maria Conga;
  • Vó Catarina;
  • Vó Ana;
  • Vó Sabina;
  • Vó Quitéria;
  • Vó Benedita;
  • Vó Iriquirita;
  • Vó Leopondina;
  • Vó Filomena;
  • Vó Joana;
  • Vó Joaquina;
  • Vó Rita;
  • Vó Mariana;
  • Vó Guilhermina;
  • Mãe Benta;
  • Mãe Maria;
etc…
Em sua linha de atuação, apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram:
  • Congo - Ex: (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha   de Iansã
  • Aruanda - Ex: (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a Preto-Velhos ativos na linha de Oxalá. (OBS: Aruanda quer dizer céu);
  • D´Angola - Ex: (Pai Francisco D´Angola), refere-se a Preto-Velhos ativos na linha de Ogum;
  • Matas - Ex: (Pai Francisco das Matas), refere-se a Preto-Velhos ativos na linha de Oxóssi;
  • Calunga, Cemitério ou das Almas - Ex: (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a Preto-Velhos ativos na linha de Omolu/Obaluayê;
Entre diversas outras nominações tais como: Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc…
Muitos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Preto-Velhos. Na gira eles só comem o que for feito de milho como por exemplo:
  • Bolo de milho, pamonha, cural e etc.

“AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO”
Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo um triste Preto Velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela face e… Foram sete.
A Primeira… A estes indiferentes que vem no Terreiro em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber;
A Segunda… A esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam;
A Terceira… Aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar ao semelhante;
A Quarta… Aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma, e não conhecem a palavra gratidão;
A Quinta… Chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem seu semblantes verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo;
A Sexta… Aos fúteis, que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam aconchego, conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente;
A Sétima… Como foi grande e como deslizou pesada! Foi à última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Aos médiuns vaidosos (as), que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Entenda...

Pense..

Considerações sobre o Congá:

Ao chegarmos em um Templo de Umbanda, lugar sagrado onde a Espiritualidade se manifesta para bem e fielmente cumprir o que lhe é designado pelo Pai Maior (Tupã, Zambi, Olorum, Deus), via de regra observamos na posição frontal posterior do salão de trabalhos mediúnico-espirituais um ou mais objetos litúrgicos (cruz, imagens, símbolos, velas etc.), dispostos de modo bem visível e que despertam a atenção dos que alí se fazem presentes.
A este espaço especificamente destinado a recepcionar um conjunto de peças litúrgico-magísticas, afixadas sobre certas bases, na Umbanda nomeamos de Congá (Jacutá – Altar).
Um grande número de pessoas pertencentes a outros segmentos religiosos ou seitas, não conhecendo os fundamentos através dos quais a Umbanda se movimenta, o definem como sendo um local de idolatria e fetiches desnecessários. Já uma parte da coletividade umbandista,mais preocupada com a forma de apresentação do que com a essência, também não têm noção do quão importante é o Congá para as atividades do Terreiro, notadamente em seus aspectos Esotéricos e Exotéricos.
Não queremos dizer com a citação de tais palavras que exista Umbanda Exotérica e Umbanda Esotérica. Umbanda é Umbanda e só, sem os designativos que infelizmente estamos acostumados a ouvir, produto da vaidade e do modismo de alguns. O que existem sim é exoterismo e esoterismo dentro da ritualística umbandista, e isto é notório para aqueles que observam com atenção os trabalhos de terreiro.
Feitas estas considerações preliminares, comecemos por esclarecer que, embora os dois termos retrocitados (Exotérico – Esotérico) sejam pronunciadas da mesma forma (homofonia -mesma sonorização), ambas possuem significados apostos, diferentes.
Diz-se Exotérico (Exo = Interno, velado, oculto) a todo o objeto, fato, ato, informação ou procedimento, cuja significação somente é acessível a uma plêiade de pessoas, que por outorga espiritual e/ou sacerdotal alcançaram tal conhecimento. Sua publicidade é velada, pelo menos a priori.
Conceitua-se Exotérico (Exo = Externo, aberto) a todo o objeto, fato, ato, informação ou procedimento, cuja significação é de conhecimento geral, alcançando a todos, de forma ostensiva, pública, vale dizer, sem nenhuma restrição quanto a sua razão de ser.
A nível Exotérico, o Congá funciona como ponto de referência ou lugar de intermediação ou fixação psíquica, para o qual são direcionadas ondas mentais na forma de preces, rogativas, agradecimentos, meditações etc.
É sabido que as instituições umbandistas recebem pessoas dos mais diferentes degraus evolucionais, umas dispensando instrumentos materiais para elevarem seus pensamentos ao plano invisível, e outras tantas, a maioria, necessitando de elos tangíveis de ligação para concentração, afloramento, e direcionamento do teor mental das mesmas.
No quesito Sugestibilidade, o Congá, por sua arrumação, beleza, luminosidade, vibração etc., estimula médiuns e assistentes a elevarem seu padrão vibratório e a serem envolvidas por feixes cristalinos de paz, amor, caridade e fraternidade, emanados pela Espiritualidade Superior atuante.

Também é através do Congá que muitas pessoas que adentram pela primeira vez em um templo umbandista conseguem identificar de pronto quais forças que coordenam os trabalhos realizados. Para os não-umbandistas, como é saudável e balsâmico visualizar uma imagem representativa de Jesus, posicionada em destaque, como que os convidando a fazerem parte desta grande obra de caridade que é a Umbanda. Sim, a Umbanda é uma religião inteligentemente estruturada pela Divina Espiritualidade. Enquanto algumas religiões vaidosamente insistem em ficar em seus pedestais, fazendo apologias e proselitismos em causa própria, ora se intitulando como sendo o consolador prometido, ora como a única igreja de Deus, sem se importarem com os diferentes níveis de consciências encarnadas, a Umbanda, assim como Jesus, se integra as multidões, acolhendo a todos, sem distinção alguma, sem catequizar ou bitolar doutrinariamente ninguém. Religião é isto: é atender a todas as classes sociais, econômicas, religiosas, étnicas e consciências, atingindo-as, amparando-as e respeitando as diversas faixas espírito-evolutivas.
Passemos a falar do aspecto Exotérico do Congá. E o faremos de maneira parcial, uma vez que não é nossa finalidade “pescar” para ninguém, mas tão somente estimular o estudo e uma maior habitualidade de raciocínio no que diz respeito a temas de fundamento dentro da Umbanda, a fim de termos médiuns mais bem preparados e aptos a dignificarem nossa sagrada religião.
Imaginem uma Usina de Força. Assim ‘e o Templo Umbandista. Agora imaginem esta usina com três ou mais núcleos de força, cada qual com uma ou mais funções neste espaço de caridade.
Pois bem, o Congá é um deste núcleos de força, em atividade constante, agindo como centro atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos e níveis de energia e magnetismo:
É Atrator, porque atrai para si todas as variedades de pensamentos que pairam sobre o terreiro, numa contínua atividade magneto-atratora de recepção de ondas ou feixes mentais, quer positivos ou negativos.
É Condensador, na medida em que tais ondas ou feixes mentais vão se aglutinando ao seu redor, num complexo influxo de cargas positivas e negativas, produto da psicoesfera dos presentes.
É Escoador, na proporção em que, funcionando como verdadeiro fio-terra (pára-raio), comprime miasmas e cargas magneto-negativas e as descarrega para a Mãe-Terra, num potente efluxo eletromagnético.
É Expansor, pois que, condensando as ondas ou feixes de pensamentos positivos emanados pelo corpo mediúnico e asistência, os potencializa e devolve para os presentes, num complexo e eficaz fluxo e refluxo de eletromagnetismo positivo.
É Transformador, no sentido de que, em alguns casos e sob determinados limites, funciona como um reciclador de lixo astral, condensando-os, depurando-os e os vertendo, já reciclados, ao ambiente de caridade.
É Alimentador, pelo fato de ser um dos pontos do terreiro a receberem continuamente uma variedade de fluidos astrais, que além de auxiliarem na sustentação da egrégora da Casa, serão o combustível principal para as atividades do Congá (Núcleo de Força).
Não, irmãos umbandistas, o Congá não é mero enfeite; tão pouco se constitui num aglomerado de símbolos afixados de forma aleatória, atendendo a vaidade de uns e o devaneio de outros. Congá dentro dos Templos Umbandistas sérios tem fundamento, tem sua razão de ser, pois que pautado em bases e diretrizes sólidas, lógicas, racionais, magísticas, sob a supervisão dos mentores de Aruanda.

Exu, Mito do Passado...


Exu, é um dos grandes pontos de conflito na UMBANDA com relação a outras  religiões, por falta de entendimento, pela ignorância e pelo preconceito. Muitos  acreditam que  nossos amigos Exus são Demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocarÉ necessário entender que no sincretismo afro-católico (imposto num processo de aculturação dos Negros pelos padres Católicos) os Orixás foram associados aos Santos Católicos, inclusive  Exu,  que  é   representado por  Santo  Antônio (Santo Antônio de Pemba, Santo Antônio de Ouro Fino, etc.). Mas Porquê este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e sobretudo amigo, foi comparado com o Diabo das profundezas macabras dos INFERNOS? Bem, para conhecer está história vamos viajar para 6.000 anos atrás, local, Mesopotâmia.
A Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais nacionais e internacionais,principalmente na Europa e EUA. Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídas aos Demônios (No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso). Os Sacerdotes, para combater as forças do mal, tinham que conhecer o nome dos Demônios e perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O Demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) Demônios maus é com freqüência encontrado emencantamentos antigos. Dividiam-se em Machos e Fêmeas. Tinham a forma de meio Humano e meio Animal: Cabeça e tronco de Homem ou Mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos. Com sede de sangue, de preferência Humano, mas aceitavam de outros animais. Os Demônios freqüentavam os túmulos, caminhos (encruzas), lugares ermos, desertos, especialmente a noite.Nem todos eram maus, havia os Demônios Bons que eram invocados para combater os Maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7 (sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitério encruza, casas e palácios.
Bom, os Negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os Santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os Negros escravos dizendo que eles estavam possuídos por Demônios. 
Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os Negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua Hipótese de que essa forma de incorporação era devido a Demônios. Assim, como Exu não é bobo, assumiu, sem dizer que sim ou que não, esse estereótipo colocado pelo branco. 
As cores de Exu, também reafirmaram os medos e a fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis. Assim, o que aconteceu foi uma associação indevida, maldosa, entre aos Demônios Judaico-Cristãos e os Exus Africanos, simplesmente por similaridades em relação a cores, moradas, manifestação de personalidade, etc. Isso com o tempo foi caindo no gosto popular, na psique de pessoas mentalmente e espiritualmente perturbadas e começaram a construir "a visão real", de que Exu é o Demônio. Muitos médiuns despreparados ou anímicos, ou perturbados mental e espiritualmente, recebiam Exus que diziam-se Demônios. Nessa onda de horror ou de terror, alguns autores Umbandistas do passado, por falta de conhecimento ou por ignorância, fizeram tabelas de "nomes cabalísticos dos diabos", associando esses nomes aos Exus de Umbanda, como por exemplo:
  • Exu Marabô ou diabo Put Satanaika,
  • Exu Mangueira ou diabo Agalieraps,
  • Exu-Mor ou diabo Belzebu,
  • Exu Rei das Sete Encruzilhadas ou diabo Astaroth,
  • Exu Tranca Ruas ou diabo Tarchimache,
  • Exu Veludo ou diabo Sagathana,
  • Exu Tiriri ou diabo Fleuruty,
  • Exu dos Rios ou diabo Nesbiros
  • Exu Calunga ou diabo Syrach.
 Sob as ordens destes e comandando outros mais estão:
• Exu Ventania ou diabo Baechard,
• Exu Quebra Galho ou diabo Frismost,
• Exu das Sete Cruzes ou diabo Merifild,
• Exu Tronqueira ou diabo Clistheret,
• Exu das Sete Poeiras ou diabo Silcharde,
• Exu Gira Mundo ou diabo Segal,
• Exu das Matas ou diabo Hicpacth,
• Exu das Pedras ou diabo Humots,
• Exu dos Cemitérios ou diabo Frucissière,
• Exu Morcego ou diabo Guland,
• Exu das Sete Portas ou diabo Sugat,
• Exu da Pedra Negra ou diabo Claunech,
• Exu da Capa Preta ou diabo Musigin,
• Exu Marabá ou diabo Huictogaras,
e o nosso Exu-Mulher: Exu Pombagira, simplesmente Pombagira ou diabo Klepoth.
Mas há também os Exus que trabalham sob as ordens do orixá Omulu, o senhor dos cemitérios, e seus ajudantes Exu Caveira ou diabo Sergulath e Exu da Meia-Noite ou diabo Hael, cujos nomes mais conhecidos são Exu Tata Caveira (Proculo), Exu Brasa (Haristum) Exu Mirim (Serguth), Exu Pemba (Brulefer) e Exu Pagão ou diabo Bucons. Comerciantes inescrupulosos ou, simplesmente, ignorântes, criaram imagens de Exus como diabos, cada vez mais estranhos e aterradores com chifres, rabos, partes de  animais ...).
Construindo no imaginário de muitos médiuns e da população Brasileira, um esteriótipo de Exu = Diabo, Exu = Satanás, Exu = Coisa Ruim, hoje em dia as casas de Umbanda (centros, terreiros, tendas ...), pelos 
estudos, pelo conhecimento e pela orientação dos reais Exus, estão abolindo essas imagens e condenando seu uso. Assim como, recriminando médiuns e supostas entidades que se manifestam dessa maneira dentro dos Terreiros. Porém, o mal foi feito, o esteriótipo atingiu o psique das mentes mais fracas e, muitas vezes, vemos em certos canais de televisão que fazem programas religiosos, a invocação dessas aberrações e a indevida associação aos Exus de Umbanda. O que podemos dizer é que quem incoca a Deus, Deus o tem; quem invoca do Diabo, o diabo o tem. 

Algumas correntes religiosos estão alimentando na população que participam de seus ritos, a visão de que a culpa para a masela de suas vidas são os Diabos, os Exus, que vêm babando, com as mãos tortas, grunindo, gritando ("vou levar, vou levar ... !!!"), todos tortos eformatados dentro de um psique moldado e caricato. Essas religiões e/ou seitas, estão alimentando o medo, a ignorância, o preconceito, a discriminação e a ilusão de que a culto pela dor alheia é causado pela Umbanda e pelos seus guias, principalmente os Exus. Então fiquem sabendo que isso é mentira, é ilusão é ignorância. 
Exu combate o mal, ele devolve o que mandam de ruim, é justo, tem eqüidade em suas decisões e em seus trabalhos. Ele não é, e nunca foi o diabo.
Mas então quem é EXU?
Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado. Exu não faz mau a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau o mau que essa pessoa fez a outra. Ele devolve, as vezes com até mais força, os trabalhos que alguns fizeram contra outros. Por isso, algumas pessoas consideram esse Orixá malvado.
Existem entidades que se dizem Exu e que fazem somente o mau em troca de presentes aos seus médiuns ou por grandes e custosas obrigações, serviços. Não se engane, Exu que é Exu, não faz o mal, a não ser com quem merece e além disso, quando ajuda a uma pessoa não pede nada em troca, a não ser que a pessoa tome juízo, se comporte bem na vida, acredite em Deus e tenha fé.
Exu, O Guia.
Existem dois portadores do nome Exu. Um é o Orixá Exu. O outro, são os Guias chamados de Exu (espíritos, muitos, que não mais reencarnam) que vêm na emanação principal de Exu (O Orixá) que lhes deu suas características, seus gostos, seus hábitos. Porém, esses Exus, também são subordinados a um Orixá regente, que pode ser Omulu, Xangô, Oxossí,  etc....
Correntes antigas, Esotéricas, montaram uma hierarquia para os Exus (Guias), relacionando 7 (sete) Exus (Guias) principais, considerados como os 7 (sete) chefes de Legião, que comandam e coordenam outros Exus (Falanges), sendo que cada um de seus comandados também comandam mais 7 (sete), seguindo uma ordem hierárquica de cima para baixo de 7 (sete) em 7 (sete).
São eles os 7 (sete) Exus guardiões ou principais:
• Sr. Sete Encruzilhadas;
• Sr. Marabô;
• Sr. Tranca Ruas;
• Sr. Tiriri;
• Sr. Gira Mundo;
• Sr. Veludo;
• Sra. Pomba Gira ou Bombo Gira.
Cada um desses amigos trabalha dentro das 7 (sete) linhas da UMBANDA, lutando contra o mal e ajudando as pessoas.
Seu jeito e seu trabalho

Exu gosta de rir, brincar com as pessoas, dizer alguns palavrões, nem todos fazem isso, ser franco e direto, não faz rodeios nem mente. Gosta de beber e fumar, ao contrário do que muitos pensam a bebida e o fumo são peças de aproximação, fazendo com que as pessoas se identifiquem, fiquem mais descontraídas como se estivessem em uma festa. Caso não tenha bebida, ou fumo, ele trabalha do mesmo jeito, porque sua finalidade e ajudar àqueles que precisam.
Alguns Exus foram pessoas como: Políticos, Médicos, Advogados, Trabalhadores,Vadios, Prostitutas, Pessoas comuns, Padres, etc. Que cometeram alguma falha e escolheram, ou foram escolhidos, a vir nessa forma para redimir seus erros passados, outros, são espíritos evoluídos que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas e combatendo o mal. Assim, quem diz que os Exus são Demônios, na concepção de que são ruins, ou espíritos sem luz, baixos, não sabe o que está dizendo, ou não conhecem a história de cada Exu, os porquês de sua ritualística, seu modo de trabalho ou sua missão. Não se julga um livro por sua capa ou a pessoa pela sua aparência!
Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos retirando os encostos e espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior. Seu dia é a Segunda-feira, sua bebida, cada um tem a sua, sua roupa, quando lhe é permitido tem cores preta e vermelha. Não aceita sacrifícios de animais, mas se a pessoa quiser acender uma vela (preta e vermelha) na encruza, colocar charutos ou cigarros, cachaça ou outra bebida de agrado é bem vindo. Pode-se colocar, também, rosas para as pomba giras com champanhe, pois elas gostam.
Assim é Exu. As Vezes temido, as vezes amado, mas sempre alegre, honesto e combatente da maldade no mundo.